segunda-feira, dezembro 31, 2018

Mikvé: O segredo de um renascer


Mikvé



Pergunta: o Ben Ish Chai (Rabi Yosef Chaím ZT”L) nas “Leis do Ben Ish Chai” fala que no caso de uma pessoa não ter disponível um Mikvé ou alguma fonte natural de água poderia fazer a “imersão” jogando um balde de 15 litros sobre si; gostaria de saber mais claramente como isso pode ser feito?
 
A princípio, o correto é imergir em um mikvé que possui 40 seá (uma medida de volume). Porém, uma pessoa doente que não consegue mergulhar em um mikvé, ou uma pessoa que causa sofrimento para ela entrar num mikvé, ou quem por qualquer outro motivo não pode mergulhar em um mikvé, pode fazer a tevilá despejando 9 kabin (medida de volume, algo próximo a 12 litros) de água sobre o seu corpo.
 
Deve-se ficar de pé, molhar a planta dos pés e colocar os dois braços em frente ao coração (com um pouco de espaço para que a água possa penetrar em todos os lugares).

quarta-feira, dezembro 05, 2018

Chanucá e Milagres


Chanucá e Milagres



Nós judeus, acreditamos em milagres. Acreditar em milagres é algo natural para os descendentes de um povo cuja própria existência tem sido um milagre continuo e cujo renascimento das cinzas do Holocausto foi um dos milagres mais espetaculares da história da humanidade. No entanto, só de milagres não se vive. Chaim Weizmann, o primeiro presidente de Israel e uma das pessoas que mais contribuiu para o renascimento do Estado, disse com profundo conhecimento de causa: “Milagres as vezes acontecem, mas é preciso esforçar-se muito para que aconteçam.” Weizmann estava nos alertando ao perigo de acreditar demais em milagres, depender tanto deles a ponto de esquecer que existe um enorme componente humano na ocorrência de um milagre.
Chanucá, que inicia-se na sexta-feira, 3 de dezembro, ilustra dramaticamente esta verdade. A milagrosa vitória dos Macabeus contra um exército sírio muito mais forte em numero e poder militar, jamais teria sido possível se não fosse a inabalável dedicação daqueles heróis judeus a sua herança e sua fé, se não fosse sua firme determinação de resistir à assimilação e combater a influência helenística ao seu redor.
Sim, milagres às vezes acontecem.
Mas é preciso esforçar-se muito para que aconteçam!
Este é um fato que merece reflexão.
Muitos dizem que não acreditam em milagres. No entanto, suas atitudes – ou a falta delas – indicam que eles acreditam demasiadamente em milagres. Tais pessoas esperam que as coisas boas aconteçam sem nenhum esforço da sua parte: sem trabalhar, sem sacrificar seu conforto ou seu lazer ou seu prazer, simplesmente aguardando que os milagres caiam do céu.
Meus amigos: não podemos depender de milagres. Se queremos que nossos filhos assumam plenamente sua identidade judaica, orgulhando-se do seu passado e comprometendo-se para com o futuro, façamos alguma coisa para que este desejo se realize. Se queremos que o lar judaico cumpra seu papel histórico, moldando valores judaicos e transmitindo ensinamentos judaicos, façamos alguma coisa para que este desejo se realize. Se queremos que a palavra “judeu” seja sinônimo de honestidade, integridade e generosidade, façamos alguma coisa para que este desejo se realize. Se queremos que a sobrevivência criativa do judaísmo seja uma realidade contínua através das gerações, façamos alguma coisa para que este desejo se realize.
O milagre que celebramos em Chanucá não é apenas a vitória dos Macabeus, nem somente a pequena latinha de óleo que durou muito mais do que se esperava. O fato de ainda estarmos celebrando Chanucá mais de 2 mil anos depois – este é o verdadeiro milagre.
Mas este milagre não aconteceu por obra e graça de judeus indiferentes. Em cada geração, o milagre foi renovado pela dedicação, devoção e abnegação de homens e mulheres que se importaram suficientemente para dar o melhor de si.