Jejum de 17 de Tamuz: Taanit Shiva Asar BeTamuz
- No próximo domingo 01 de julho de 2018, (se
não tivermos o mérito de vermos a chegada de Mashiach e sermos redimidos),
será o jejum de 17 de Tamuz (jejum postergado esse ano pois 17 de Tamuz
será no Shabat). Esse jejum, que foi instituído pelos profetas, tem como
objetivo despertar o Povo de Israel a se enlutar e lembrar da destruição
do Beit Hamikdash (Templo Sagrado) e da terrível diáspora na qual nos
encontramos e, com isso, fazer com que façamos teshuvá (arrependimento e
conserto).
- Nesse dia, foi destruída a muralha de
Jerusalém, na época do Segundo Templo, depois de três longos anos de cerco
romano sobre a cidade sagrada. Quando a muralha foi destruída, o destino
da batalha foi decidido em prol do exército romano. Depois da queda da
muralha, a batalha se prolongou por três semanas dentro de Jerusalém, e no
dia 9 de Av foi conquistado o Har Habait (Monte doTemplo) e o Beit
Hamikdash foi queimado. Apesar de, na época do Primeiro Templo, as
muralhas terem sido destruídas no dia 9 de Av, o decreto do jejum foi
fixado para o dia 17 de Tamuz. Embora obrigatório, este é um dos jejuns
considerados leves, pois se jejua somente durante o dia.
Por que jejuamos em 17 de Tamuz?
- Aprendemos na Guemará, em Masechet (Tratado Talmudico)
Taanit, que, além da destruição das muralhas, aconteceram nesse dia outras
tragédias com o Povo de Israel: Moshe Rabenu (Moisés) quebrou as Tábuas da
Lei quando desceu do Monte Sinai e viu o pecado do bezerro de ouro. Parou
de ser sacrificada a oferenda do Tamid no Templo, pois o cerco fez com que
não pudessem ser trazidos novos animais à Jerusalém. Apostumos, o romano,
queimou um Sêfer Torá e colocou um ídolo romano dentro do Templo. Essas
cinco desgraças acometeram o povo de Israel no dia 17 de Tamuz, em
diferentes anos. Por isso, os Sábios fixaram um jejum nacional neste dia.
- Melhor evitar banhos com água quente durante o jejum,
embora seja permitido em caso de limpeza ou higiene pessoal.
Leis do jejum
- Quem tem dificuldade de jejuar, e quer acordar antes
da Alot Hashachar para comer, pode fazê-lo, desde que tenha acondicionado
antecipadamente para si mesmo que iria fazê-lo; desta forma, é como se o
jejum não vigorasse sobre a pessoa ainda; caso contrário lhe será proibido comer antes
da Alot Hashachar. Para beber, há diferença entre os costumes. Para os
ashkenazim, não é necessário a condição prévia. Para os
sefaradim, não há diferença entre comer e beber – ambos exigem a condição
prévia.
- Crianças pequenas, que ainda não chegaram à idade de
Bar Mitzva, são isentas de jejuar. Mas muitos costumam educar seus filhos
para que jejuem algumas horas, com o intuito de ensiná-los sobre a
importância do Beit Hamikdash. E assim, mesmo que dêem de comer para as
crianças pequenas, deve-se dar apenas alimentos simples (nada de doces e
coisas do gênero), para que sintam um pouco o sofrimento do jejum.
- Grávidas e lactantes estão isentas do jejum, assim
como doentes, graves ou não. Quem toma medicação de forma constante, pode
continuar tomando normalmente durante o jejum. Em casos especiais ou de
dúvidas, o ideal é consultar um rabino Talmid Chacham (sábio especialista)
para saber a halachá em cada caso.
Reza em 17 de Tamuz
- Também nas rezas de Shacharit e Minchá do jejum
existem algumas diferenças. O costume é que o Chazan acrescente na chazará
o trecho "Anenu" entre a bênção de "Goel Israel" e
"Refaênu". E o resto do público recita o "Anenu" no
meio da bênção de "Shomea Tefilá". Para os sefaradim, o público
recita esse trecho tanto em Shacharit quanto em Minchá, mas para os
ashkenazim essa reza é dita pelo público apenas em Minchá (Porém o Chazan
a recita também em Shacharit segundo todos os costumes).
- Assim também, costuma-se ler na Torá em Shacharit e
Minchá o trecho "Vaiechal", que trata sobre o perdão que D'us
concedeu ao povo pelo pecado do Bezerro de Ouro. E é importante saber que
a leitura da Torá no jejum só pode ocorrer quando houver na sinagoga pelo
menos 6 pessoas que estão jejuando. Caso contrário, não deve-se ler. De qualquer
forma, é proibido que alguém que não esteja jejuando leia a Torá. O
costume dos ashkenazim é ler a Haftará após a leitura da Torá, em Minchá.
Os Sefaradim não a lêem. Diferentemente do resto do ano na reza de Minchá,
costuma-se acrescentar o trecho do "Bircat Cohanim" recitado
pelo Chazan na chazará. E o costume dos sefaradim (fora de Israel) é que
os Cohanim sobem à frente e fazem o "Bircat Cohanim".
- Início do jejum e o término do mesmo, seus horários se
alteram de uma localidade para outra, devendo cada pessoa verificar os
calendários e mídias que contêm os horários corretos, amplamente
divulgados, em sua cidade. A regra é que o jejum se inicia na Alot
Hashachar (alvorada) e se encerra 18 minutos após a Shekiat Hachamá (pôr
do sol).