quinta-feira, março 30, 2017

Pêssach: Leis e conceitos fundamentales 1ª parte


Pêssach

Os nossos sábios estabeleceram que se deve iniciar o estudo das leis de Pêssach trinta dias antes da festa, para que a pessoa chegue preparada para o chag (festa), ou seja, bem informada sobre as inúmeras regras vigentes nesses dias.

A proibição de chamêtz (fermentados das cinco espécies – trigo, cevada, aveia, centeio e espelta) em Pêssach aparece quatro vezes na Torá, resultando em quatro modalidades:

Não comer ou ter proveito do chamêtz em Pêssach.

• Que não haja chamêtz na propriedade de um judeu em Pêssach.
• Que um judeu não veja chamêtz em sua propriedade em Pêssach.
• Anular todo chamêtz e levedura da propriedade do judeu antes de Pêssach.

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Proibição do Chamêtz




Desde o meio-dia de 14 de Nissan até o final de Pêssach é proibido comer e ter proveito de chamêtz. Nossos sábios acrescentam duas horas antes do meio-dia a esta proibição. A partir do momento em que a festa de Pêssach propriamente dita se inicia, aplicam-se as proibições de não se ver e não se encontrar ("bal ieraê uval imatzê) chamêtz. Essas proibições continuam até o final do chag (festa) e obviamente expiram ao seu fim.

Já que é uma grave proibição da Torá, os sábios proibiram comer ou ter qualquer outro proveito do chamêtz de um judeu que não foi vendido da maneira halachicamente correta antes do chag (como traremos em breve) e permaneceu em sua propriedade durante o Pêssach.
A Torá, no Chumash Shemot (Livro Êxodo), nos ordena eliminar o chamêtz de nossas propriedades como preparação para Pêssach até a metade do dia 14 de Nissan. Não é somente proibido comer, mas também não se deve possuir ou deixar o chamêtz em sua propriedade. A partir daquele momento, todo aquele que não eliminou e/ou anulou o chamêtz está descumprindo esta Mitzvá Ativa (Mitzvat Assê). A partir do início de Pêssach, transgride também a proibição de "Bal Yeraê” (“não será visto chamêtz").



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Anulação do Chamêtz




Da linguagem utilizada pela Torá aprendemos que a proibição de encontrar chamêtz na propriedade de um judeu se refere somente ao chamêtz deste. O chamêtz que pertence a um não judeu ou chamêtz abandonado ou descartado (sem donos) pode estar em sua propriedade.

Portanto, aquele que tem funcionários ou empregados não judeus que vivem em sua casa, o funcionário pode manter o seu chamêtz no próprio quarto. Assim também judeus que em seu escritório trabalham não judeus podem circular sem problemas neste ambiente durante o chag, pois o chamêtz não é propriedade de um judeu.
Os sábios instituíram a obrigação de anular o chamêtz de duas maneiras. A primeira é a anulação oral. A segunda consiste em remover de casa e eliminá-lo. A razão pela qual não é suficiente apenas um tipo de anulação é a seguinte: talvez a pessoa não anule o chamêtz de todo coração, ou, se anular de todo coração, pode ser que deixe em casa e venha acidentalmente a comer durante o Pêssach. Portanto, como medida de precaução e rigor, os sábios fixaram os dois tipos de anulação.


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Verificação do Chamêtz




Para erradicar o chamêtz de casa deve-se cumprir a mitzvá de "verificação do chamêtz". Este mandamento se cumpre imediatamente após Arvit (Oração Noturna) do décimo quarto dia de Nissan (véspera de Pêssach). A obrigação recai primordialmente sobre o pai da casa e, se ele não puder, deverá nomear sua esposa ou um de seus filhos maiores de 13 anos (bar mitzvá) como responsáveis pela verificação, a ser feita logo no início da noite. Para que a pessoa não se esqueça de realizá-la, os sábios proibiram começar alguma atividade ou fazer uma refeição meia hora antes do horário da verificação. É proibido até mesmo começar a estudar Torá meia hora antes da verificação, pois há o receio de a pessoa continue estudando e acabe por esquecer de cumprir a obrigação.

Antes de iniciar a verificação do chamêtz, faz-se a benção "Baruch Ata A-donai E-lohenu Mêlech Haolam Asher Kideshanu Bemitzvotav Vetzivanu Al Biur Chamêtz" (Bendito és Tu, ó Senhor, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou a eliminar o chamêtz). A eliminação do chamêtz ocorre, porém, somente no dia seguinte, mas uma vez que o processo começa com a verificação, fazemos a bênção neste momento. Quem se esqueceu de recitar a bênção antes e lembrou no meio da verificação, se ainda não a terminou pode recitar a bênção no momento em que lembrar. Deve-se ter o cuidado de não falar assuntos não relacionados à verificação desde o momento em que proferiu a bênção até terminar a verificação. Se a pessoa tratar de assuntos não relacionados à verificação, deverá recitar a benção novamente.


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Verificação do Chamêtz - continuação




Quem vai passar Pêssach fora de casa, viajando antes da noite da verificação do chamêtz, deverá verificar a casa na noite anterior à viagem, mas sem fazer a benção, pois esta é feita apenas na verificação que é realizada na noite de 14 de Nissan. Portanto, a pessoa que tenha mais uma casa (por exemplo, em outra cidade), deve verificar o chamêtz antes de Pêssach nas duas casas. Caso não seja possível verificar as duas na noite de 14 de Nissan, deve verificar uma delas nos dias anteriores a 14 de Nissan (sem recitar a bênção) e a casa na qual estará na noite de Pêssach deverá verificar na noite de 14 de Nissan fazendo a bênção.

Todo lugar em que a pessoa está acostumada a entrar com chamêtz, ou objetos que costumam conter ou guardar chamêtz, devem ser verificado. Portanto, deve-se verificar bolsas/mochilas onde por vezes colocamos comida, o bolso das roupas das crianças e, é claro, também os carros.

A verificação se faz com a luz de uma vela. Quem teme que a vela possa causar um incêndio ao verificar determinados lugares, pode verificar estes locais com uma lanterna. O costume é espalhar pela casa dez pedaços de chamêtz. Há quem explique que isto é para garantir que quem faz a procura encontrará chamêtz e assim sua bênção não terá sido em vão. Deve-se anotar e lembrar bem dos locais onde foram colocados os pedaços de chamêtz, para que não ocorra uma falha e um dos pedaços fique na casa durante o chag, D'us nos livre.



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Anulando e Eliminando o Chamêtz




Depois de verificar o chamêtz como se deve (conforme estudado nas leis enviadas anteriormente), devemos realizar a anulação do chamêtz, que foi instituída pelos sábios e que é feita recitando uma breve oração em aramaico que consta nos livros de reza. Quem não entende o aramaico pode dizer esta oração em qualquer idioma que compreenda.

No dia 14 de Nissan, pela manhã, após a queima do chamêtz, deve-se anular o chamêtz novamente (já que o chamêtz que ficou na casa, por exemplo, para o café da manhã, não foi anulado na noite anterior, pois precisávamos dele). O texto da anulação que é feita de dia é um pouco diferente da anulação da noite, pois a anulação do dia inclui todo o chamêtz, e a anulação da noite inclui apenas o chamêtz que não encontramos na verificação.  

Nossos sábios instituíram a Mitzvá de "eliminar o chamêtz", que é realizada queimando o chamêtz no fogo. Porém, quem não conseguir de forma alguma queimar um pouco do chamêtz na manhã do dia 14, pode cumprir a Mitzvá esfarelando o chamêtz e jogando-o no mar, ou atirando no vaso sanitário e em seguida acionando a descarga. Assim, a pessoa não terá mais chamêtz. Imediatamente após queimar o chamêtz deverá anulá-lo.


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Eliminação do Chamêtz




Aquele que possui chamêtz em sua lixeira dentro de casa ou no quintal deve atentar para queimar este chamêtz na manhã do dia 14, pois ele está em sua propriedade. Uma solução é despejar na lixeira algum material que estrague esse chamêtz, por exemplo, água sanitária. Outra possibilidade é remover o chamêtz colocando-o na lixeira da rua, que pertence à prefeitura e se encontra em domínio público.

Quem encontrar chamêtz em sua propriedade no dia 14, após o meio-dia, deverá queimá-lo imediatamente. E, nesse caso, não é suficiente despejar sobre ele algum material que o estrague (por exemplo, água sanitária), mas sim deverá queimá-lo.

Assim é a lei para aquele que encontrar chamêtz em sua propriedade durante Pêssach: se encontrar em um dos Yamim Tovim ou no Shabat do chag (Shabat Chol Hamoed), quando não poderá queimar e nem sequer movê-lo (pois é muktsê), deverá colocar um utensílio sobre o chamêtz, como sinal para que não venha acidentalmente a comê-lo; imediatamente após o Yom Tov ou Shabat, deverá queimar o chamêtz. Nos demais dias do chag (Chol Hamoed), deverá queimá-lo imediatamente. Nestes casos, a queima é feita sem recitar a bênção.

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Venda do Chamêtz




Para evitar prejuízos financeiros como, por exemplo, uma pessoa que ficou com uma grande quantidade de chamêtz antes de Pêssach e não quer perdê-la ao queimar tudo ou dar como presente para um não judeu. Nesses casos, os nossos sábios foram lenientes: permitiram a venda do chamêtz ao não judeu com a condição de que ele pague o preço real de todo o chamêtz, e, se o judeu quiser, poderá comprar de volta o chamêtz após o Pêssach.

Há aproximadamente 500 anos, difundiu-se o costume de vender o chamêtz a um não judeu antes de Pêssach e, por isso, os sábios instruíram que a venda seja realizada por meio de rabinos locais familiarizados com as leis aplicáveis. Desta forma, a venda será feita de acordo com todas as regras e não há o receio de que o judeu ache que vendeu o chamêtz mas, na prática, transgrida a proibição de possuir chamêtz em Pêssach (caso a venda não seja feita como se deve).

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Venda do Chamêtz - Procedimentos




Como estudamos anteriormente, a venda do chamêtz deve ser feita de acordo com as regras e detalhes da Halachá (Lei Judaica) para ser válida e legítima. Portanto, os rabinos que vendem o chamêtz têm o costume fazer a venda das diferentes formas válidas pela Halachá, como forma de garantir que a venda ocorreu com certeza.


Portanto, todos precisam saber que, no momento em que se vende o chamêtz ao não-judeu, ele pode, de acordo com a lei, recusar-se a vender o chamêtz de volta ao rabino, e, desta forma, o chamêtz permanece com ele – ou seja, a venda não é uma tapeação, mas sim uma venda verdadeira, assim como as demais vendas que são feitas no cotidiano. Portanto, o não-judeu que compra o chamêtz deve começar a pagar por ele antes de Pêssach, já que sua intenção deve ser de verdade comprar o chamêtz.


Continuara


terça-feira, março 21, 2017

Pêssach e a sua essência



Pêssach e a sua essência


Desde séculos, os cabalistas têm entendido que para atingir um nível de iluminação e conhecimento, temos que abandonar as explicações tradicionais dos adeptos da assim chamada corrente principal e retornar ao significado e propósito da festividade. Os sábios confiaram nas leis de causa e efeito para quebrar os muros de idéias erradas que têm prevenido tantas pessoas de tomarem proveito da riqueza e positividade que a festa de Pêssach tem para oferecer. A significação de Pêssach é resultado e efeito do mês hebraico de Nissan (provem da palavra Nes = Milagre), que é a causa primária da liberdade que é tão freqüentemente associada com esta festa especial. Portanto, não há razão para celebrar tradicionalmente Pêssach como a ocasião que marca a libertação do Povo Judeu.
Pêssach nos proporciona uma oportunidade de perceber que podemos e devemos hoje alcançar liberdade irrevogável em nossas vidas individuais.
A servidão à qual estamos sujeitos vem de várias formas: uma pessoa ou um país pode estar sobrecarregado pelo peso de dívidas. Um casamento pode ser uma fortaleza que alguns tentam deixar e na qual outros querem entrar. Podemos nos livrar da servidão da insegurança, da carência, do medo, dos litígios. As muitas faces da servidão enchem nossa vida, não reconhecida como tal. Perdemos noção do amanhã. Podemos ser escravos ao penhorar nossa esperança.
Quando há esperança no coração, mesmo num momento difícil e triste, um melhor amanhã surge no horizonte, levantando o espírito e sustentando os passos.
Estamos cegos para os aspectos e as situações nas quais não precisam ser necessariamente partes do quebra-cabeça de nossas vidas. Porque não enxergamos os verdadeiros horizontes. Pêssach nos libera das ataduras de nossa capacidade de enxergar.
Às vésperas do primeiro Pêssach da História, quando D'us prometeu que a redenção viria, Ele usou a seguinte expressão: "Farei um pedut entre Meu povo e os egípcios" (Shemot VIII:19). Há divergências entre os comentaristas sobre a tradução de pedut, se quer dizer "separação" ou "libertação". Na verdade, veremos que é a combinação de ambas.
Mais adiante na Toráh, Rashi nos ensina que há um amanhã imediato e um a longo prazo. Em termos gerais, todos os povos sonham com a Redenção, assim como o escravo sonha com sua liberdade.
A chave que destranca as portas da cadeia mesma que nos prende longe da libertação que teve lugar no Egito há tantos anos atrás pode ser encontrada no livro do Êxodo, na Bíblia. "Esse mês será para vós princípio dos meses, seja ele para vós o primeiro dos meses do ano" (Êxodo, 12:2). Esta é a primeira menção Bíblica como o Rosh haChodashim, o primeiro, a cabeça, ou a fonte de todos os meses. As palavras chaves no versículo do Êxodo citado são "para vós". Com esta frase, o controle  e o conceito de liberdade mudou na época do Êxodo, do Egito, deixando os filhos de Israel, e com eles toda a humanidade, em controle.
Toda pessoa cuja vida seja obscurecida pela miséria busca a luz no horizonte distante, porque não compreende que livre se é quando se muda. A questão é, se está apenas preocupada com o imediato, em curto prazo, ou traçou metas maiores na vida. Será que leva também em conta o amanhã distante ou sua visão é limitada somente àquilo que enfrenta no momento? Ocorre-lhe incluir dias mais felizes para os que ainda nascerão?
Verdadeiros fundadores de nações sempre pensam mais à frente de sua geração, inspirados pela idéia de que estão estabelecendo uma república para o futuro, com base nos princípios e ideais de liberdade e justiça para todos.
Quando o Todo-Poderoso prometeu a redenção de nosso povo, não tencionava abranger apenas o futuro visível. Ele foi muito mais além; D'us tinha em mente o grande e glorioso amanhã, que garantiria a liberdade para toda a humanidade, em época de benevolência, livre de qualquer sofrimento, com todos cumprindo Sua lei.
Agora é possível entender melhor a tradução de pedut - separação e liberdade; na verdade uma coisa só. A "Separação" nos ensina que há uma diferença básica entre o conceito de liberdade apenas para romper as correntes imediatas, e a outra imagem exaltada de liberdade que pretende libertar o homem para sempre.
Esta liberdade só é eficaz quando regida pela lei e justiça, pela Toráh e seus ensinamentos eternos. Isto é válido para qualquer pessoa, em cada lugar e em todas as épocas.
Este é o mapa completo para todos os tempos ainda por vir.
Possamos expandir nossos horizontes, dedicando-nos a trazer liberdade e paz para os que estão distantes e conforto para o próximo.


quinta-feira, março 16, 2017

Leyes de Pesaj: Las primeras cuatro



Leyes de Pesaj

1. Se comienza a estudiar las leyes de la fiesta de Pesaj treinta días antes de que ésta comience. También en el día de Yom Tob mismo hay que estudiar las leyes pertinentes al Jag que se está celebrando. (Shuljan Aruj y Mishna Brura 429,1)
2. Hay opiniones que sostienen que esta ley –que hay que empezar a estudiar las leyes del Jag treinta días antes de él empezar-  se aplica en todos los Jaguim y hay otras opiniones que dicen que esta ley solo se aplica en Pesaj debido a que Pesaj incluye muchas halajot de cosas que solo pueden ser hechas antes que comience el Jag. Sin embargo, en el resto de los Jaguim es suficiente empezar a estudiar sus leyes solo algunos días antes que empiecen. (Mishna Brura ahí)
3. No se dice "tajanun" en todo el mes de Nisan. Además, según el Shuljan Aruj está prohibido anunciar ayunos en público y de acuerdo al Rama incluso personas que quieren ayunar no pueden hacerlo. Esta prohibición se extiende incluso para aquellos que acostumbran a ayunar en el día que falleció el padre o la madre. Las únicas excepciones son ayunos por "taanit jalom" (que se realiza cuando la persona tiene un mal sueño) y "taanit bejorot" (el ayuno de los primogénitos que se hace en la víspera de Pesaj). (Shuljan Aruj y Mishna Brura 429,2)
4. La razón de esta costumbre es porque la mayor parte de los días del mes tienen "kedusha" (santidad) y no se dice en ellos "tajanun" ni se ayuna: el primero de Nisan fue levantado el "mishkan" (tabernáculo) en el desierto y a partir de ese día comenzaron los "nesiim" (príncipes) de cada tribu a traer korbanot (sacrificios). Durante doce días cada nasii (príncipe) trajo un korban (sacrificio), y el día que traían el korban era considerado como un Yom Tob. Luego viene el 14 de Nisan, que es la víspera de Pesaj y los siete días de Pesaj, y por cuanto estos días festivos constituyen la mayoría del mes, acostumbramos a no decir "tajanun" ni ayunar durante el resto del mes también. Sin embargo, hay otra opinión que sostiene que acostumbramos a no decir "tajanun" ni a ayunar en los días posteriores a Pesaj por lo que acontecerá en el futuro, ya que el tercer Bet Hamikdash será construido en el Yom Tob de Pesaj y su inauguración será hecha después de Pesaj durante siete días (Shuljan Aruj, Mishna Brura y Kaf Hajaim ahí).