ERA
UMA VEZ UM ALFAIATE...
... que era piedoso, simples e pobre. Um dia foi
chamado para ir à casa do governador. O governado, é claro, era muito poderoso
e tinha fábricas de tecidos. Chamou o governador ao alfaiate e disse: “pegue
este tecido, que é feito nas minhas fábricas, e confeccione com ele um terno”.
E lhe deu um prazo para realizar a tarefa.
O alfaiate, todo emocionado, pegou o tecido e voltou
para a sua casa. O alfaiate tinha tempo. Trabalhava com o terno do governador e
se dedicava também a outros afazeres. Ia diariamente a Sinagoga, demorava-se em
discussões em vão e, quando voltava para casa, já era tarde e apenas podia dar
algumas costuradinhas. Cumpriu-se o prazo. Vieram os soldados do Governador e
reclamaram o terno. Não estava concluído. Teve que se apresentar diante do
Governador e rogar clemência. O Governador aceitou dar-lhe outro prazo.
O alfaiate aos poucos trabalhava e lentamente ia
armando o terno, mas faltava-lhe o essencial, aquilo que sem o qual um terno
deixa de ser terno. O alfaiate sentia-se culpado, discutia constantemente com
sua mulher e queixava-se da comida que era demasiadamente fria para seu paladar
ou excessivamente quente. Aproximava-se o término do prazo. O alfaiate
desesperado comia e trabalhava ao mesmo tempo. A comida caiu sobre o terno.
Pegou a roupa e correu ao rio, para lavá-lo. Se lhe deslizou das mãos e caiu em
águas turbulentas. Aterrorizado o alfaiate se jogou na água para recuperar a
sua perda, mas não sabia nadar e também se perdeu atrás da roupa.
(Metáfora da vida).
Pensemos
como muitas vezes perdemos nosso tempo em coisas banais, vamos de trás de
quimeras, perdemos nosso tempo, e não utilizamos o “tecido da vida” para fazer
nosso próprio terno.
Rav Lic.
Ruben Najmanovich