quarta-feira, março 20, 2019

Meguilát Ester em Purim


Meguilát Ester em Purim


É um costume correto levar as crianças pequenas para ouvir a leitura da Meguilá para educá-las e introduzi-las ao cumprimento das Mitsvot (preceitos) e, é bem possível que o costume de fazer barulho quando se ouve o nome de Haman tenha surgido para inspirar as crianças e incentivá-las a ouvir a Meguilá. Mas deve-se ter muito cuidado para não fazer barulho nos demais trechos da leitura.
 
De acordo com a opinião da maioria dos Poskim (rabinos legisladores), quem ouviu a leitura da Meguilá através de dispositivos eletrônicos, como telefone, rádio ou através da internet não cumpre a obrigação da Mitzvá, pois esses dispositivos convertem um sinal elétrico em som, ou seja, para uma nova voz artificial, que não é a voz do Chazan.

É obrigatório ouvir a leitura da Meguilá, quando esta foi escrita em um pergaminho, com a tinta correta, de acordo com as leis e costumes. Quem, no entanto, ouviu a leitura do Chazan, mas perdeu uma ou mais palavras por causa do ruído na sinagoga ou qualquer outro motivo, deverá ler as palavras perdidas do livro com o qual está acompanhando a leitura, mesmo que, obviamente, este livro não seja um pergaminho kasher. E se o Chazan tiver prosseguido em sua leitura, a pessoa deve continuar lendo sozinha em voz baixa, até chegar onde o Chazan se encontra. Tais regras são válidas somente quando se ouve a maior parte do conteúdo da narrativa de um Chazan que está lendo de uma Meguilá escrita em um pergaminho kasher.
 
Aqueles que se esmeram com relação às Mitzvot (preceitos) devem comprar para si uma Meguilá escrita em pergaminho kasher, para que mesmo se perderem uma palavra, possam concluir a leitura de um pergaminho kasher e assim cumprir a obrigação de acordo com todas as opiniões, pois há Poskim (rabinos legisladores) que só permitem o procedimento da Halachá escrita no trecho anterior quando a pessoa acompanha a leitura de uma Meguilá própria, escrita em pergaminho kasher.

Antes da Leitura da Meguilá, à noite, recitam-se três Berachot (bênçãos): 1) Al Mikrá Meguilá – pelo cumprimento da Mitzvá (preceito); 2) Sheassá Nissim – em agradecimento pelos milagres; 3) Shehecheianu – como gratidão de estarmos vivos hoje. De acordo com o costume ashkenazí, também se diz a Berachá (bênção) de Shehecheianu na segunda leitura, durante o dia; e, de acordo com o costume sefaradí, diz-se Shehecheianu somente na Leitura da Meguilá, à noite, e esta Berachá também vale para as demais Mitsvot do dia de Purim. Depois da leitura, costuma-se fazer a Berachá de "Harav Et Rivenu".

É bom ter a devida cavaná (intenção ou concentração) na Berachá de Shehecheianu (antes da Leitura da Meguilá) de cumprir a obrigação das três outras Mitzvot de Purim: 1) Mishlôah Manot (enviar alimentos de presente); 2) Matanot Laevionim (presentes para os pobres); 3) Mishtê (banquete de Purim). De acordo com o costume sefaradí, essa cavaná deve ocorrer no momento da Berachá da leitura da noite. Para os ashkenazim, essa cavaná deve ocorrer na recitação da Berachá de Shehecheianu de dia.

Machatzit Hashekel


Machatzit Hashekel
Na época do Templo Sagrado, a população doava o “Machatzit Hashekel” (meio shekel de prata) per capta, e esta verba era destinada à compra dos sacrifícios públicos do Templo. Hoje em dia, o costume é doar o Machatzit Hashekel antes da Tefilat Minchá (oração vespertina) do dia do Jejum de Esther, com a intenção de acumular o mérito do costume em lembrança da Mitzvá à privação do jejum para obtenção de expiação. 
Há o costume de dar Tsedaká em lembrança ao "Machatzit Hashekel" (meio shekel de prata) no Jejum de Ester, antes da Tefilat Minchá. Esta mitzvá vale tanto para homens quanto mulheres, e é bom dar por cada um dos filhos, inclusive pelo feto no ventre de sua mãe. No Brasil, tem a costume que o valor para cada pessoa deve ser: uma moeda de 50 centavos, que é moeda com o valor de meia unidade monetário local (e há aqueles que costumam dar 3 moedas de 50 centavos), ou dar o valor que corresponde à metade do shekel de prata (aproximadamente 10 gramas de prata pura) que equivale hoje a aproximadamente 20 reais.

Jejum de Ester - 13 de Adar II 5779


Jejum de Ester 
Hoje (13 de Adar II e 20 de março de 2019) ocorrerá o Taanit Esther (Jejum de Ester). O jejum começa às 4h35 e termina às 18h22min (mulheres lactantes estão isentas do jejum). De acordo com os Sábios, o jejum tem por objetivo lembrar de dois acontecimentos: 1) O jejum de três dias que fez Esther, no mês de Nissan, antes de procurar o rei Achashverosh, para pedir-lhe a anulação do decreto nefasto contra os judeus do Império Persa. 2) O jejum feito no próprio dia 13 de Adar por causa da guerra que os judeus travaram, com autorização do rei, contra seus inimigos. 
Como vimos no passado, esse jejum é mais brando do que os demais, pelo fato deste ter sido fixado com base nos jejuns que os judeus instituíram naquela geração. Portanto, as parturientes estão isentas por dois anos após o nascimento de seus bebês de participar deste jejum. Há leniência também com relação a ouvir música e banhos quentes, tomando obviamente o devido cuidado para não engolir água.