Meguilát Ester em Purim
É um costume correto levar
as crianças pequenas para ouvir a leitura da Meguilá para educá-las e
introduzi-las ao cumprimento das Mitsvot (preceitos) e, é bem possível que o
costume de fazer barulho quando se ouve o nome de Haman tenha surgido para
inspirar as crianças e incentivá-las a ouvir a Meguilá. Mas deve-se ter muito
cuidado para não fazer barulho nos demais trechos da leitura.
De acordo com a opinião da
maioria dos Poskim (rabinos legisladores), quem ouviu a leitura da Meguilá
através de dispositivos eletrônicos, como telefone, rádio ou através da
internet não cumpre a obrigação da Mitzvá, pois esses dispositivos convertem um
sinal elétrico em som, ou seja, para uma nova voz artificial, que não é a voz
do Chazan.
É obrigatório ouvir a
leitura da Meguilá, quando esta foi escrita em um pergaminho, com a tinta correta,
de acordo com as leis e costumes. Quem, no entanto, ouviu a leitura do Chazan,
mas perdeu uma ou mais palavras por causa do ruído na sinagoga ou qualquer
outro motivo, deverá ler as palavras perdidas do livro com o qual está
acompanhando a leitura, mesmo que, obviamente, este livro não seja um
pergaminho kasher. E se o Chazan tiver prosseguido em sua leitura, a pessoa
deve continuar lendo sozinha em voz baixa, até chegar onde o Chazan se
encontra. Tais regras são válidas somente quando se ouve a maior parte do
conteúdo da narrativa de um Chazan que está lendo de uma Meguilá escrita em um
pergaminho kasher.
Aqueles que se esmeram com
relação às Mitzvot (preceitos) devem comprar para si uma Meguilá escrita em
pergaminho kasher, para que mesmo se perderem uma palavra, possam concluir a
leitura de um pergaminho kasher e assim cumprir a obrigação de acordo com todas
as opiniões, pois há Poskim (rabinos legisladores) que só permitem o
procedimento da Halachá escrita no trecho anterior quando a pessoa acompanha a
leitura de uma Meguilá própria, escrita em pergaminho kasher.
Antes da Leitura da
Meguilá, à noite, recitam-se três Berachot (bênçãos): 1) Al Mikrá
Meguilá – pelo cumprimento da Mitzvá (preceito); 2) Sheassá Nissim – em
agradecimento pelos milagres; 3) Shehecheianu – como gratidão de
estarmos vivos hoje. De acordo com o costume ashkenazí, também se diz a Berachá
(bênção) de Shehecheianu na segunda leitura, durante o dia; e, de acordo com o
costume sefaradí, diz-se Shehecheianu somente na Leitura da Meguilá, à noite, e
esta Berachá também vale para as demais Mitsvot do dia de Purim. Depois da
leitura, costuma-se fazer a Berachá de "Harav Et Rivenu".
É bom ter a devida cavaná
(intenção ou concentração) na Berachá de Shehecheianu (antes da Leitura da
Meguilá) de cumprir a obrigação das três outras Mitzvot de Purim: 1) Mishlôah
Manot (enviar alimentos de presente); 2) Matanot Laevionim (presentes para os
pobres); 3) Mishtê (banquete de Purim). De acordo com o costume sefaradí, essa
cavaná deve ocorrer no momento da Berachá da leitura da noite. Para os
ashkenazim, essa cavaná deve ocorrer na recitação da Berachá de Shehecheianu de
dia.