O saber compartilhar
Rabino Israel Baal Shem Tov, fundador do Movimento Chassidico, que faleceu em Mezbiesz no dia 7 de Sivan de 5520 (1760).
O Rabino Israel Baal Shem Tov morava numa casa alugada e vivia com grande moderação. Todo o dinheiro que lhe traziam os inúmeros chassidim, tanto os que viviam perto quanto os que vinham de longe, costumava repartir logo que recebia, dando tsedaká (caridade) e ajudando aos pobres, e não ficava nem com um tostão.
Sua ajuda se estendia também aos pobres que não eram completamente honestos. Uma vez um grupo de ladrões foi pego pela polícia; os ladrões foram julgados e condenados a um longo período na prisão. Suas famílias ficaram na mais negra miséria, e o Baal Shem Tov sustentou-as durante toda a época em que os chefes das famílias ficaram presos. Quando eles foram soltos, nenhum dos judeus de Mezbiesz quis lhes dar emprego; e quando começaram a pedir esmola, ninguém lhes permitia entrar em casa, temendo que voltassem a furtar. Quando o Baal Shem Tov soube disso, ele tentou ajudar-lhes e a suas famílias. Os familiares e discípulos do rabino ficaram muito espantados, e ele lhes respondeu:
“Em épocas de emergência, eu necessito também dos ladrões. Quando o Povo de Israel cumpre as leis com severidade por causa de atos desonestos, os acusadores estão em superioridade, e fecham-se os Portões da Misericórdia. Porém, graças à tsedaká que eu dou às pessoas desonestas, aos ladrões, rompem-se os cadeados e novamente os portões se abrem …”
De outra vez, o Rabino Israel Baal Shem Tov foi com seu único filho, Rabino Tzvi, quando este ainda era pequeno, à casa de um dos judeus ricos de Mezbiesz; lá viram objetos de ouro e prata, e móveis caros e elegantes. O pequeno Tzvi ficou cheio de inveja. Quando saíram, disse o Baal Shem Tov a seu filho:
“Percebi que você ficou com inveja daquele judeu rico e de sua bela casa. Na casa do seu pai os móveis são simples e não há objetos de ouro e prata.
Acredite, meu filho, que se o seu pai tivesse o dinheiro necessário para comprar móveis caros e objetos de ouro e prata, não os compraria; repartiria o dinheiro entre os pobres, e o que sobrasse, poria na caixa de tsedaká – e não lhe sobraria nem um tostão …”
Pense nesta história e compreendera o que é saber dar.