Tu Bishvat
Fontes
…beechad bishvat Rosh Hashana lailan kedivrei Beit Shamai, Beit Hilel omrim bechamisha assar ba…
… No primeiro dia de shvat, comemora-se o Rosh Hashana da árvore, de acordo com Beit Shamai, e no dia quinze, de acordo com Beit Hilel… (Mishna Massechet Rosh Hashana perek alef, mishna alef)
…bachamisha assar bishvat Rosh Hashana leilan…
…o décimo-quinto dia do mês de shvat é o ano novo da árvore. (Mishna Rosh Hashana 1,1)
A árvore na religião judaica
Um laço baseado em um carinho e apreço especiais se reflete no conteúdo das fontes literárias religiosas: na Bíblia, assim como no Talmud e nos midrashim. As Escrituras proíbem expressamente o abate de árvores frutíferas, inclusive em tempos de sítio ou de guerra, nos tempos que, baixo à tensão do perigo, nem sempre se é meticuloso no cuidado de hábitos ou maneiras culturais e no controle dos instintos. Não somente a vida do homem é importante no Judaísmo, como também a das árvores, especialmente aquelas que dão frutos, já que servem à sobrevivência humana. A exceção reside em que, em tempos de emergência, fica permitido o abate de árvores que não dão frutos. Podemos ver que há um trato especial para as árvores, que foram especialmente contempladas na legislação bíblica.
O Homem é comparado à árvore
Árvores frutíferas, sobre as quais a Tora tem tanto cuidado, têm sua comparação ao homem frutífero, ou seja, aquele que não vive só para si, mas sim produz e providencia alimento e sustentação para o próximo. O melhor protótipo deste é o professor, que tem o mérito e a responsabilidade de ser uma árvore frutífera, de produzir frutos doces, saudáveis, belos, e, principalmente, que contenham a semente que levará adiante esta cadeia do conhecimento e conduta.
Descrição da festa
Tu Bishvat é, em Israel, o “aniversário” oficial das árvores, comemorado no décimo quinto dia do mês de shvat. A data do ano novo das árvores foi designada por chachamenu (nossos sábios) de Israel em Tu Bishvat, seguindo sua observação à natureza. Após observar o clima e sua influência sobre a natureza, repararam que, em Israel, no mês de shvat, chovia o maior volume, comparando à quantidade do ano inteiro, e que, nesta época, as árvores, tendo absorvido a água das chuvas do ano anterior, começariam novamente a florescer e a dar frutos.
Tu Bishvat é considerado o início do ano das árvores, pois é o ponto médio do inverno em Israel: a força do frio dimi- nui, a maioria das chuvas do ano já caiu e a seiva das árvores começa a subir. Como resultado, os frutos começam a se formar. A fruta que já estava madura antes de Tu Bishvat foi nutrida na estação chuvosa anterior.
O cálculo dos anos de uma árvore é necessário para a realização das diversas mitzvot da Tora:
maasrot – o dízimo dos frutos de cada ano;
orla – proibição de comer frutas de árvores nos três primeiros anos;
revai – redenção dos frutos no quarto ano;
shmita – o ano sabático.
Este dia possui um significado especial, pois o ser humano é comparado à árvore, conforme escrito na Tora: “Pois o homem é como uma árvore no campo”.
A árvore está constantemente crescendo e, assim, devemos nós também crescer; a árvore produz frutos e, assim, de- vemos também produzir frutos. Em Tu Bishvat, devemos renovar nosso crescimento pessoal, assim como as árvores que começam a retirar umidade da terra:
raiz = em conexão à
fonte = fé
tronco, corpo principal = estudo e cumprimento da Tora
fruto, o resultado = influência positiva.
Em Israel
Atualmente, no dia quinze do mês de shvat, celebra-se Tu Bishvat, o ano novo das árvores, plantando árvores e comendo frutas típicas e tradicionais de Israel, eviden- ciando a ligação íntima do povo judeu com a sua terra e seu profundo amor às árvores.
Com o começo do re-assentamento em Israel, esta festividade tornou-se a festa do plantio da árvore, que simboliza a vontade do povo de se enraizar em sua terra. Daí por diante, o plantio de árvores ficou sendo o motivo central desta festividade. Como o plantio de árvores, em volta da maioria das escolas, já se completou, esta festi- vidade recebeu um significado adicional, comemorando, também, o Dia da Preservação à Natureza, realizando o costume de sair e passear na natureza.
Israel é um dos poucos países que, neste começo do século 21, tem mais árvores do que no princípio do sé- culo passado. Desde que foi plantada a primeira árvore no Bosque Ben Shemen, em 1908, os bosques cumpriram muitas funções na história de Israel. Primeiro, e sobretu- do, cuidar das terras nacionais, proporcionando ocupa- ção a milhares de novos imigrantes que trabalharam em obras de reflorestamento. Consequentemente, o bosque e a árvore, passaram a simbolizar a volta à Terra de Is- rael.
A partir de 1949, após o surgimento do Estado de Is- rael, a Knesset - Parlamento de Israel também comemora seu aniversário neste dia.