Produto
"Kasher Lepêssach
O Remá (Rabino Moshe Isserlis, Cracóvia, 1520 -
1572), cujas decisões rabínicas são seguidas pelos ashkenazim, escreveu que o
costume para os mesmos é ser rigorosos em Pêssach, a princípio, e não comer
produtos que não tenham sido supervisionados especialmente em sua fabricação
antes de Pêssach. A causa é o receio causado pelo fato do chamêtz estar
bastante presente entre nós, e não ser comum tomar cuidado com o mesmo durante
o ano todo. Há também o receio de que se tenha utilizado, na fabricação dos
alimentos, utensílios que contenham "gosto" de chamêtz absorvido em
suas paredes. O Shulchan Aruch (Rabino Yossef Caro, Tzfat, 1488 - 1575), cujas
decisões rabínicas são seguidas pelos sefaradim, escreveu que se deve ser
leniente, pois enquanto não se tem suspeitas fortes e embasadas de que o
chamêtz tenha se misturado aos alimentos, não se deve recear. A maioria dos
selos de kashrut de qualidade, em todo o mundo, costuma ser rigorosa como o Remá
e certificam os produtos com "Kasher Lepêssach" somente quando são
tomados cuidados especiais na preparação dos alimentos para Pêssach.
E assim á a lei para o leite, para a carne
bovina e para as aves, que são preparados e vendidos para Pêssach, ou seja,
também estes produtos devem possuir carimbos de kashrut especiais para Pêssach,
atestando que foram supervisionados para evitar contato dos mesmos com chamêtz,
desde a ordenha e o abate até a embalagem.
Remédios
em Pêssach
Na composição de alguns remédios há amido de
trigo. Sua função é endurecer e solidificar o remédio. Todos os poskim (rabinos
legisladores) concordam que, quando se trata de um doente em estado grave, e o
médico receitou que este tome um remédio que é ou contém chamêtz, é mitzvá
obedecer às ordens médicas, já que a proibição de que se corra risco de vida se
sobrepõe à proibição de comer chamêtz em Pêssach. A dúvida emerge quando se
trata de um doente sem gravidade. Se o remédio para este doente possui sabor
agradável, é obrigatório verificar e examinar a kashrut deste para Pêssach e,
se não for kasher, é proibido tomá-lo.
No caso do gosto do remédio ser amargo, já que o
amido de trigo está misturado a outras substâncias que danificaram o seu sabor,
é permitido tomar este remédio em Pêssach. Há, no entanto, poskim que alegam
que, como o doente citado está interessado no remédio, este é importante para
ele e não se considera que o medicamento tenha sido corrompido em termos do
consumo, sendo assim proibido tomá-lo em Pêssach. Portanto, no caso de
necessidade, deve-se consultar um rabino especialista nas halachot sobre como proceder. Também se pode agregar que se o remédio se "traga" e não se mastiga, então se pode tomar tranquilamente, se é para mastigar, tem duvidas, frente a isto o que conta o critério do medico.
Produtos de Higiene em Pêssach
Em determinados produtos, como sabonetes,
shampoos e cremes diversos, o álcool de trigo – ou demais substâncias, cuja
origem é chamêtz – é acrescido à composição. Este é um assunto complexo na
Halachá (Lei Judaica) que gera divergências entre os poskim (rabinos
legisladores), ou seja, se a unção do corpo com tais sabonetes, pastas ou
similares seria equivalente a bebê-los ou não. A seguir, um resumo das halachot
na prática, no tocante a este assunto:
1. Com relação a
pastas de dente, é obrigatório ser rigoroso quanto à kashrut especial para
Pêssach das mesmas, pois elas têm sabor agradável. 2. É permitido ser leniente
com relação aos cremes e sabonetes para lavagem corporal ou perfumes, que em
geral contêm álcool, não exigindo kashrut especial para Pêssach, porque são
impróprios para consumo como alimento, embora haja muitos que costumam ser
rigorosos e só comprar sabonetes e cremes ""Kasher
Lepêssach"". 3. Produtos de limpeza doméstica, para a casa ou para as
roupas (graxa para sapatos, por exemplo), não precisam de qualquer supervisão,
pois seus gostos são desagradáveis e são totalmente impróprios como alimento.
4. Batons, a princípio, precisam ter kashrut para Pêssach. 5. Maquiagem e
demaquilantes não precisam de kashrut para Pêssach, mas deve-se cuidar para que
não sejam aplicados sobre os lábios.