domingo, agosto 01, 2010

O cumprimento do Rabino Shapira

O cumprimento do Rabino Shapira


Na década de 1930, Samuel Shapira, ilustre rabino da aldeia polonesa de Prochnik, tinha o hábito de dar longas caminhadas revigorantes pelo campo. O rabino, que era conhecido por suas atitudes calorosas, amáveis e piedosas, sempre fazia questão de cumprimentar todas as pessoas por quem passasse – judeus e não-judeus – e, seguindo um ditame dói Talmude, procurava sempre cumprimentá-las em primeiro lugar.

Uma das pessoas que ele cumprimentava com regularidade nos seus passeios diários era um camponês chamado Herr Mueller, cuja propriedade ficava na periferia do vilarejo. Todas as manhãs, o rabino Shapira passava pelo lavrador, que trabalhava diligentemente nas suas terras, e fazia um cumprimento de cabeça, dizendo, com a voz retumbante e cordial: “ Bom dia, Herr Mueller! “

Inicialmente, quando o rabino havia começado a cumprimentar Herr Mueller, o lavrador lhe virava as costas num silêncio de pedra. As relações entre judeus e cristãos naquela época não eram muitos boas e as amizades bastante raras. O rabino Shapira, entretanto, não se sentiu desencorajado ou dissuadido. Dia após dia, ele cumprimentava o silencioso Herr Mueller com um simpático olá, até que, finalmente, convencido da sinceridade do rabino, o lavrador começou a retribuir o cumprimento com um simples toque no chapéu e um sorriso tímido.

Esse costume durou muitos anos. Todas as manhãs, o rabino shapira gritava: “Bom dia, Herr Mueller ! “ E todas as manhãs, Herr Mueller tocava no chapéu e gritava de volta: “ Bom dia, Herr Rabiner!” Isso parou quando os nazistas chegaram.

O rabino Shapira e sua família, com todos os outros judeus residentes no vilarejo, foram levados a um campo de concentração. O Rabino Shapira foi transferido de uma campo para outro até chegar ao seu destino final: Auschwitz.

Quando desembarcou do trem, recebeu ordem de entrar numa fila, ele via ao longe o bastão do comandante do campo que indicava a esquerda e a direita.Ele sabia que a esquerda significava a morte certa, mas a direita garantia algum tempo e uma possível sobrevivência.

Com o coração palpitando, ele foi se aproximando do comandante, á medida que a fila avançava. Logo chegaria sua vez. Qual seria a decisão? Esquerda ou direita?

Estava a uma pessoa de distância do encarregado da seleção, o homem cuja decisão arbitrária poderia mandá-lo para as chamas. Que tipo de pessoa era esse comandante, um homem que podia com tanta facilidade mandar a morte milhares de pessoas por dia?

Apesar do seu próprio medo, olhou com curiosidade, quase com coragem, para o rosto do comandante quando chegou sua vez. Naquele momento,o homem voltou-se para ele e seus olhos se encontraram.

O rabino Shapira aproximou-se do comandante e disse, em voz baixa:

- Bom dia, Herr Mueller !

Os olhos de Herr Mueller, frios e insondáveis, tremeram por uma fração de segundo:

- Bom dia, Herr Rabiner! – respondeu ele, também em voz muito baixa.

E então estendeu o bastão para a frente. “ Recht!”, gritou ele, com um movimento quase imperceptível de cabeça. “ Direita!”

Para... a vida!

Comentário

Quem poderia imaginar que um simples cumprimento poderia salvar uma vida? No entanto, às vezes, o menor dos atos (ou pelo menos dos atos que consideramos pequenos) pode acarretar conseqüências enormes – ou gravíssimas. O rabino plantou as sementes da sua própria salvação ao longo de anos, ao trocar cortesias com alguém que outros poderiam ter considerado um camponês insignificante. Será que ele poderia ter imaginado que um dia aquele homem teria literalmente o seu destino nas mãos?

A Mulher no Judaísmo.

A Mulher no Judaísmo.


A mulher é chamada de "Akeret Habayit" - a fundação do lar. É ela que tem a capacidade e as qualidades para administrar o lar. Esta é uma função primordial pois a base da sociedade encontra-se no lar. . À mulher judia foi dada a principal responsabilidade de manter acesa a chama do judaísmo. Isto é alcançado por meio da pureza da alimentação casher, de taharat hamishpachá (santidade da vida conjugal) e da educação dos filhos desde os primeiros passos dentro do judaísmo. E o modo de garantir a vigência e dar continuidade os nossos valores e tradições.

A mulher é poseediora de uma "mini empresa", que exige paciência e esforço denodados. Isso não significa que a mulher não possa exercer outros papéis na sociedade atual como é se realizar profissionalmente.

No decorrer da História judaica a mulher judia manteve a chama judaica dentro do povo. Em períodos de dificuldades como em Egito, as mulheres encorajavam os maridos. Segundo nossos sábios, por mérito das mulheres judias nosso povo foi redimido do Egito..

Ao ordenar a Moshê que transmitisse a Torá ao povo judeu, D’us lhe pediu que antes dissesse às mulheres e só depois aos homens, pois elas aceitariam mais facilmente.

Quando o povo comete o pecado do Bezerro de Ouro, sem a participação das mulheres. Quando os espiões voltaram da Terra Santa, desencorajando os judeus a entrar nela, os homens choraram, implorando para voltar para o Egito; mas as mulheres mantiveram sua fé em D’us e pediram para ter uma parte nesta Terra.

Istos são exemplos da emunáh (fé) das mulheres.

São muitas as pequenas conquistas, ações de um dia-a-dia que confirma o novo papel das mulheres, ativistas em número cada vez maior, que ocupam espaços e assumem responsabilidades até bem pouco tempo exclusivas dos homens. Inclusive em postos de liderança comunitária, exercendo até mesmo a presidência de congregações.

Existem também cerimônias e rituais recriados para as mulheres, como por exemplo, o Simchat Bat, quando a menina recebe, na sinagoga, seu nome judaico.

Quando faz Bat Mitzváh, ela adquire a maioridade religiosa, porem com um conhecimento de causa, e de fundamentos, que simplesmente deixa de ser uma simples figura, e se converte em um complemento da realização e concretização.

Até na ortodoxia judaica as mulheres estão conseguindo cada vez mais espaços no ritual e na liderança religiosa (alguns movimentos ortodoxos concederam às mulheres o direito de conduzir serviços religiosos e ler a Torá, contanto que seja em grupos só de mulheres), um exemplo importante de isto foi Nechama Leibowitz Z”L, uma mulher erudita que ensinava Toráh em Yeshivot (casa de estudo avançado para formação rabínica) de Homens.