Controle sua Ira
Num seminário
que ministrei recentemente, uma mãe falou-me sobre o seguinte problema:
"Meu filho de nove anos tem determinadas atitudes que desencadeiam muita
raiva em mim. Quando ele faz isso, eu grito e perco a cabeça. Dez minutos
depois, sinto-me bastante culpada por me descontrolar, e por algumas das coisas
que falei. Como posso conseguir que meu filho deixe de ter este
comportamento?"
Eu expliquei que talvez, a princípio, ela não
deveria procurar a solução em seu filho, mas ao contrário, olhar para si mesma
e encontrar maneiras de lidar com isso. "Nossa vida não é determinada
somente por aquilo que nos acontece, mas também pela nossa reação àquilo que
acontece; não apenas por aquilo que a vida nos traz, mas pela atitude que
trazemos à vida."
Contei a ela a história de um Rebe chassídico
que ansiava comprar um lindo etrog (a cidra usada como uma das "Quatro
Espécies" na observância do Dia Festivo) para Sucot. Quando o etrog mais
bonito do país lhe foi trazido, ele descobriu tristemente que de forma alguma
poderia dar-se ao luxo de pagar o preço pedido por ele. Nem ao menos podia
arcar com os alimentos básicos para a festa. Ele então, enviou um de seus
filhos com a missão de vender o tefilin de seu avô, uma preciosa herança de
família, e usar o dinheiro para a compra do lindo etrog. Ao receber o etrog, o
Rebe e seus filhos começaram a dançar.
A Rebetsin, que estava sentada na cozinha sem
ter o que fazer, pois não possuía ingredientes para cozinhar, ficou certa de
que haviam encontrado dinheiro para a comida. Ficou chocada ao descobrir que em
vez disso, um etrog havia sido comprado. Em sua frustração, mordeu o etrog,
tornando-o impróprio para o uso. O rabino estava a ponto de perder o controle,
mas em vez disso, começou a cantar e dançar. Então, ele disse: "Perdi o
tefilin de meu avô e agora perdi também o etrog. Devo perder a calma,
também?" Ao final desse episódio, ele sentiu que controlar a ira era uma
conquista maior que a aquisição daquele etrog especial.
Nesta história, o rabino não mudou o
comportamento de sua mulher. Ele apenas mudou sua fisiologia, começando a
cantar e dançar. Isso, então, tornou mais fácil mudar sua atitude e chegar à
conclusão de que nada há a ganhar ficando irado.
Uma maneira de livrar-se de um estado
emocional indesejado é realizando uma ação física com o corpo, que seja
totalmente oposta a nossos sentimentos. Por exemplo, se você está triste,
comece a cantar uma canção alegre e a dançar pela sala. Se lhe faltar
autoconfiança numa entrevista de emprego, sente-se com o queixo erguido numa
posição ereta - do jeito que você se senta quando está muito confiante em si
mesmo. Nossa mente consciente pode ter apenas um sentimento por vez. Quando
demonstramos o comportamento desejado, nossa mente logo seguirá fazendo o
mesmo.
Eu sugeri à mãe furiosa (e a todos nós, pais)
que quando o filho apertar o botão que a deixa irada, e ela sentir que está
prestes a começar seu habitual desempenho de fúria, ela deveria chegar até o
filho, abraçá-lo e beijá-lo, dizendo: "Você é tão especial para mim. Eu te
amo muito. Não há nada neste mundo que você possa fazer para que eu deixe de te
amar. Então, não adianta tentar." Ela deve continuar a abraçá-lo até que a
mente siga suas ações, e seu nível de estresse seja reduzido a um nível
passível de controle.
Tente -
funciona!!!!!!