terça-feira, outubro 28, 2008

JUDAÍSMO E AIDS, UM COMPROMISSO MORAL


IMPACTOS DA ÉTICA JUDAICA NO SÉCULO XXI


Conta-se dentro da tradição judaica, que na Europa do século XVIII, um Rabino de uma linha religiosa do judaísmo, chamada Chassidismo, entrou em uma taberna e enxergou e escutou a conversa de dois bêbados, um deles diz para outro: “Eu te amo”, e outro responde: “Você me ama? Como você me pode amar, se não sabe o que eu necessito?"
O judaísmo, enxerga hoje em dia o desafio da AIDS, suas circunstâncias, seus alcances, suas causas e conseqüências, em primeira instância como um desafio de compromisso e atitude de respeito e amor ao próximo. Temos uma Ética Judaica da qual devemos absorver para que isto não seja problema de alguns, senão um desafio de muitos. No Judaísmo existe um ditado: cada um é responsável pelo outro. E isto que primordialmente o judaísmo observa como premissa para qualquer ação, não o problema do outro, senão a solução e esforço de todos.
Vivemos em um mundo extraordinário. Os acelerados avanços tecnológicos têm multiplicado a capacidade da humanidade de produzir bens e serviços.
As revoluções na informática, robótica, micro-eletrônica, biotecnologia, genética, comunicações e outros campos têm criado possibilidades econômicas inéditas.

Ao mesmo tempo, 30 mil crianças morrem diariamente devido à miséria, 800 milhões de pessoas estão desnutridas, 3 bilhões são pobres.

A polarização social tem alcançado índices absurdos. As três pessoas mais ricas do mundo têm um patrimônio maior que o produto bruto dos 49 países mais pobres. A América Latina, região de excepcional potencial econômico, rica em matérias-primas estratégicas, fontes de energia baratas e terras muito férteis, é vista hoje como a terra da pobreza e desigualdade. Sessenta por cento das crianças são pobres, 36% dos menores de 2 anos estão desnutridos, 1/3 da população não tem água potável.

Junto a estes paradoxos extremamente impactantes, a sensação que o grande filósofo canadense, Charles Taylor, denomina de “o desencanto do mundo” se espalha entre as novas gerações. A atual sociedade consumista, voltada aos bens materiais, à concorrência feroz para alcançar melhores posições, à luta pelo dinheiro e poder, gera uma sensação de solidão, que Victor Frankl chamou de um dramático “vácuo dos sentidos”.

As respostas a estes graves problemas não parecem claras. Cresce o ceticismo sobre até onde pode chegar uma globalização repleta de oportunidades tecnológicas, mas totalmente carente de um código ético que a oriente.

Neste contexto, as propostas da ética judaica estão tendo valor crescente como referência e orientação. Muitas delas estão sendo retomadas com vigor por organismos internacionais, ONG´s e movimentos que visam um mundo melhor. Vejamos resumidamente o atual impacto de algumas destas propostas:

Um princípio básico da mensagem moral transmitido por D’us ao povo judeu é o de que somos responsáveis uns pelos outros. Para a ética judaica é proibida a indiferença ao sofrimento de outros. Diz-se no Levítico: “Não desconsideres o sangue de teu próximo” (19:16). Nossa época carateriza-se por altas doses de egoísmo, daqueles que têm face aos que não têm, e de insensibilidade. O ex-secretário geral da ONU, Kofi Anan, ao exigir, pouco tempo atrás, que o mundo supere a indiferença diante da morte de 22 milhões de pessoas nos últimos anos por AIDS, determinou que fosse imprescindível voltarmos a ser responsáveis uns pelos outros. Lembremos, que dias atrás os Estados Unidos da America, gastou 700 bilhões de dólares para a salvatagem das instituições financeiras, e por sua vez, Europa gastou um pouco mais de 1 trilhão de Euros, para o mesmo fim. Quando no instituto Weitzman de Rechovot, Israel, tem um programa de um custo aproximando de 75 milhões de dólares para por um freio ao avanço do AIDS na África, e começar obter resultados positivos com um retrocesso gradual porem significativo da doença.

• Para a ética judaica, a pobreza não é um problema apenas dos pobres, mas de todos. Leibowitz observa que os profetas dizem “Não haverá pobres entre vós”. Não estão dizendo o que irá acontecer, mas o que deveria acontecer. Sua voz não é de oráculo, senão de exigência moral. Para que não hajam pobres, a sociedade deve tomar algumas medidas. Diante daqueles que, na América Latina, atribuem a pobreza dos pobres a eles mesmos, o judaísmo se revolta porque considera tal atitude uma injustiça. Esta mensagem foi recentemente incorporada à Carta dos Direitos Humanos da ONU. Entre estes, foram incluídos os direitos básicos do homem a não ser pobre, à alimentação, à saúde, à educação, ao trabalho, à moradia entre outros. A partir de então, estes são direitos essenciais do ser humano, embora proclamados há milênios pela ética judaica.

• As grandes desigualdades são severamente censuradas pelo judaísmo. Os profetas questionaram-nas implacavelmente e julgaram moralmente os poderosos que as fomentavam. O judaísmo criou uma institucionalidade completa para prevenir as polarizações sociais. A Torá estabelece que a cada 7 anos a terra deve descansar para que os pobres possam aceder a seus frutos. A cada 50 anos a terra deve retornar a seus proprietários originais. Procura-se assim impedir sua monopolização. É o jubileu. Assim mesmo, a cada 7 anos as dívidas devem ser perdoadas. O grande movimento mundial vigente pelo perdão total ou parcial da dívida dos países mais pobres do mundo, encabeçado pelo Papa João Paulo II, apoiou-se nesta mensagem e intitula-se “Movimento do Jubileu”.

• Em recente pesquisa realizada pelo Banco Mundial, 60 mil pobres de todos os continentes disseram que o que mais lhes dói é o desprezo, o fato de serem tratados como pessoas inferiores por serem pobres. A Torá estabelece o mais absoluto respeito pelo pobre. É idêntico aos outros. D’us se preocupa especialmente por ele e exige este respeito. O Rabino Leo Baeck observa que no idioma hebraico não existe a palavra mendigo, por si só pejorativa. Esta determinação de se escutar e respeitar o pobre está sendo um eixo para a ação dos organismos internacionais.

• Como ajudar o desfavorecido? Este tema/discussão permanente nos organismos internacionais, foi analisado por Maimônides no século XII aplicado à ética judaica. O genial sábio identificou oito níveis sobre “a ajuda”. O nível inferior é quando se ajuda alguém de má vontade. A segunda categoria é quando aquele que ajuda e aquele que recebe desconhecem um ao outro; neste momento, o anonimato que protege a dignidade do pobre é completo. No entanto, o nível mais alto de todos, a melhor ajuda que alguém possa dar, é aquela que fará com que o necessitado não volte mais a precisar dela. Hoje, na ONU e nos principais organismos em prol do desenvolvimento, procura-se que os projetos tenham orientação no sentido de que haja sempre esta auto-sustentação enfatizada por Maimônides.
• Na ética judaica, ajudar os outros é um dever imprescindível. Como tal, não merece nenhum prêmio nem reconhecimento. O Rebe de Lubavitch observa que a ajuda deve ser desinteressada, não se deve esperar nada em troca e, exemplificando isto, destaca que no dia mais sagrado do judaísmo, o Dia do Perdão, nas orações sefaraditas pede-se perdão à D’us não só pelos prejuízos causados ao próximo, mas também pelos atos que não foram feitos desinteressadamente. O Rabino Abraham Y. Heschel diz que ajudar é simplesmente “o modo de viver correto”. O prêmio está em viver-se desta forma. A força destes conceitos no judaísmo, seu contínuo ensinamento no âmbito familiar e na escola judaica assentaram as bases para grandes resultados em matéria de trabalho voluntário. Os países estão tentando dar forças ao voluntariado e vêem com crescente interesse os bons resultados. Israel e as comunidades judaicas têm índices recordes de trabalhadores voluntários. Em Israel, 25% da população pratica trabalho voluntário, produzem principalmente bens e serviços sociais que representam 8% do PNB. Exércitos de voluntários, de diferentes comunidades judaicas do mundo, trabalham diariamente levando adiante suas instituições e programas em proporção superior às médias de seus respectivos países. A conclusão é clara: a possibilidade de desenvolver o voluntariado está ligada à interiorização dos valores éticos pelas pessoas.
• Hoje vemos duas instituições fundamentais do judaísmo que são bases da sociedade: a família e a educação. O judaísmo lhes assegura o mais alto valor. A Torá dá especial destaque. A ética judaica zela vigorosamente pelas relações entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos e até sogros, genros e noras. O Rabi Ieoshua Ben Gamla criou no ano 69 a primeira escola pública de que se tem referência. Hoje, muitos países estão analisando como fortalecer a família, duramente deteriorada, e gerar educação. O judaísmo tem contribuições muito expressivas para oferecer nestes campos.
• Nas sociedades latino-americanas, entre outras, adota-se com freqüência políticas que sabidamente irão significar grande sofrimento para a população, com o argumento de que “o fim justifica os meios” e que são necessários para que haja maior crescimento econômico. A ética judaica não aceita tal raciocínio. Na Torá pode-se ler textualmente que “o fim não santifica os meios”. Refletindo sobre esta diferença, Albert Einstein perguntava “Quem havia sido o melhor condutor dos homens, Maquiavel (autor original do princípio de que o fim justifica os meios) ou Moisés? Quem teria dúvidas sobre a resposta?”
• Como encarar a pobreza e a desigualdade na América Latina e no mundo? O judaísmo indica caminhos que ecoam de forma crescente. Para este, o problema deve ser encarado por uma ação conjunta de todos os agentes sociais. Cada um deles deve assumir suas responsabilidades. Necessita-se de políticas públicas muito ativas. O judaísmo criou a primeira legislação fiscal sistemática para uso coletivo, o dízimo. Por outro lado, a comunidade e a sociedade civil devem organizar-se e agir. E, finalmente, tudo isso não exime cada pessoa de individualmente fazer o correto em cada situação de miséria ou injustiça com que se depare.
• Uma idéia central do judaísmo é a de Tikum Olam – ajudar a consertar o mundo. O Rebe de Lubavitch faz menção a uma simples interpretação de um conhecido episódio bíblico. Depois de sair do Egito e atravessar o deserto, quando os judeus se aproximam de Canaã, Moisés envia 12 exploradores. Ao regressarem, 10 deles desestimulam as pessoas, dizendo-lhes que não continuem. Com freqüência são considerados traidores. O Rebe observa que Moisés escolheu os melhores de cada tribo, eram pessoas excelentes; porque iriam ser desleais? O que ocorreu é que se encontraram com sociedades perdidas na luxúria, corrupção e idolatria. O povo judeu, no deserto, era em contrapartida um povo espiritual entregado ao estudo da Bíblia. Temiam que seguindo para Canaã pudessem ser contaminados. Mas, se equivocaram disse o Rebe, pois o desejo de D’us era diferente. O que D’us queria não era que se recolhessem para conservar sua pureza e sim que levassem a espiritualidade aos mundanos, que difundissem os valores éticos nas sociedades infestadas de vícios. Em uma época como a nossa, em que tantas ideologias tombaram, a proposta do judaísmo de avançar até que o mundo se redima eticamente – e de que não é permitido ficar à deriva, mas sim agir para transformá-lo e lhe dar valores éticos – prevê grande duração e diz muito a todos os homens e mulheres empenhados em uma humanidade melhor.
A ética judaica está viva e fresca, podendo ajudar a enfrentar o “desencanto do mundo”, o “vácuo dos sentidos” e a inadiável conscientização dos paradoxos da grande pobreza em meio à riqueza potencial que particularizam a América Latina e o mundo. A mensagem deste conjunto ético foi dita pelo sábio do Século I, Hillel: “Se eu não for por mim, quem o será?” significa dizer que todos devemos defender nossa saúde, nossa vida, nossa família; somos insubstituíveis nisto. Mas, acrescentou: “E se eu for somente para mim?”, significando que a vida sem solidariedade, responsabilidade pelo destino de outrem, amor ao próximo, transcendência, não faz sentido. Finalizou: “Se não agora, quando?” O que espera a ética judaica de cada um de nós é que entremos em ação, agora!

AIDS e circuncisão

A circuncisão faz parte da cultura de muitos grupos humanos, mas, no caso do judaísmo, trata-se de uma prescrição bíblica. Uma injunção religiosa, portanto. Durante muito tempo acreditou-se que esta medida poderia proteger a saúde, coisa que aliás é prioridade na Bíblia judaica. Apontou-se assim a menor incidência de doenças sexualmente transmissíveis entre os judeus e de câncer de colo de útero entre as mulheres judias. Mas estudos mais acurados mostraram que havia aí um "bias", como dizem os americanos, um viés, um fator de erro. Em outros grupos que também praticam a circuncisão, estas doenças eram freqüentes. Acontece que os judeus eram mais monogâmicos, menos promíscuos e este fator sim, fazia diferença. Paralelamente, e isto sobretudo a partir do advento da psicanálise, começou a se considerar o trauma psicológico da intervenção - que é relativamente pequena, mas feita em crianças com poucos dias de vida. Ao que se contrapunha o aspecto de uma possibilidade maior de identificação entre pais e filhos. A essa altura a circuncisão em hospitais americanos era praticamente rotina. Mas, depois dessa discussão toda, a Academia Americana de Pediatria elaborou, em 1971, um documento dizendo que não havia indicação médica para o procedimento.

E aí apareceu a Aids. Algumas evidências sugeriam que a doença era mais comum em homens não circuncisos, o que levou a várias pesquisas neste sentido. Uma delas, e de grande repercussão, foi realizada por cientistas franceses na África e apresentada este ano na conferência internacional sobre Aids, recentemente realizada no Rio de Janeiro. O estudo mostra que homens circuncisos têm uma chance 65% menor de serem infectados pelo HIV. As células do prepúcio, a parte do pênis removida pela circuncisão, seriam alvo fácil para a infecção pelo vírus. A Organização Mundial da Saúde recomenda que outros estudos sejam feitos antes de se concluir pela circuncisão como método protetor contra infecção pelo HIV. De qualquer modo é uma boa notícia nesta luta mundial contra a Aids.

Cirurgia milenar é a nova arma contra a Aids

O surgimento de novos medicamentos, a engenharia genética e a antiga prática cirúrgica da circuncisão são as mais recentes armas na luta contra a Aids, disseram especialistas na conferência da International Aids Society na terça-feira.
Uma nova leva de drogas para conter o avanço da Aids e células geneticamente modificadas que impedem a progressão da infecção estão para ser lançadas ou testadas, disseram médicos presentes na maior conferência mundial sobre a doença.
"É um momento extremamente excitante em termos do desenvolvimento de drogas. Temos drogas melhores nas classes existentes, bem como classes de drogas totalmente novas", disse o professor David Cooper, presidente da conferência de 2007, em Sydney.
Mas a maior novidade para os países mais pobres, os mais afetados pela doença, e incapazes de adquirir de imediato as novas drogas, é um procedimento feito pelo menos desde 2.300 a.C. no Egito -- a circuncisão.
Estudos africanos demonstram que a circuncisão masculina pode reduzir a transmissão do HIV de mulheres para homens em cerca de 60 por cento, segundo Robert Bailey, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Illinois, em Chicago.
A circuncisão universal poderia evitar 2 milhões de novas infecções e 300 mil mortes ao longo de dez anos na África Sub-Saariana, segundo ele. A África é o continente mais afetado pela epidemia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente recomenda a circuncisão como medida preventiva, mas Bailey disse que incentivar a prática será difícil.
"A circuncisão não é simplesmente um procedimento cirúrgico. Está ligado a uma complexa teia de práticas e crenças culturais e religiosas", afirmou.
Medicamentos novos ou aperfeiçoados podem se tornar mais eficazes e também ajudar pacientes que já se tornaram imunes a drogas anteriores, segundo médicos participantes da conferência.
Pesquisas recentes mostram que novas classes de anti-retrovirais, que incluem vários inibidores, geram benefícios superiores a pacientes com um HIV altamente resistente, segundo Joseph Eron, da Universidade da Carolina do Norte.
"Acho que, embora vá levar algum tempo, alguns desses novos agentes também serão muito úteis no mundo em desenvolvimento caso estejamos vendo o surgimento de um vírus resistente", disse Eron.
A pesquisa de ponta contra a Aids envolve a engenharia genética, com pesquisas em humanos prestes a começar sobre a possibilidade de modificar geneticamente as células-tronco sanguíneas e as células-T de um paciente com HIV para então reintroduzi-las no organismo, de modo a combater melhor a infecção.
"Trata-se de uma modificação permanente das células. Desde que as células persistam no paciente, elas serão resistentes a uma maior infecção", disse John Rossi, chefe do departamento de Ciências Biológicas no Instituto de Pesquisas Beckman, dos EUA.
"Percebemos que não é um tratamento que seja aplicado universalmente", disse Rossi, acrescentando que o tratamento permitiria que os pacientes reduzam a dosagem de seus medicamentos.
Rossi e Eron defenderam que os laboratórios vendam medicamentos mais baratos aos países mais pobres.
Na segunda-feira, a ONG Médicos Sem Fronteiras disse que, embora tenha havido grande redução no preço dos remédios contra Aids, as novas gerações de drogas, recomendas pela OMS por serem menos tóxicas, tornaram-se mais caras. A entidade disse que em alguns casos o tratamento por paciente subiu de 99 para até 487 dólares.

Nem na família, nem na escola, nem na mídia, nem na cama

Dados alarmantes, políticas públicas ineficazes. No Brasil, cresce a cada ano o número de meninas grávidas, de adolescentes infectados pelo HIV, de garotos e garotas obrigados a abandonar a escola para assumir as responsabilidades da paternidade/maternidade.
A gravidez é o principal fator de evasão escolar entre adolescentes e jovens brasileiras. Fonte: PNAD/1996 – dado referente a adolescentes de 10 a 19 anos
48% dos atendimentos nos serviços de abortos previstos por lei são de meninas com idade entre 10 e 19 anos. Fonte: Rede Feminista de Saúde
45% dos alunos de escolas públicas e privadas de 14 capitais brasileiras afirmam transar com pessoas que pouco conhecem. Fonte: "Avaliação das ações de prevenção às DST/Aids e uso indevido de drogas nas escolas de ensino fundamental e médio em capitais brasileiras" (setembro/2001)
No Brasil, a Aids já matou 13 mil jovens com idade entre 13 a 24 anos. Desde o início da epidemia, 37 mil já foram infectados. Fonte: Boletim Epidemiológico, ano XIV, nº 02, abril/junho 2001
Adolescentes e jovens brasileiros estão começando a vida sexual cada dia mais cedo. Muitas vezes, sem qualquer orientação. Em outras, sabendo de tudo, mas ignorando os riscos. A sexualidade continua um tabu e grande desafio para famílias, escolas e meios de comunicação. Apesar dos discursos progressistas, faltam atitudes. Muitos informam, mas poucos educam.

Famílias são ineficazes na educação preventiva

60% dos pais de alunos de 14 capitais brasileiras afirmam ter informações insuficientes sobre sexualidade e saúde reprodutiva e 32% nunca recomendaram o uso do preservativo Fonte: "Avaliação das ações de prevenção às DST/Aids e uso indevido de drogas nas escolas de ensino fundamental e médio em capitais brasileiras" , realizada em escolas públicas e particulares de 14 capitais – Setembro/2001
Escolas estão despreparadas para educar
Mesmo que haja intenção de inserir a questão da sexualidade nos programas escolares, a desinformação dos educadores ainda é um dado alarmante:
70% dos professores de 14 capitais brasileiras nunca realizaram nenhum curso de capacitação para atuar na prevenção de DST/Aids e uso de drogas e 45% dos que passaram por capacitação consideraram os cursos ruins.
47% avaliam como insuficiente o seu próprio conhecimento sobre os temas saúde sexual e reprodutiva. Fonte: Idem
Um em cada 10 alunos de escolas que oferecem ações pedagógicas de prevenção confessam nunca fazer uso de preservativos. Fonte: Ibidem.
Os números se referem a escolas de 7 capitais: Goiânia – GO; Fortaleza – CE; Recife – PE; Salvador –BA; Rio de Janeiro – RJ; São Paulo – SP e Florianópolis – SC

Televisão erotiza e ignora a prevenção

Salvo raras exceções, os programas de entretenimento, as novelas e os filmes deformam a percepção do jovem sobre sexualidade. Cenas apelativas, banalização do sexo e estímulo de fantasias são cada vez mais freqüentes nestes meios, que exibem realidades incompatíveis com a vida de grande parte dos adolescentes. E pior: quase nunca lembram da camisinha.
79,5% dos jovens declaram que filmes e propagandas eróticas veiculados pela televisão influenciam sua atividade sexual.

Considerações finais

Em minha opinião como rabino. Expresso que o judaísmo mantém um enfoque positivo a respeito de todo o que seja sadio, que possa ter um sentido de ajuda e misericórdia. Eu digo que, para começar a falar de HIV/AIDS É necessário partir de una base primordial que é o amor pela vida.
“Estou de acordo com as campanhas de prevenção do HIV/AIDS, porem eu acho que se deve ser ainda mais incisivo” Porque a pesar que existem avanços importantes na pandemia, ainda não temos uma atitude massiva. Por isto insisto que se deve fazer campanhas educativas permanentes e não só para algumas datas e situações determinadas.
Apoio ações que tem que ver com um sentido de responsabilidade, “porque se dever ser fiel e responsável à vida”. Temos que acompanhar o dever ser com o ser, é dizer os idéias com a realidade que nos toca viver. E por tanto devem ser as instituições religiosas que devem marcar o caminho
O ensinamento é uma ação permanente e constante. A educação começa desde o nascimento e transpassa o âmbito escolar, para somar-se à família, os clubes, as instituições religiosas e os meios de comunicação.
No mundo em que vivemos, não é tarefa fácil, para que aquele que portador do vírus HIV e muito menos declarar-lo. Ainda não se chegou à etapa que se possa expressar a doença em forma publica, porem à medida que se avança na conscientização da problemática se ganham metros na luta contra essa outra batalha, a indiferença. Devemos nos perguntar: Que é o que realmente devemos discutir em relação ao HIV/AIDS?, Como devemos fazê-lo? Que grau de incidência tem as religiões com relação à problemática?
“Existe um princípio básico dentro do judaísmo, que para salvar uma vida humana – Pikuach Nefesh, devemos e podemos transgredir ou revogar qualquer lei. E por outra parte também a literatura Rabínica diz que aquele que salva uma vida, salva a humanidade. Já que Cain matou a Abel, que representava o outro ramo da conformação da humanidade, não é errado compreender que, ao estender a mão para todo aquele que deseja e ama a vida, o judaísmo faz o impossível para que isto seja realidade, To Life, pela vida.
Lembro que, o primeiro que identifico o vírus de HIV, sob um microscópio, foi justamente um israelí, o Dr. B. Kramarsky, expert em Virologia, quem isolou o fatal vírus em seu laboratório e foi o primeiro a descrevê-lo ao mundo.
Ante tudo, o judaísmo sempre enfatizou a importância e a santidade do individuo. Os Rabinos, desde os inícios da Literatura Rabínica, assemelhavam a vida humana ao mundo inteiro. “Porque criou D’us a cada ser humano de forma diferente, não estampando-nos como tantas moedas?”, perguntaram-se os rabinos. Para mostrar-nos que cada pessoa, que cada ser humano é único, responderam os mestres. O judaísmo sempre celebrou a vida humana, e estimou a liberdade como veículo pelo qual cada indivíduo único pode desenvolver seu potencial. Que D’us abençoe nossa nobre tarefa, e que este

sábado, agosto 16, 2008

D'us existe? - A pergunta de muitos.

D’us existe?

Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:
- D’us fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
- "Sim, fez!"
- Deus fez tudo, mesmo?
- Sim, professor - respondeu o jovem.
O professor replicou:
- Se D’us fez todas as coisas, então D’us fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então D’us é mal.
O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:
- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
- Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
- Professor, o frio existe?
- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.
- E a escuridão, existe? - continuou o estudante.
O professor respondeu:
- Mas é claro que sim.
O estudante respondeu:
- Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz.
Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo?Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
- Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu:
- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.
Então o estudante respondeu:
- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de D’us. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de D’us. D’us não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha D’us presente em seus corações. “É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.”
Por instantes houve um silêncio na sala, e o primeiro aluno começou a aplaudir, contagiando toda a classe...

quinta-feira, junho 26, 2008

O Sidur, um espaço para encontrar nossa essência

O SIDUR, ESPELHO DA HISTÓRIA JUDAICA

O Livro de Rezas judeu constituiu sempre o manual de bolso do membro mais simples da família de Israel. Este tem acompanhado o judeu através de todas as suas andanças e reflete os suspiros e as lágrimas, as esperanças e as aspirações, as alegrias e as delícias do povo judeu.
Embora algumas partes sejam muito antigas, o Sidur está sempre atual e perene em sua mensagem e conteúdo. Na verdade, está aberto a um complemento autorizado, sempre que as circunstâncias o solicitarem, tal qual se têm introduzido desde o estabelecimento do Estado de Israel, como, por exemplo, a Oração pela Paz do Estado de Israel, a Recordação pelos Mártires do Holocausto Nazista e dos mortos na Guerra da Independência; assim como orações especificamente israelenses, tais como a Oração antes de entrar na Batalha, a Oração dos Pára-quedistas, a Oração dos Plantadores, a Oração pela Paz Mundial e outras.
A língua hebraica constituiu sempre o meio de expressão de orações, até em épocas em que os devotos falavam outras línguas tais como: Aramaico, Grego, Árabe e Francês. O Hebraico foi sempre asuev iuak, “a Língua Sagrada”, agregando solenidade e sentimento ao Serviço Religioso e dando a expressão da união e da unidade do Povo de Israel. O Hebraico permaneceu como a língua histórica do povo judeu e como símbolo de união entre as gerações do passado e do futuro. Aqueles que excluíram o Hebraico de sua vida religiosa, deram um passo rumo a sua própria destruição e desaparecimento como integrantes do Povo de Israel.
Nosso Livro de Orações é único na literatura devota do mundo. Leva em si a marca de todos os climas e condições pelas quais passou o judeu. É instrutivo em todas as suas versões e inspirador em todas as suas frases.
Em suma, ele é o espelho e a alma do Povo de Israel - Am Israel.


A COMPILAÇÃO DO SIDUR

Deve-se aceitar como uma fiel evidência histórica que, depois do retorno do exílio na Babilônia, no ano 538 A.E.C., Ezráh, o qual os Rabinos consideravam o segundo termo depois de Moshé, junto aos homens da Grande Assembléia, o Sanhedrin daquela época, reuniram-se para compilar as rezas dos ofícios, para os quais utilizaram, em grande parte, material tomado das páginas da Bíblia e do Talmud.
O ofício das rezas assumiu mais ou menos sua forma atual, recém na época dos Gueonim, os quais foram os grandes líderes dos judeus babilônicos e persas nos séculos IX e X.
A primeira coleção de Bênçãos ou Série Ordenada de Orações, o qual constitui um protótipo de nosso Livro de Orações, foi preparado pelo Rav Amram Gaon, cerca de 870 da E.C., ainda que o primeiro Sidur no estrito sentido da palavra que conhecemos hoje, é o de Saadia Gaon (falecido em 942), o qual contém todos os textos como também as regras das Orações.
Embora, desde então, o Livro de Orações tenha passado por várias etapas de aperfeiçoamento com complementações, tais como a canção Lecháh Dodi, que foi incluída no século XVI, se pode afirmar que, com Saadia, o Sidur alcançou uma etapa de desenvolvimento vital.
O Futuro do Judaísmo ou o Judaísmo do Futuro:
A respeito dos valores judeus

Foi Theodor Hertzl quem falou de "state heart" e "people heart": condição de estado e condição de povo. Hertzl acreditava que um estado próprio é o pré-requisito para a sobrevivência e a unidade do povo judeu. Em termos hertzelianos, o estado é um meio para alcançar um fim maior, o estado é um ponto alto, mas o povo judeu é o objetivo máximo. Apesar da grandiosidade da fundação do estado, maior ainda é o desafio de garantir a continuidade do Povo Judeu.
Eu gostaria de transmitir nesta mensagem do inicio do ano, sobre tolerância religiosa ou sobre a compreensão entre os membros de nossa Comunidade, assim como reflexo das outras Comunidades. Não externa a não ser interna. A atual divisão dentro da Comunidade judia mundial constitui, em minha opinião, uma tendência destrutiva. Mais ainda que as atividades anti-semitas ou judeofóbicas. Esta divisão sobre a que eu gostaria de falar, traz consigo o grave perigo de um verdadeiro appartheid entre judeus ortodoxos e judeus liberais. Se nossa geração não consegue transpor a curto prazo as barreiras religiosas e ideológicas entre judeus, prevejo que no próximo século não haverá um povo judeu, a não ser dois.
Não pode haver futuro para um povo sem que haja união interna no presente, sem presente não pode haver futuro. União, claro, não implica unanimidade. Implica logo que exista respeito pelas diferenças que naturalmente existem. O pluralismo é a essência da democracia e é o fundamento sobre o qual se assenta o judaísmo. A união é possível, penso, e digo isso com plena e sincera convicção. Sou consciente das tensões internas, que não são só ideológicas, há princípios em questão, há rivalidades que nem sempre são só ideológicas e ainda assim acredito que a união entre judeus é possível. Em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Buenos Aires, em Montevidéu e inclusive no Jerusalém.
Acredito que é primitivo defender na prática a unidade de nosso povo claramente e com a mesma seriedade com que o fazemos na teoria. Não me cabe como um judeu neo-ortodoxo (a linha ideológica à qual pertenço – sionismo religioso) falar sobre o que nossos irmãos liberais estão fazendo mal ou o que estão fazendo bem. Sobre nada disso posso opinar. Sim sobre o que nós devemos fazer em prol da união do Ishuv (população – Comunidade). Em vez de só denunciar a intransigência de nossos irmãos liberais ou reformistas temos que adotar uma plataforma positiva que tenha em conta o presente e o futuro do Judaísmo. Vou tratar de explicá-lo.
Acredito que se deve pensar ao respeito dos ortodoxos com o devido crédito. A dedicação ortodoxa sobre valores importantes da Continuidade Judaica, a educação (chinuch), constitui um bom exemplo para toda a comunidade judia. Inclusive o secularista declarado Nahum Goldman Z”L (O extinto presidente do Congresso Judeu Mundial), sempre dizia que é mais seguro entregar Chinuch, programas de educação judia nas mãos dos ortodoxos, são eles os que obtêm os melhores resultados. São eles os que conseguem aprofundar mais na identidade judia. São eles também os que levam os meninos para encher as classes. Nossa postura deve manter um bom equilíbrio, é certo que muitas vezes setores da ortodoxia judaica ou establishment ortodoxo (não incluindo os Sionistas Religiosos) usam o poder político e financeiro para reprimir o judaísmo localizado mais a esquerda do espectro judaico como assim também criticando a nossos irmãos judeus que pertencem a uma ortodoxia moderada (The Modern Ortodox).
Porém devemos, com um dialogo e uma posição equilibrada incentivar ao mesmo tempo a relação com nossos irmãos judeus ortodoxos moderados como também reconhecer os esforços do setor mais ortodoxo por manter a continuidade, mas marcando-lhes os erros por sua intolerância no comportamento à respeito daqueles que vivem e são de uma concepção diferente. É necessário que haja um diálogo constante entre judeus liberais e ortodoxos em todos os níveis, não só entre rabinos e dirigentes comunitários senão, principalmente, entre as massas.
Se estamos conseguindo superar através do diálogo, 2000 anos de ódio e desconfiança entre cristãos e judeus (apesar da existência de setores totalmente totalitários em sua cognitiva forma de atuar), certamente somos capazes de superar o ódio e a desconfiança entre judeus e judeus, que é muito mais importante. Vivemos hoje em dia em sociedades abertas e pluralistas, os judeus estão expostos a diversos modos de vida alternativos. Em cada ambiente, quanto mais modalidades de vida judia à comunidade ofereça, maior o número de judeus que escolherá uma entre estas opções, fortalecendo assim ao povo judeu como um todo. Se limitarmos as opções judias, a gente vai terminar por escolher opções não judias. É um princípio elemental de marketing.
Ainda nesta ética de respeito mútuo, as diferentes correntes dentro do judaísmo, necessitam da singularidade umas das outras para encher suas próprias carências internas; cada grupo necessita ajuda dos outros, da presença dos outros. O movimento liberal precisa aprofundar seu sentido de tradição. Através do contato com uma família ortodoxa, o judeu não ortodoxo pode captar melhor a beleza do Shabat e pode inclusive começar a observar estas tradições em seu próprio lar. A comunidade ortodoxa por sua vez precisa aumentar sua capacidade de responder com sensibilidade às questões universais contemporâneas. É uma das melhores formas de motivar aos judeus ortodoxos no sentido da ação social seria através do conteúdo e contato com judeus liberais comprometidos neste campo. Existem, obviamente, diferenças irreconciliáveis, mas isto não deve nos impedir a todos nós procurar áreas de cooperação, interesse mútuo, e o apoio ao Estado do Israel em primeiro lugar, sem realizar criticas destrutivas que dêm lugar a alimentar culturalmente o ódio.
Trabalho em prol do Chinuch e Tarbut, educação judia, e cultura judia. O diálogo dentro da comunidade, não só diálogo fora da comunidade. Este diálogo vai ter que envolver, inicialmente, a judeus moderados de ambos os lados, com a esperança de que com o passar do tempo um número maior de judeus ortodoxos se torne mais moderado, mais moderado não em seu grau de observância a não ser em sua receptividade aos judeus de outras denominações. Neste ínterim, assim como os moderados da ala ortodoxa são atacadas pelos extremistas por querer dialogar e cooperar, também, os judeus liberais, não podem deixar-se intimidar pelos radicais dentro das próprias fileiras, aqueles que se opõem a qualquer forma de diálogo. A meta prioritária para os judeus no começo de um novo milênio é irmanar-se aos judeus; o ódio gratuito só pode ser superado por Ahavat Chinam, amor infundado, assim expressava o Grã Rabino Abraham Itschac Hacohen Kook Z”L (Grã Rabino de Erets Israel antes da criação do estado de Israel e pai do Sionismo Religioso). Há amigos que podem ser conquistados, alianças que se podem formar, uniões que se podem consolidar, novas opções que se podem encontrar. A não ser que os judeus aprendam a reconhecer uns aos outros, perderão o reconhecimento dos não judeus. Então em vez de procurar o fracasso uns dos outros, acredito que devemos rezar e trabalhar pelo bem-estar e êxito uns dos outros. Para combater o extremismo judeu necessitamos judeus conscientes, equilibrados, moderados, judeus tolerantes e compreensivos. No cenário da vida judia contemporânea, tão carente de moderação política e religiosa é necessária a dose de tradicionalismo e continuidade.
Necessários são os judeus que assumam com orgulho e dignidade sua condição judia e ao mesmo tempo apóiem o diálogo com representantes de outras correntes. São necessários sionistas que se dediquem de corpo e alma ao bem-estar do Estado do Israel e ao mesmo tempo se preocupem com os direitos humanos de outras minorias. No auge da ditadura, na Argentina, Uruguai e aqui no Brasil, na década do 70 os militares enviaram uma mensagem aos líderes dos movimentos juvenis: Cuidem dos radicais, que nós cuidamos dos nossos. Esse é o papel dos judeus na América Latina, acredito. Então, dentro de nossas limitações, cuidar de nossos radicais, tratar de que sua percepção da verdade não passe disso, uma mera percepção e como tal pode ser parcial e desviada, tratar de lhes mostrar que somos todos filhos de um mesmo D’us e portanto somos todos irmãos e lhes mostrar que só alcançaremos nossos objetivos judeus se desarmarmos o espírito e nos empenhamos com determinação no entendimento mútuo. Nosso Primeiro Ministro Ariel Sharon deu mostra de seu equilíbrio, em seus desejos em procura da Paz, apesar de que ainda não encontrou-se um interlocutor.
Meu sonho para o judaísmo latino-americano, para que haja um futuro quantitativo e qualitativo: eu gostaria que houvesse mais harmonia dentro das comunidades judaicas, mais respeito entre rabinos, mais respeito entre dirigentes comunitários, mais compreensão entre judeus ortodoxos e liberais, ashquenazim e sefaradim. E que as divergências se restrinjam às idéias e não se apóiem em vaidades pessoais e jogos de poder. É meu sonho, eu gostaria que houvesse mais conteúdo judeu nos projetos comunitários e menos ostentação. Eu gostaria que se desse aos intelectuais judeus na América Latina o mesmo status que se dá aos empresários judeus. Eu gostaria que os judeus latino-americanos se conscientizassem de que seu destino está intrinsecamente ligado ao destino de Israel e que tal conscientização se reflita em atos concretos de solidariedade. No novo milênio há problemas externos que devem ser superados, mas os primeiros passos são enfrentar e vencer os desafios internos. E que o inicio de ano nos traga motivos para acreditar que tempos melhores virão para nossa Comunidade, para o Estado de Israel, para o Povo Judeu, para a sociedade de Israel. Que assim seja. AMÉN
Pensamento Judaico a respeito da Ecologia

A curiosidade bíblica tem no Salmo 104 (Versículos 10 a 24) e um dos exemplos mais formosos do conhecimento do habitat natural dos animais e o ciclo de vida terrestre: “Ordenaste às fontes que alimentassem regatos, que estes corressem pelos vales entre as montanhas. Dão, assim de beber a todos os animais dos campos e satisfazem a sede de todos os silvestres. Perto deles habitam as do céu e, de entre os ramos das árvores, entoam seu canto, Regas as montanhas do alto de Tua morada e se farta a terra do fruto de tuas obras. Fazes crescer relva para o gado e plantas para uso do homem, para que da terra possa extrair seu pão, e também o vinho que alegra seu coração, bem como óleo que lhe faz reluzir o rosto. Fartam-se de seiva as árvores do Eterno, os cedros do Líbano por Ele plantados, onde os pássaros constroem seus ninhos e os ciprestes se abrigam as cegonhas. Os altos montes são refúgio para os cabritos, e as rochas para os coelhos. Para marcar as estações criaste a lua, e ao sol determinaste o tempo de seu ocaso. Estendes o manto da escuridão e faz-se a noite, quando despertam e vagueiam as feras da floresta. Os filhotes do leão rugem por sua presa, e buscam de D’us seu alimento. Quando nasce o sol, eles recolhem a seus covis. Sai o homem para seu trabalho e sua obra até a tarde. Quão imensa é a multiplicidade de Tuas obras!
O conhecimento da criação leva a admiração pelo Criador. Por isso os grandes professores talmúdicos admiravam o natural. Nas academias babilônicas da Sura e Pumbedita (ex-babilônia hoje Irak, século III até VII), Aba Arija e o Rabino Iehudáh ensinavam que o Criador "o bará davar echad lebatalá", fez tudo com algum propósito. Nesse contexto explicaram a existência da lesma, a mosca, o mosquito, a serpente e a aranha, em uma página talmúdica em que deste modo se mencionam costumes de muitos animais: leão, elefante, águia, baleia, cabra, ovelha, camelo, boi, lagosta, galinha, peixes, serpente e porco.
Outros rabinos que estudaram os processos do mundo animal nos sugerem como preservar as gazelas em seu habitat natural, ou ao homem em um estado de saúde (o tratado Taanit do talmud Babilônico menciona uma peste que afetava a porcos, que por ter intestinos parecidos com os humanos podiam produzir contágios letais).
Entre os professores se destaca Shimon Ben Chalafta (Século. II) a quem estavam acostumados a chamar "experimentador de todas as coisas". Ao ler o provérbio bíblico de que o preguiçoso deveria aprender da formiga porque sabiamente prepara no verão seu alimento e recolhe sua comida durante a ceifa, Rabi Shimon Ben Chalafta decidiu certificar-se se atrás da mensagem moral, efetivamente essa previsão tem lugar, ou se tratava de uma mera metáfora do Rei Salomão (Shelomo).
A intimidade com a amada natureza descobre a harmonia que sustenta o universo criado. Na Gênese, cada parte da Criação se rubrica quando "vê D’us que é bom". A partir dai, o ideal da ordem natural povoa nossas fontes. Quando D’us espeta ao Jô – Iov - (39:1) Contemplou você as cervas quando dão a luz?, O Talmud esclarece: "Ao agachar-se para parir as cabras monteses, sobem a uma montanha. Deste modo, a cria pode cair e morrer. Mas D’us tem pronta uma águia para que a recolha em suas asas e a ponha diante da mãe. Se a águia chegasse um segundo antes ou depois, a cabrita morreria".
A percepção de uma natureza harmoniosa chega a sua cúspide na visão messiânica do Isaías: "habitará o lobo com o cordeiro, e o tigre se deitará com o cabrito; o bezerro, o filhote do leão e o porco andarão juntos, e um menino os conduzirá. Encher-se-á a Terra de conhecimento do Senhor".
Nesse ideal teleológico, o homem reconhece a inter-relação entre os distintos tipos de vida, e, portanto, será consciente de que toda mudança que exerça artificialmente em um sistema natural, pode prejudicar esse sistema.
Em contraste, a tecnologia procedeu com uma soberba que transcende ideologias, e se desenvolveu sem ter em conta a capacidade limitada do capital biológico representado pelo ecossistema. O homem considerou os recursos naturais e a vida animal como uma herança de que pode dispor a seu desejo. Mas a repreensão bíblica é dupla: por um lado "encham a Terra e dominem" e, simultaneamente, "cuidar o jardim".
Para proteger nossa Terra devem proteger-se seus recursos. Quando há quatro milênios o patriarca Abraham se separa de seu sobrinho Lot, justifica-o com "que a terra não é suficiente" para que a habitassem juntos. Com efeito, apascentar excessivo gado, especialmente ovino, pode esterilizar uma área fértil de pastoreio. Por isso Abraham e seus rebanhos tomam a direção oposta do Lot, para as serras do Hebrón, aonde o patriarca escolhe morar no Elonê Mamré (as Planícies de Mamré) e não sobre chãos cultivados.
Fiel à tradição judaica de amparo da natureza, o Estado do Israel criou em 1964 a Direção Nacional de Reservas Naturais. Quase trezentas reservas já foram demarcadas, cobrindo uma extensão de cento e sessenta mil hectares. As espécies protegidas nelas incluem vegetais como o carvalho e a palmeira, e animais como o leopardo, a gazela, íbex (cabra montês) e o abutre. Quanto aos animais, as fontes bíblicas são muito específicas em seu amparo. A comida inicial que Adão tinha ao seu dispor era de frutos e vegetais comestíveis. O Talmud, em uma clara apologia do vegetarianismo, interpreta que existia uma proibição de comer carne, que finalmente se permitiu na época do Noé, e só como transação.
O coração da mensagem ecologista é o amparo do bem comum, começando pelo planeta que compartilhamos, a casa que devemos manter: "cuidar o jardim". A terra é a matriz do homem: "dela provimos e a ela encaminhamos" (a voz "homem" em hebreu, "Adam" é da raiz "terra", "adamá"). Arón David Gordon levou essa idéia ao judaísmo contemporâneo, quando sustentou que o essencial do sionismo moderno consiste em fazer retornar ao povo judeu ao contato com a terra, à sociedade criadora que surge de lavrar o chão que nos deu.
A Bíblia provê leis ideais para o descanso da terra, como a "shemitá" ou ano sabático. Maimônides dedica muitas páginas de seu "Guia dos Perplexos" à questão (3:31) e explica que a finalidade do ano de aro não se reduz a "a comiseração e liberalidade para os homens" mas também a "que a terra se torne mais fértil, fortalecendo-se pelo descanso".
Outro conceito vital de nossas fontes é o do Baal Tashjit, o veto talmúdico contra a dilapidação, que deriva da proibição bíblica de destruir árvores: "Quando sitiar uma cidade ao combater contra ela para conquistá-la, não destrua suas árvores com sua tocha, porque deles te alimentas. Não terá que achar, porque a árvore do campo é como um homem. Só da árvore de que saiba que não é alimentício poderá cortar a fim de construir a fortaleza contra a cidade que te declara a guerra".
Um relato talmúdico do Rabino Eleazar compara a criação do mundo com a de um rei que criou um palácio em um depósito de lixo. Nossa missão é em efeito converter nossa casa em um lugar agradável e prazenteiro. Esse seria o melhor louvor ao Criador, posto que já o diz o salmista: "Iehalelú Hashamaim vehamaim...", Elogiá-lo-ão os céus e as águas. Limpos uns, cristalinas as outras.
As Verdadeiras Pedras

Recentemente ouvi uma história que me deu uma tremenda percepção sobre a vida, que eu precisava compartilhar com vocês.

Um professor de ciências de um colégio queria demonstrar um conceito a seus alunos. Ele pegou um vaso de boca larga e colocou algumas pedras dentro. Então perguntou à classe: “Está cheio?” Unanimemente responderam: “Sim!”

O professor então pegou um balde de pedregulhos e virou dentro do vaso. Os pequenos pedregulhos se alojaram nos espaços entre as rochas grandes. Então perguntou aos alunos: “E agora, está cheio ?” Desta vez alguns estavam excitantes, mas a maioria respondeu: ‘Sim!”

O professor então levantou uma lata de areia e começou a derramar a areia dentro do vaso. A areia preencheu os espaços entre os pedregulhos. Pela terceira vez o professor perguntou: “Está cheio?” Agora a maioria dos alunos estava mais precavida, mas novamente muitos responderam: ‘Sim!”

O professor, então, mandou trazer um jarro cheio de água e jogou-a dentro do vaso. A água saturou a areia. Neste ponto, o professou perguntou para a classe: “Qual o objetivo desta demonstração?”

Um jovem e brilhante aluno levantou a mão e respondeu: «Não importa o quanto a “agenda” da vida de alguém esteja cheia, ele sempre conseguirá "espremer" dentro mais coisas!»

“Não”, respondeu o professor. “O ponto é o seguinte: a menos que você coloque as pedras grandes em primeiro lugar dentro do vaso, nunca mais as conseguirá colocar lá dentro”. As pedras grandes são as coisas importantes de sua vida: sua família, seus amigos, seu crescimento pessoal. Se você preencher sua vida com coisas pequenas, como demonstrei com os pedregulhos, a areia e a água, nunca terá tempo para as coisas importantes.

Dedicar-se a estabelecer as metas que devem ser os paradigmas de nosso futuro na Comunidade, é parte das pedras grandes. As discussões, as invejas, os comentários vãos formam o caráter dos medíocres, e maior herança que se pode deixar para nossos futuros, são aquilo que foi o referencial que marco ao povo de Israel como Or Hagolá, a Luz na diáspora, conhecimento, vivencia, alegria e humos, decisão de superar os desafios, e não que eles nos manejem.

Então, quais são as “Grandes Pedras” de sua vida? Passar algum tempo com seus filhos, seus pais ou seu esposo/esposa? Ir a um seminário ou a aulas para adquirir as informações e perspectivas que precisa para ter sucesso? Usar seu tempo para estabelecer metas, planejamentos ou avaliar seu progresso? Construir uma Comunidade, onde o crescimento esteja baseado no conhecimento?

Quando estiver incomodado com a falta de tempo para fazer suas coisas, lembre-se da história sobre as Grandes Pedras e o Vaso!

domingo, junho 15, 2008


EL TRANSPLANTE DE ÓRGANOS, LA VISIÓN JUDAICA DE ESTE TEMA


Trasplantes y donación de órganos


Hace varios meses escribí, sin entrar en detalles, acerca del debate entre los estudiosos de las normas y la jurisprudencia religiosa respecto a los trasplantes y a la donación de órganos.

El tema es novedoso y difícil y la posición de los estudiosos judíos de los temas de la medicina y la ética no han sido popularizados todavía en la medida que permitan preparar a los miembros de la comunidad a confrontarse con ellos.

Tratar de escribir en lenguaje popular temas escabrosos de la medicina y de difícil comprensión de la halajá conlleva no pocos desafíos, ya que siempre se pecará por insuficientes o de complicados. Pero, el esfuerzo vale la pena.

Muchos tabúes existen todavía y es sabido que sólo la idea de plantear como posible la muerte ya conlleva una dosis de dificultad.

La primera consecuencia de los mitos y el desconocimiento es que muchas personas apoyan la idea de recibir trasplantes, particularmente cuando deben enfrentarse a una necesidad inminente, pero muy pocos, y no importa su ideología, su credo o su nacionalidad, estén dispuestos a donar sus miembros o a autorizar, en la medida en la que la legislación o las normas éticas lo permitan, la utilización de los de sus familiares.


En las líneas siguientes trataré de participarles el pensamiento del Rabino Shlomó Aviner, autoridad halájica, que ha estudiado meticulosamente la normatividad religiosa judía sobre estos casos, pese a que, como es de suponer, su opinión no es aceptada unánimemente y que en cada caso particular, es menester una consulta específica.

Este tema trae consigo una enorme carga emocional, y simultáneamente intrincados problemas éticos que por plantear problemas nunca confrontados, obligan a profundas reflexiones. Es al mismo tiempo un examen acerca de la posibilidad de enfrentar las cuestiones más urgentes de nuestra época a partir de los instrumentos jurídicos y morales que la religión judía usó durante toda su historia y comprobar su viabilidad, aún desde el prisma más severo.

¿Es permitida la donación de órganos?

¿Es permitida la donación post-mortem de órganos para ser usados en trasplantes? ¿Se puede usar una tarjeta de donador?.
La respuesta de Aviner es: No sólo que es permitido donar los órganos, sino que es una mitzvá, un precepto positivo religioso fundamental porque ningún otro puede compararse al de salvar la vida del prójimo. Sin embargo, existen distintos problemas que hay que tomar en consideración, v.g.: la falta de sepultura de los órganos donados, el respeto por el cuerpo del fallecido, el aprovechamiento del cadáver. El principio judío de “pikuaj nefesh”, que permite anteponer la salvación de la vida de una persona a la aplicación estricta de cualquier otra normatividad, es preeminente y tiene mayor valor que los problemas enumerados. Es menester aclarar aquí que “pikuaj nefesh” amerita una definición meticulosa, pero que ya excede el marco de estas líneas.

¿El cuerpo del donante debe estar cerca en el tiempo y en el espacio al del receptor?

Un tema interesante es el relativo a la necesidad o no de tener frente al momento de la donación a la persona a la que se quiere ayudar. El principio general del Hanodá BiYehuda, según el cual para la norma de “pikuaj nefesh” se necesita que el enfermo esté frente, se ve respondido por el Jazón Ish que expresó que en nuestra época en la cual las comunicaciones están tan desarrolladas, lo que debe determinar no es la presencia física del enfermo sino la utilidad que se pueda lograr del acto. Este problema es fundamental para poder determinar si se deben brindar donaciones a bancos de piel, que luego conservarán a la misma, durante un tiempo indeterminado, hasta que sea usada para paliar quemaduras o infecciones, particularmente en caso de accidentes colectivos.

¿Curar la ceguera es “pikuaj nefesh”?

También en estos casos amerita definir nuevos elementos. ¿Acaso la pérdida de la visión en un ojo es un caso de pikuaj nefesh? ¿Se deben autorizar los trasplantes de córnea?. La respuesta del rabino Aviner, es positiva por las siguientes razones: Hay quienes opinan que la ceguera es un caso de vida o muerte; la córnea debe considerarse como si fuese piel; la córnea vuelve a vivir en el cuerpo de su nuevo portador, por lo que no puede considerarse como si fuese un miembro muerto.

Los trasplantes de corazón

Cuando el tema llega a los trasplantes de corazón o de hígado, hay un problema más grave. La operación debe realizarse muy cercanamente al instante en el que el corazón deja de funcionar, caso que no sucede con los riñones, que pueden mantenerse en condiciones para el trasplante durante un lapso mayor de tiempo. ¿Una persona cuyo corazón sigue palpitando pero cuyo cerebro ha dejado de dar señales, se considera vivo o muerto?. Este es un problema relativamente nuevo. Hasta hace pocos años, en el momento en que el cerebro dejaba de funcionar, automáticamente, la persona dejaba de respirar; la sangre dejaba de oxigenarse y la descomposición del cuerpo se hacía inevitable. En nuestros días, la respiración puede mantenerse artificialmente por mucho tiempo y el corazón puede seguir funcionando por su propia inercia. La fijación del momento de la muerte es un elemento fundamental en toda discusión ética. La sola idea de imaginar quitar una vida antes del tiempo con el fin que se desee no puede ser aceptada siquiera como suposición.

El momento de la muerte

Hace ya 16 años, el Rabinato Principal de Israel, decidió que la muerte cerebral, es considerada como muerte clínica, desde el punto de vista de la halajá y que el elemento a considerar es la posibilidad de respiración autónoma. No es suficiente que el cerebro superior esté destruido sino también las células encargadas de la respiración. Si ello se produjese, aún si el corazón continuara funcionando se considera que la persona ha muerto. Por ello, en los hospitales se debe comprobar la muerte y certificarla debidamente. Sólo en esos casos es posible la donación del corazón y del hígado del fallecido.

Para el judaísmo se debe evitar toda acción que pudiere interrumpir la vida, incluso de las personas que están agonizando. Salvar la vida del prójimo autoriza transgredir todas las normas prácticamente, pero no permite quitar la vida de otra persona. También se debe evitar toda posibilidad que un órgano extraído y no utilizado sea arrojado o destruido sin sepultura debida. Se debe tener la certeza razonable que estas normas sean observadas muy detenidamente por los médicos y las instituciones hospitalarias. En nuestros días, en Israel, se puede confiar que así ocurre. Esa situación obviamente cambia de país en país y de ciudad en ciudad, incluso de institución hospitalaria, particularmente cuando no existe una norma legal clara que traiga además castigos penales a quienes las transgredan.

La agonía

El estado de agonía ha permitido disquisiciones sumamente interesantes ya en la época talmúdica. La guemará en Baba Kama 6 B y en Sanedrín 78 A, nos conduce a pensar que existe una diferencia entre la categoría de agonía derivada de una enfermedad (causada por la mano celestial) con respecto a la agonía que sufre un lesionado y que fuera provocada por un accidente humano. Hay quienes ven en estas dos categorizaciones diferencias que eventualmente se podrían aplicar en la situación que analizamos, como en el caso en el que se debe escoger entre la vida de la mujer parturienta y el producto de su embarazo, en el que se decide que la vida de la parturienta es la que debe salvarse aún a costa de la criatura. Cuando una persona está agonizando por un accidente, puede ser comparada su situación con la de quien se encuentra sin conocimiento por un daño irreversible del cerebro.

El problema acerca del valor de dos vidas

El tema fue encarado en el Talmud por medio de un problema muy conocido de Masejet Baba Metzia 62A, cuando dos personas se encuentran en el desierto y disponen solamente de un poco de agua suficiente para que uno solo de ellos pueda sobrevivir, y lo que allí en un análisis superficial se establece es el principio de “mi vida prevalece frente a la de mi compañero” (El rabino Kuk de bendita memoria en Mishpat Cohen 143 y el Or Hajaim, establecieron que ese principio es optativo y que las personas pueden en esas circunstancias optar por brindarle la vida al compañero. También cita el Rabino Aviner a Rab Yehuda Hajasid, quien toma el ejemplo de Rabí Ruben ben Itztaraboli, que pidió que lo mataran en lugar de Rabí Akiva, porque su vida era menos valiosa que la de su maestro, y que comenta por lo tanto que en ciertas circunstancias, uno puede renunciar a su vida para salvar otra.

También se presenta el dilema entre dos amigos, acerca uno de los cuales se decidió su muerte y su amigo, por el dolor de la pérdida prefiere ofrendar su vida. (Halajot Ketanot 1, 229). El que ofrenda su vida en esas circunstancias es calificado de egoísta, pero aparentemente, no está haciendo nada incorrecto desde el punto de vista ético.

El Talmud de Jerusalén ordena a las personas a arriesgar sus vidas para salvar al prójimo. Contamos con un relato acerca de Reish Lakish, cuando delincuentes secuestraron a un sabio y él proclamó: - Iré a rescatarlo, o los mato a ellos o ellos me matarán a mí.

Si bien, tú vida tiene preeminencia sobre la de tu compañero, la vida del otro es anterior a la duda respecto a la cuestión de si saldrás vivo de la acción que emprenderás.

En el momento de la resurrección, qué sucederá con los miembros amputados?

La pregunta correspondiente a la mística sobre qué sucederá con el cuerpo de la persona donante cuando llegue el momento de la resurrección, ya nuestros sabios previeron que en esos instantes todos los defectos estarán subsanados y el cuerpo volverá a su integridad. Cuando un miembro haya realizado una buena acción aún si faltara en el momento del entierro, surgirá y brillará en el momento de la resurrección.

Cuando tantos temas de la actualidad israelí obtienen titulares en los periódicos del mundo, es bueno tener presente, que cuestiones como la descrita sucintamente son también parte de la realidad cotidiana.

Judaísmo e Futebol, Só um jogo?

Judaísmo e Futebol



Em 1900, os irmãos Neils e Harald Bohr, na Dinamarca, tornaram-se famosos jogadores de futebol na Escandinávia. Em 1908, Harald ganhou uma medalha de prata no campeonato futebolístico da primeira Olímpiada com essa modalidade. Outros ganhadores de medalhas olímpicas de ouro foram Sandor Geller (Hungria, 1952), Boris Razinsky (URSS, 956) e Arpad Orban (Hungria, 1964).
Nos anos vinte, o Hacoach-Viena, um extraordinário time de futebol judaico-austríaco, jogou várias partidas em Israel e nos Estados Unidos. Em Nova Iorque, no ano de 1926, o Hakoach-Viena conseguiu reunir, numa única partida, um público de 46 mil torcedores. Este recorde não foi quebrado durante 40 anos. Muitos dos jogadores do Hakoach-Viena deixaram a Áustria na década de trinta e seguiram carreira em Israel e nos EUA.
Os irmãos austríacos Hugo e Willy Miesel, tornaram-se destacadas personalidades no cenário futebolístico. Willy veio a ser um dos mais respeitados escritores esportivos da Europa e já tinha sido goleiro da seleção da Áustria. Por sua vez, Hugo foi um dos fundadores da Copa do Mundo, em 1927 e liderou a Associação Austríaca de Futebol nos anos trinta.
A Hungria foi outro país que produziu muitos bons jogadores, técnicos e administradores de futebol judeus. O primeiro nome dessa lista é Alfred Hajos (Guttmann), membro do primeiro selecionado magiar. Outro destaque foi Bella Guttmann, que atuou no MTK de Budapest e, nas décadas de cinqüenta e sessenta, foi um dos melhores técnicos em todo o mundo, como no Benfica de Portugal, com o genial Eusébio.
Mikhail Romm foi um dos organizadores do futebol soviético na década de vinte, enquanto Mikhail Loshinsky defendeu as cores da URSS antes da Segunda Guerra Mundial. Na Inglaterra, Mark Lazarus jogou profissionalmente no reino, disputando uma final de campeonato em Wembley em 1967. Johann Cruoyff foi um dos maiores craques do Ajax e da seleção holandesa, vice-campeã e sensação da Copa de 1974. Tornou-se, mais tarde, técnico do Barcelona, onde brilhou o garoto tetra-campeão Romário.
A Federação de Futebol de Israel foi fundada em 1928. Sua primeira partida internacional foi jogada em 1934. O primeiro time representante do Estado de Israel jogou peela primeira vez em Nova Iorque, em 1948, ano da independência do Estado judeu. Israel chegou às quartas de final em 1968, nos Jogos Olímpicos do México, onde em 1970 (ano do saudoso tri da seleção canarinho de Pelé), os israelenses marcaram sua única participação em Copa do Mundo, garantindo um empate sem gol com a Itália, vice-campeã do torneio.
Em 1981 Israel conseguiu um dos seus melhores resultados: 4 a 1 em cima de Portugal, nas eliminatórias da Copa. No final dos anos oitenta, o grandes futebolistas israelenses eram Eli Ohana, David Pizanti e Ronni Rozenthal, todos com atuação em equipes européias. Nas eliminatórias para a Copa de 1994, Israel conseguiu vencer a França em Paris e empatar com a Bulgária (quarta colocada na Copa) em Sofia.
O pioneiro do futebol (soccer) nos Estados Unidos foi Nathan Agar, nascido em 1887. Agar introduziu o futebol na região de Nova Iorque em 1904 e ajudou a fundar Associação de Futebol dos Estados Unidos em 1913. No Brasil, por ironia da história, quase não há destaque judaico no futebol, verdadeiro esporte nacional. Somente Arthur Friedenreich, no início do século, destacou-se como jogador, tendo alcançado o surpreendente recorde de 1.329 gols em sua carreira, inclusive o que deu o campeonato sul-americano ao Brasil em 1919. No campo administrativo, merece menção Jaime Franco, diretor do São Paulo Futebol Clube, bi-campeão mundial.
Em argentina, existiram varios jogadores de origem judaico, um dos mais famosos foi Daniel Brailovsky, que até pouco tempo atrás no inicio do ano 2008, foi tecnico da América de México, hoje comentarista da ESPN.

sábado, junho 07, 2008




Eclipse e Judaísmo


Se vocês estão lendo estas linhas, o mundo ainda não acabou e as profecias apocalípticas não se concretizaram. Uma pergunta muito me intriga: notaram a multidão que se mobiliza para acompanhar o eclipse solar, na esperança de contemplar os últimos minutos de nosso planeta? Imaginem agora se estas pessoas, em vez disso, utilizassem esse tempo perdido em prol de um trabalho comunitário; algo em prol de um semelhante. Não precisamos esperar por uma profecia, a colisão de um astro ou qualquer outra coisa para visualizarmos o fim do mundo. Podemos acabá-lo agora mesmo, com as armas da indiferença e passividade. Ou, por outro lado, podemos reconstruí-lo.
Podemos transformar nosso planeta numa fortaleza de amor e esperança, fraternidade e harmonia, forte e resistente ante qualquer adversidade. Estamos entrando no mês de Siván, o mês da entrega da Toráh. Dizem que a entrega da Toráh sucedeu num monte que era o mais baixo de todos porem, com muita vegetação. A tal ponto a palavra Sinai, vem de Snéh ou Senéh, que quer dizer arbusto.
Pensemos em como podemos ser úteis e melhorar o mundo. Fazendo isso, estaremos melhorando-nos mesmos. E, não duvidem: nos podemos! Depende, apenas, de como utilizamos nosso tempo...
Os sábios talmúdicos também eram versados em astronomia, uma vez que, para calcular datas (antigamente não existiam calendários impressos como hoje em dia), precisavam ter um grande conhecimento a respeito dos astros e suas órbitas. Talvez o mais conhecido seja Maimônides (RaMBaM, sec. XII) que, em sua obra Mishnê Toráh (explicação dos mandamentos ou preceitos), traz complicadíssimos cálculos sobre o sol e a lua.
Menos conhecidos, talvez, sejam os cálculos de Rabi Ieoshua ben Chanania (sec. I) que, no Talmud Babilônico (Tratado Horaiot 10a), fala sobre uma estrela que aparece a cada setenta anos. Já ouviram falar sobre o cometa Halley, descoberto em 1682?. Vários estudiosos, sábios conhecedores de ciência e do Talmud, afirmaram tratar-se do mesmo astro.
Com relação ao eclipse, as previsões catastróficas e maus presságios, que foram mencionados nos últimos dias, também podemos encontrar as fontes no Talmud Babilônico (Tratado Sucáh 29a), mas como uma visão mas educadora e não de forma calamitosa que foi apresentada pela mídia, como o seguinte exemplo: "Um eclipse solar e um mau sinal para o mundo". Explica o Talmud, que isto pode ser comparando a Um rei, que ofereceu um banquete para seus súbditos e diante deles colocou uma luminária, lhes irritou sua visão. Ele diz, se eu excluiu essa luminária que esta diante de vocês se assentará à escuridão. Diz Rabí Meir: O banquete, no nosso caso, é o mundo em que vivemos, a diminuição da luz solar faz com que aproveitemos menos nossa festa da vida. Por que isto ocorre? Segundo os sábios da época talmúdica, entre outras razoes, pelo declínio moral e espiritual da sociedade. Coincidência ou não...!?

quinta-feira, junho 05, 2008

Palestra para os Pais.

Elie Wiesel, reconhecido, universalmente como o escritor do Holocausto resumiu nossa inigualável sobrevivência atual com as seguintes palavras: “Nós somos a mais amaldiçoada e a mais abençoada de todas as gerações. Somos a geração de Job, mas também somos a geração de Jerusalém.”
A tentativa de genocídio de nosso povo e o retorno subseqüente á nossa Terra Mãe, prometida biblicamente, serão, certamente, anotados pelos historiadores como dois dos acontecimentos religiosos mais significativos do século XX.
Outra realidade da vida judaica, conseqüência do holocausto e do renascimento de Israel, tem um significado relativamente maior:
O indescritível assassinato de seis milhões de inocentes que desapareceram só porque eram judeus levaram os sobreviventes a procurar uma melhor compreensão de sua tradição e de sua herança, que foram quase apagadas.
A suprema ironia da era posterior ao nazismo é que a Solução Final deu origem a um renascimento religioso, o movimento dos baalê teshuváh – retorno religioso á nossa fé - nunca antes testemunhada na história judaica com tamanha intensidade e com tal quantidade.

D’us não morreu em Auschwitz.

O que tornou-se, metaforicamente, claro para Moshéh no seu primeiro encontro com o Todo Poderoso, tornou-se, miraculosamente, aparente ao contemplarmos o fracasso de Hitler, o moderno Haman, quando procurou destruir totalmente o nosso povo.
Por que D’us manifestou-se inicialmente a Moshé, escolhendo-o para liderar o povo da escravidão para a liberdade, “em um arbusto (em hebraico senéh) que queimava pelo fogo e não era consumido?”
Não tencionava demonstrar que podia fazer milagres.Poderia ser escolhido outro entre uma infinidade de feitos diferentes. Mas o snéh ou seneh (a palavra hebraica para arbusto), e o lugar posteriormente denominado Sinai,onde a Toráh nos foi concedida- era uma planta cuja indestrutibilidade serviria como um paradigma do poder inigualável do povo judeu não ser consumido, através da história.
Contra todas as leis da natureza, correndo contra todos os princípios da história, como codificados por historiadores como Toynbee e contra o exemplo de todas as nações que existiram antes, ou ao mesmo tempo que nós e que já desapareceram, os judeus foram oferecidos aos fogos, dos crematórios e das tochas, de incontáveis inimigos “não foram consumidos”.
Os atuais sobreviventes dos horrores nazistas podem ser desculpados se a sua resposta teológica à perda de aproximadamente dois terços de nosso povo, foi a rejeição de D’us dos seus pais.
Na verdade, muitos escolheram a estrada da negação religiosa.
Muitos outros viram naqueles eventos irracionais um desafio espiritual.
Não foi D’us no céu que falou aos seus filhos, mas os seres humanos aqui embaixo que demonstraram quão bárbaros são os seus comportamentos quando guiados unicamente pelos padrões e valores seculares.

Os alemães nos deixaram questões – seis milhões no mínimo. Tornou-se uma suprema tarefa da geração pós-holocausto procurar e investigar, perguntar e refletir, tentar compreender uma fé que passou pelos testes do tempo,mas parece ter perdido o confronto com a razão e a crença continua e permanente em um Deus onipotente e beneficente.
Milhares de anos atrás, durante o primeiro Holocausto na história judaica, que aconteceu no Egito,o grito da luta foi: “Deixe o meu povo ir” ( “Let my people go”).Em nosso tempo, conseqüência de um período de incompreensão o Rabí Steinzaltz deu origem a um novo slogan: “Deixe o meu povo conhecer” ( “Let my people know”).
O conhecimento é mais forte que o poder.Como Salomão escreveu no livro dos Provérbios: “Se lhe falta conhecimento, o que é que você tem? Se você tem conhecimento o que é que lhe falta? Os sobreviventes têm que saber o propósito do seu advento, de sua existência”.
E a resposta deve ser mais que a banal referência a uma “tradição” ou a um “violinista no telhado”.
“Deixe o meu povo conhecer” - e dezenas de milhares de judeus, nos Estados Unidos, na Europa, em Israel procuraram resposta nas sinagogas, nos cursos de educação para adultos, nos programas de estudos judaicos, nos grupos de estudos chavuráh. E, centenas de novas escolas floresceram para dar sustento espiritual aos sedentos de conhecimento judaico, de nossa geração.

De onde surgiram tantos baalê teshuváh?
Os místicos sugerem uma resposta fascinante. Seis milhões de pessoas desaparecem. Entre elas, aproximadamente, dois milhões de crianças –bebês jovens e adolescentes- impedidas de exercerem o seu potencial de vida.
É possível que D’us lhes tenha dado “segunda oportunidade” e que de fato a grandeza do movimento dos baalê teshuváh, reflete aquela multidão de almas que reencarnaram e estão espalhadas pelo mundo?
E aqui no Brasil e na América Latina será que essas almas reencarnaram?
Parece que o holocausto da assimilação vai nos consumindo se não conseguirmos incendiar o arbusto de nossa sobrevivência. O que fazer para despertar nossas comunidades para o fogo que não consome e que da vida?

A resposta esta, no meu entender, no slogan do Rabi Adin Steinzaltz:
“Deixe o meu povo conhecer”!
Deixe o meu povo conhecer a nossa história.
Deixe o povo conhecer a história de nossos sábios. Deixe o povo conhecer como sobrevivemos a 4000 anos de história.
Deixe meu povo conhecer que somos mais ou menos 15 milhões - menos de um terço de por cento de cinco bilhões de habitantes deste planeta e que apesar de numericamente pequenos, somos ainda uma luz para toda a humanidade. Não é uma pena deixar de ser judeu?
Apesar de todas as perseguições e sofrimento, não somos um povo de coitados. Não devemos ter vergonha de nós mesmos.
Somos o único povo que tem uma história que permeia todas as civilizações, por 4000 mil anos.

Temos que encontrar os meios para ensinar a nós judeus a conhecer a nossa história e quem somos nós.

A nossa sobrevivência entre os povos durante, 4000 anos, passo por muitas épocas distintas:

1) A época de Nossos Pais, de Abraham até a conquista de Canaã.
2) A Primeira Comunidade de 1200 até 586 antes da era comum (a.e.c.) .É a idade dos juízes, reis e profetas, de guerras divisões e rebeliões e também o nascimento de grandes verdades espirituais. Nesta época o primeiro templo foi destruído.
3) A Segunda Comunidade de586 a.e.c. até ao ano 70 da era comum (e.c.). Inclui a época da Diáspora dos judeus da Babilônia, o retorno e reconstrução do Templo, os contactos com os Persas e os Gregos, a luta dos Chasmoneus e o jugo dos Romanos. E nesta época aconteceu a destruição do Segundo Templo
4) A história dos judeus do leste. Período do crescimento e declínio dos judeus na Babilônia e na Palestina durante mil anos da era comum, período do desenvolvimento do Talmud. Do aparecimento das religiões ocidental e oriental que se originam do judaísmo.
5) A Idade Média na Europa. Ela se entrelaça com a época anterior, pois os judeus traçaram sua história um ou dois séculos antes da era comum. As comunidades européias eram tão diferentes na sua origem e desenvolvimento que é impossível distingui-las dos judeus do leste. É dessa época o assentamento dos judeus em várias partes da Europa e a participação dos judeus no lento crescimento da cultura européia, as cruzadas e todas as desgraças que se seguiram.
6) A Época Moderna: do iluminismo, da revolução industrial,do holocausto e do renascimento do Estado de Israel.

Todas as civilizações que conhecemos deixaram um registro de sua história. Através de coisas materiais. Sabemos disso pelas tábuas de pedras e pelas ruínas escavadas pelos arqueólogos.
Tomamos conhecimento dos judeus, da nossa história e sobrevivência, desde os tempos primitivos ou imemoriais, principalmente pelas idéias que ensinavam e do seu impacto sobre outros povos e civilizações. Existem poucas tábuas, ou nenhuma, deixadas pelos judeus de antigamente, contando sobre batalhas e poucas são as ruínas contando o antigo esplendor.

O paradoxo é que os povos que deixaram monumentos como registro de sua existência desapareceram com o tempo, enquanto os judeus, que deixaram idéias, sobreviveram.
A história mundial conferiu aos judeus seis desafios que ameaçaram sua sobrevivência. Os judeus emergiram desses desafios e viveram para enfrentar desafios subseqüentes.
O mundo pagão foi o primeiro desafio da sobrevivência judaica...
Os judeus eram um pequeno bando de nômades, atores extras entre potências tais como a Babilônia, Assíria,Fenícia ,Egito, Pérsia.

Como conseguiram sobreviver como grupo cultural durante 1700 anos de sua história, enquanto todas as outras nações entraram em conflito e foram aniquiladas?
O que salvou os judeus foram as suas idéias com as quais responderam a todos os perigos que enfrentavam.
Tendo sobrevivido a 1700 anos de peregrinações e perseguições, escravidão, dizimação em batalhas e em exílios, os judeus retornaram a sua terra natal para encontrar-se com o período greco-romano de sua história.
Este foi o segundo desafio e foi um verdadeiro milagre que os judeus sobreviveram.
Tudo que era tocado pela Hélade (Grécia antiga) durante os anos mágicos de sua grandeza tornou-se helenizado, incluindo seus conquistadores: os romanos.
A religião grega, a sua arte e literatura; as legiões romanas, a legislação e a forma de governo- deixaram um sinete indelével em todo o mundo civilizado.
Entretanto, quando as legiões romanas foram derrotadas, sua cultura entrou em colapso e morreu.
As nações que foram subjugadas primeiras pelos gregos depois pelos romanos desapareceram. Novas nações surgiram pelas forças das armas. Os judeus permaneceram, sobreviveram, não pela força dos seus braços mas pela força de suas idéias.

O terceiro desafio que os judeus enfrentaram consiste em um fenômeno incomparável e sem paralelo na história.

Foram criados “dois judaísmos, ou duas vertentes do judaísmo”: uma, na Palestina; e, outra, iniciada na diáspora babilônica (palavra diáspora derivada do grego significa Dispersão). A diáspora, ainda hoje, é o conjunto de judeus espalhados pelos quatros cantos do mundo gentio e portanto fora da Palestina, hoje Israel.
Foi também a era da fragmentação do povo judeu em pequenos grupos, dispersos através de imensas áreas de terras e entre culturas, as mais divergentes, que se estende desde a época da expulsão dos judeus de Jerusalém pelos babilônios no VI século a.e.c. até o período no qual os judeus foram liberados dos guetos, no século XIX da e.c.
Como os judeus puderam manter-se longe da assimilação e da absorção em um mar de povos estranhos em torno deles?
Os judeus enfrentaram este desafio criando um código religioso legal- o Talmud Babilônico e o Talmud de Jerusalém. O Talmud sérvio de força aglutinadora e de reorganização espiritual. Esta foi a “Idade Talmúdica” de nossa história.
No VII século, o judaísmo deu origem à religião maometana.

E, este foi o quarto desafio que os judeus tiveram que enfrentar.

Em cem anos, o Império Maometano, o Islã, cresceu para desafiar a civilização ocidental. No meio dessa religião, os judeus, não apenas sobreviveram, como ascenderam a um dos mais elevados píncaros de sua história na literatura, na ciência e intelectualmente. O judeu desta época tornou-se estadista, filósofo, médico, cientista, homem de negócios, capitalista cosmopolita. O árabe torno-se a sua língua mater. Setecentos anos se passaram e o pêndulo oscilou. O mundo islâmico desintegrou-se e a cultura desintegrou-se com ele.

O quinto desafio foi a Idade Média.

Este foi o período mais negro da humanidade tanto para os judeus como para o homem ocidental. Foi um período de luta contra a extinção que durou 1200 anos. Todas as nações não cristãs foram derrotadas em nome da cruz, exceto os judeus. Os judeus emergiram deste período negro espiritualmente e culturalmente vivos.
As idéias lançadas pelos seus grandes eruditos foram testadas e passaram pelo teste da sobrevivência
Quando as paredes dos guetos caíram,os judeus tornaram-se parte integrante do tecido da civilização ocidental, em menos de uma geração. No transcurso de uma geração e ainda sob as sombras do gueto tornaram-se primeiros ministros, capitães da indústria, líderes militares membros privilegiados de uma intelectualidade de vanguarda que reformularam o pensamento europeu.

O sexto desafio é a Idade moderna ela mesmo.

O aparecimento do nacionalismo, da revolução industrial, do comunismo e do fascismo nos séculos XIX e XX e com o surgimento simultâneo de uma doença virulenta no pensamento ocidental – o anti-semitismo, foi um desafio muito especial para os judeus.
Novas respostas de sobrevivência tiveram que ser forjadas para enfrentar esses desafios. Se as respostas foram adequadas ou não só o futuro poderá nos dizer.
Vemos que a história dos judeus se desenrolou dentro de seis civilizações. Isso contradiz muitas escolas teóricas de história, que afirmam a impossibilidade dessa sobrevivência, pois em analogia como ser humano, toda a civilização deve durar uma única vida, que subsiste em torno de 500 até, mais ou menos, 1000 anos. E, como vimos, os judeus contrariam essa tese,desde a sua formulação, uma vez que existem há 4000 anos, cultivaram seis culturas e seis diferentes civilizações e muito provavelmente sobreviverão á sétima.
Como pode-se reconciliar esses fatos com a teoria?
Este é o desafio que eu proponho à juventude, aos baalê teshuváh e a comunidade.
E aos que permitam que o nosso grito penetre no coração dos seus filhos.
Deixe o meu povo conhecer! Como?
Estudando a nossa história, a história de nossos sábios, a nossa filosofia de vida, o pensamento judaico e, fundamentalmente, o símbolo real de nossa sobrevivência: A Toráh, que engloba o Tanach (Bíblia), a Mishnáh e o Talmud. E, por fim, sem ser o último desafio, cumprir os shabatót e todas as nossas festividades, tornar-se um membro ativo de nossa comunidade na educação, nos clubes, nas nossas instituições e nas sinagogas.
E como dizia o Rabí Israel Salanter. Na preparação para a festividade Rósh HáShanáh quando nos submetemos ao julgamento de D’us, torne-se uma pessoa reclamada pela sociedade.



Obras consultadas:
1) O Understanding Judaism by Rabí Benjamin Blech.
2) Jews, God and History by Max. I. Dimont
3) A History of The Jews by Solomon Grayzel
4) Os Judeus, O Mundo e o Dinheiro, Jaques Altali
5) Historia do Pensamento judaico – Raymond Berger.



OS OLHOS DA POMBA


O silencioso ruído do ar passando sobre asas de penas a mil pés de altura. Uma pomba voa sobre os campos, e seus olhos esquadrinham a distância. A um quarto de milha de distância se deslumbra um palhal pela bruma matutina. Uma pomba solitária em um céu hostil. Não há outros pássaros a vista. A pomba indaga o céu com seu olhar penetrante? A aterrissagem será segura? A pomba não tem calcanhares. Suas asas não lhe permitiriam escapar aos muitos predadores. Os olhos da pomba são sua única proteção.
A Toráh e o anteprojeto da realidade. Através de dito anteprojeto, os grandes Rabinos de todas as gerações iluminaram e esclareceram o mundo em que vivemos. Eles conhecem este anteprojeto com uma profundidade e tal sutileza que são quase impossíveis de compreender. Eles são capazes de analisar a construção do mundo, igual que o construtor visualiza um edifício ao observar seu anteprojeto. A eles nada é novo, porque tudo está na Toráh. D’us dá a estes sábios um conhecimento, uma longe sinal de profecia, De como guiar ao Povo Judeu. São eles os que sabem ler seu “manual” melhor que ninguém. Tudo está contido na Toráh, seja em forma explícita ou encoberta, mas faz falta um Rabi Akiva, um Maharal de Praga ou um Gaon de Vilna para poder extrair com precisão seu conteúdo e aplicá-lo ao contexto contemporâneo. Os grandes Talmide Jajamim (Eruditos da Toráh) de cada geração, recebem um poder de entendimento singular de como compreender a forma em que se maneja o mundo. Isto lhes permite ser os líderes do Povo Judeu como mais ninguém conseguiu ser.
Mas este poder, este conhecimento está baseado em uma só idéia, a preparação sábia de poder diferenciar os tempos e os momentos, de cada uma das situações que enfrentamos dia a dia, e como colaborar com esta erudição, para poder conduzir-nos com estas vivências.
No Cantar dos Cantares diz: “Teus olhos são pombas”. O Midrash explica que “teus olhos” se refere a Sanedrin, o corpo legislativo supremo do povo judeu, na época antiga. Os membros de Sanedrin são os “olhos da congregação”. Eles são capazes de ver por trás das máscaras da realidade, mas além do alcance da mera sabedoria convencional. Eles representavam a liderança sócio-religiosa, na qual apoiava-se o povo, um sistema conduzido com muita delicadeza, sabedoria e principalmente com um coração com entendimento profundo.
O poder de liderança surge do povo. Em cada geração, D’us nos promete que haverá líderes espirituais, os grandes sábios da Toráh, a quem D’us conferiu a capacidade de aconselhar e dirigir a nação. No entanto, quando o povo judeu nega-se a escutar a esses gigantes espirituais, indo em troca atrás dos políticos e outros, que não possuem mais inteligência que nós mesmos, então nossos líderes espirituais ficam sem nenhum poder para transmitir, para assistir.
Quando D’us disse a Moshe que fora falar com o Faraó este respondeu: “Eis aqui que os filhos de Israel não me escutaram. Então: vai me escutar o Faraó?. E tenho os lábios selados”. (Êxodo - Shemot 6:12). Se o povo judeu houvesse escutado a Moisés, se lhe houvesse aberto a boca e os lábios, suas palavras teriam afetado inclusive ao Faraó, mas já que os filhos de Israel não escutaram, os lábios de Moshé “estavam selados”.
Então surge outra questão, os líderes espirituais sabem escutar, compreender e entender o povo, para que seus lábios se abram?. Porque resulta-nos fácil colocar por encima dos nossos ombros a simples e vaga resposta é culpa deles, indicando com nossas mãos, o que elabora a mente e sente o coração, em uma difícil missão de ter a grandeza de evoluir e elaborar as atitudes simples? Assim como Moshe, que se negou repetidamente a cumprir a missão indicada por D’us, de resgatar ao nosso Povo da escravidão.
O Erudito da Toráh não é somente alguém que vai e te pergunta se o frango é ou não Kasher. O erudito da Toráh é alguém que conhece a natureza de cada ato, pensamento e palavra. É Kasher? É aceito? O mundo moderno celebra a falta de convencional idade. O que verdadeiramente não é convencional, é a sabedoria dos nossos grandes Rabinos. Uma sabedoria que não está limitada nem pelos costumes nem pelas exigências do momento. Implícito no mandato de “Shemáh Israel” (Escuta, compreende Israel) está o entendimento de que D’us nos fala através de seus emissários designados, em todos os momentos e em todos os lugares, para que eles com a doçura compreensiva das palavras os instalem no mais profundo do nosso interior, como uma semente, e ela começa a germinar dando os frutos da vivência sentida, como a continuidade do judaísmo.
Pêssach nos dá a oportunidade de liberar-nos do que nos acossa. Conversemos com nossos líderes. Os líderes devem compreender os sentimentos para ajudar a cumprir com a liberação. Não com agressão e sim com a simplicidade e doçura que deve ser a bandeira e estandarte dos líderes, para ser pombos de Amor e Paz. Para que os olhos vejam os conteúdos e os vasilhames, para voar com a imaginação de uma comunidade unida, buscando o destino comum, liberando-nos do “Egito moderno escravizante”, sem brigas, sem discussões e unidos por um presente de tradições e vivências que nos orgulham de ser um povo , de ser Judeus.

Fontes:
Talmud Babilonico - Tratado Meguila 12ª, Meam Loez, Shir ha Shirim Rabáh, Sefat Emet, Rabí Reuven Subar.

Retorno ou Reconhecer que estamos afastados

Retorno do Povo Judeu

O que a Torá diz sobre o retorno do Povo Judeu à Terra de Israel ?

Existem muitos versículos proféticos na Torá sobre o futuro do Povo Judeu. Lembre-se: a Torá foi dada há 3.311 anos atrás.

No livro Vaikrá 26:33 (Levítico 26:33), o Todo-Poderoso nos fala:“E vocês, vou dispersá-los entre as nações, desembainharei Minha espada, deixando sua terra desolada e suas cidades em ruínas”.

Em Devarim 30:3-5 (Deuteronômio 30:3-5 ), nos é falado: “E o Todo-Poderoso os trará do cativeiro e terá compaixão de vocês. Ele os trará e os reunirá dentre as nações ... E o Criador os levará para a sua terra, que seus antepassados herdaram. E lhes fará o bem e vocês se multiplicarão e serão mais prósperos que seus antepassados”.

Os próprios profetas reiteram esta mensagem. Em Jeremias 31:7 lemos: “Eu os trarei de volta das terras do norte, e os reunirei e agruparei desde os confins do mundo ...”

Ezequiel 11:17 é ainda mais direto: “Assim disse D’us: ‘Eu os recolherei dentre as nações e os ajuntarei dos lugares onde estiverem dispersados, e lhes darei a Terra de Israel”.

Quais os significados destas profecias? Quando e onde se aplicam? Existe alguma conexão entre elas e o moderno Estado de Israel ?

Seguramente, sem dúvida podemos investigar nesse tesouro chamado Bíblia assim como no Talmud, que o Povo Judeu tem um destino assim como uma função de importância no desenrolar da História da Humanidade. Diz O Salmista: “Esse é o dia que o Senhor fez; nos rejubilaremos e nos alegraremos Nele! Oh Senhor , por favor, salva-nos! Oh Senhor, por favor , faze-nos prosperar!” (Salmo 118: 24-25). Este último conceito que se encontra no livro dos Salmos, indica que o Povo Judeu nunca recusou a idéia filosófica que entrega a Torá, portanto todos nos temos certeza que a Historia Moderna do Terceiro Estado Judeu está firmemente ligada às mensagens proféticas.

Encontramos no livro de Zechariah a conclusão que o Povo Judeu está ligado a sua Terra, e o seu retorno não foi uma casualidade senão uma causa, já que as profecias deste profeta marcam que não foi uma decisão da Humanidade, mas sim um decreto da Providência Divina a concretização do nosso Terceiro Estado: “Assim disse D’us, Voltarei a Sião e habitarei no meio de Jerusalém. Jerusalém será chamada Cidade da fidelidade e a Montanha do D’us dos Exércitos, Montanha-Santa.
Assim disse O Senhor dos Exércitos. Velhos e velhas ainda sentarão-se-ão nas praças de Jerusalém, cada um com o seu bastão por causa da idade avançada. E as praças da cidade encher-se-ão de meninos e meninas e aí brincarão.
Disse ainda O Senhor dos Exércitos: Eis que salvo o meu povo da terra do Levante e da terra do Poente.
Eu os trarei de volta para que habitem no seio de Jerusalém. “Eles serão o meu Povo e Eu serei o D’us em fidelidade e em justiça.” (Zechariáh 8:3-4-5,7-8).
Essa mensagem profética de Zechariah encontra-se em nossos olhos, já que a Cidade de Jerusalém assim como todas as praças das Cidades do Estado de Israel estão lotadas de nossos anciãos e de nossos jovens. Porque o Milagre se fez porque o Povo de Israel nunca deixou de estar ligado na sua Terra, e em seus princípios emanados por D’us em nossa Toráh e que levou a concretizar a idéia milenar de redenção: morar em Sião, construir o Estado de Israel.

AMEN!!!

Que faz que o Judaismo seja unico

O que torna o Judaísmo único?


O Judaísmo e somente o Judaísmo sustenta e afirma ter suas raízes em um evento histórico nacional, vivenciado por toda sua nação. As fundações intelectuais da fé Judaica não se apoiam sobre a alegação de divindade ou profecia de um homem ou de um pequeno grupo de testemunhas.

O comprometimento Judaico ao Judaísmo está enraizado na idéia que, mesmo que eventos históricos nacionais possam estar abertos a reinterpretações, eles nunca poderiam ser fabricados ou apagados.

No livro Devarim (Deuteronômio) 4:32-34, Moshe, ao final de 40 anos no deserto, fala ao Povo Judeu daquela época e para todas as futuras gerações, incluindo aí aqueles que procuram espiritualidade ou significado para a vida em todo tipo de religiões, ideologias ou “ismos”: “Por favor, investiguem a história mundial até seus primórdios e verifiquem se um evento desta magnitude jamais ocorreu ou se já se ouviu falar de um evento como este ... Será que toda uma nação já ouviuD’us falando ou será que D’us já salvou uma nação que estava dominada dentro de outra nação, como fez conosco no Egito ?”

A Guerra do Vietnã bem como o assassinato do presidente americano John Kennedy serão debatidos ainda por muito tempo. Porém, uma única idéia jamais entrará em discussão: a de que estes eventos nunca ocorreram. Nenhuma teoria conspiratória é grande o suficiente para inventar eventos de tão grandes consequências nacionais, onde tantas pessoas se acharam envolvidas. Da mesma forma, embora os líderes da antiga União Soviética descrevessem Stalin numa variada escala de adjetivos, de salvador a demônio, duas coisas eles nunca conseguiram: negar sua existência ou inventá-lo. Os eventos nacionais que tiveram Stalin como seu dirigente eram simplesmente muito grandiosos para se esconder e muito amplos e influentes para serem fabricados.

Mas Moshe ainda deu um passo mais a frente. Reflita suas palavras com cuidado: “ ... se um evento desta magnitude jamais ocorreu ou se já se ouviu falar de um evento como este”.

Há mais de 3.000 anos atrás, Moshe previu o imprevisível. Quando profetizou de que um evento como este “nunca se ouviria falar ”, o que quis dizer foi: Embora o Povo Judeu vá sempre basear suas alegações espirituais no solo da história, nenhum outro povo ou religião nem mesmo isto tentará fazer. E a própria história mundial atesta esta confiante previsão de Moshe.
Pois, de fato, nenhuma outra religião jamais tentou subiu ao palco da história mundial, baseando sua veracidade num evento histórico nacional.

E como Moshe sabia que isto iria acontecer (ou não acontecer) ? A resposta é: Embora sonhos, visões e revelações pessoais possam facilmente ser expressadas por indivíduos ou grupos tentando montar uma religião, é impossível afirmar que determinado acontecimento nacional ocorreu se não for verdade.

Moshe sabia profeticamente o que a lógica igualmente deduz. Se os Judeus fossem espertos o suficiente para inventar uma história de redenção nacional e salvação, então no final algum outro grupo acabaria inventando sua própria convincente e emocionante história. Porém, um detalhe: nós não o fizemos e eles não conseguiram.