A Festa de Shavuot
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A próxima Terça-feira
30.5.2017, de noite, comemoraremos a festa de Shavuot, com relação à qual há um
fator interessante: diferentemente das demais festas bíblicas, cujas datas
exatas são especificadas na Toráh, a festa de Shavuot é lembrada no texto
bíblico sem ser relacionada a uma data específica, sendo a sua marcação
dependente da Sefirat Haomer (Contagem do Ômer). Do dia seguinte ao primeiro
dia de Pêssach (16 de Nissan), no qual se trazia a oferenda do Ômer ao Templo
de Jerusalém (Bêt Hamikdash), conta-se 49 dias e, no quinquagésimo dia,
comemora-se Shavuot. Atualmente, quando consagramos os meses de acordo com um
calendário calculado de forma exata, Shavuot cai todos os anos no dia 6 do mês
de Sivan.
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Esse conceito
de que Shavuot depende cronologicamente da festa de Pêssach nos remete à ideia
de que somente por meio de Pêssach e sua essência poderemos chegar ao patamar
da essência de Shavuot. Na festa de Pêssach revelou-se ao mundo a mais pura fé
em D'us. Revelou-se a todos que o mundo possui um Líder. Mas, para promover a
evolução do mundo por meio desta revelação maravilhosa, nós, o povo de Israel,
precisamos receber a Toráh, na qual constam todas as leis e as orientações
sobre como nos comportarmos – o que fazer e o que não fazer – para atingirmos o
Tikun Olam (conserto do mundo) de maneira plena.
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Em algumas
passagens da Toráh e dos livros dos Profetas, a relação entre o povo de Israel
e D'us é comparada ao relacionamento entre o noivo e a noiva. Nesta metáfora, a
saída do Egito representa o "erussin" (noivado) entre Israel e o Bore
Olam (O Criador do Mundo), quando D'us elegeu os israelitas entre os povos para
um relacionamento e uma missão especial. Em Shavuot, por sua vez, ocorreu a
"chatuná" (casamento) entre ambos, já que é por meio da Toráh,
entregue nesta data, que podemos viver a aproximação e a união ao Criador.
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Por outro lado,
depois que saíram do Egito, os israelitas não puderam receber a Torá, pelo fato
de terem descido a um nível espiritual degradante – o do 49º mais baixo degrau
de impureza –, após o longo exílio sob jugo idólatra. Este patamar era
terrível, pois, de acordo com os livros místicos, ao se atingir o 50º mais
baixo degrau de impureza espiritual, não há mais possibilidade de conserto. E
explica Rabi Shimon Bar Yochai, no livro do Zôhar, que, da mesma maneira que
uma mulher que se encontra no período menstrual precisa contar sete dias no seu
processo de purificação, Israel precisou contar sete semanas para se purificar
em seu relacionamento com o Todo-Poderoso, louvado seja.
Outros nomes para Shavuot
Outros nomes para Shavuot
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A preparação e
a purificação para a festa da entrega da Toráh (Shavuot) representa um fator
tão significativo em termos da essência da festa que a Toráh decidiu chamá-la
justamente de Shavuot (""semanas"") – o principal nome
deste chag, que remete ao processo de preparação. Embora a Toráh a tenha
chamado por outros nomes: Chag Hakatzir (festa da ceifa), Yom Habicurim (dia
das primícias) e Atzeret (parada), o seu nome principal, como dissemos, é mesmo
Shavuot.
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Além da Toráh
Escrita, entregue no dia da festa de Shavuot, outro presente nos foi dado neste
dia: a Toráh Oral (Toráh Shebeal Pe ou Mishná). Às vésperas do grande dia, D'us
ordenou que Moisés anunciasse ao povo de Israel que deveria se preparar e se
santificar por dois dias antes da entrega da Toráh, que ocorreria numa
sexta-feira. Moisés, porém, decidiu por conta própria acrescentar um dia à
preparação, e ordenou que os israelitas se aprontassem em três dias. De fato, o
Criador concordou com a decisão de Moisés e a entrega da Toráh foi postergada e
anunciada para um dia após a previsão inicial, ou seja, num Shabat. Eis,
portanto, uma demonstração da importância e da força da Toráh Oral
(representada neste caso pela intervenção de Moisés às orientações divinas),
pois até mesmo a entrega da Torá foi adiada por um dia pela iniciativa de um
representante da Toráh Oral (de Moisés, o primeiro dos Sábios).
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A festa de
Shavuot é também chamada de “festa da ceifa”. A explicação para este nome está
relacionada às estações do ano, pois a festa de Pêssach acontece sempre na
primavera, quando as plantações começam a crescer; a festa de Shavuot ocorre
sempre no fim do período da ceifa; já a festa de Sucot cai na época da colheita
de grãos e frutas. Do ponto de vista místico, é possível verificar que este
processo que ocorre no mundo natural ocorre também nos mundos espirituais
superiores.
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A festa de Pêssach ocorre num
período de começo e recomeço agrícola anual, no qual as plantações iniciam seu
processo de crescimento. Por isso saímos do Egito nesta época do ano e nos
tornamos um povo – o início da nação israelita. Na festa de Sucot, época da
colheita dos grãos e frutas, ocorre a finalização do trabalho árduo no campo.
Por isso saímos de nossas casas para morar por uma semana na Sucá, demonstrando
o nosso entendimento de que vivemos nesse mundo sob a proteção e a supervisão
diária do Todo-Poderoso – uma constatação que denota lapidação espiritual pós
um árduo trabalho de auto-conscientização. Na festa de Shavuot, por sua vez,
quando acontece o auge do desenvolvimento das plantações e se inicia a ceifa,
ocorreu também o auge do desenvolvimento do potencial espiritual dos filhos de
Israel e, por isso, foi nesta data que recebemos a nossa sagrada Toráh.