quarta-feira, outubro 20, 2010

O VERDADEIRO AMOR

O VERDADEIRO AMOR

Um pescador certa vez pescou um salmão. Quando viu seu extraordinário tamanho, exclamou: "Que peixe maravilhoso! Vou levá-lo ao Barão! Ele adora salmão fresco."

O pobre peixe consolou-se, pensando: "Ainda posso ter alguma esperança."

O pescador levou o peixe à propriedade do nobre, e o guarda na entrada perguntou: "O que tem aí?"

"Um salmão", respondeu o pescador, orgulhoso.

"Ótimo", disse o guarda. "O Barão adora salmão fresco."

O peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador entrou no palácio, e embora o peixe mal pudesse respirar, ainda estava otimista. Afinal, o Barão adora salmão, pensou ele.

O peixe foi levado à cozinha, e todos os cozinheiros comentaram o quanto o Barão gostava de salmão. O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão entrou, ordenou: "Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o salmão."

Com seu último sopro de vida, o peixe gritou em desespero: "Por que você mente? Se realmente me ama, cuide de mim, deixe-me viver. Você não gosta de salmão, gosta de si mesmo!"

Reflexão

Uma mãe levou o filho pequeno ao fundo de um vale, e disse: "Grite as palavras: 'Eu te odeio'!" De repente, ele ouviu o som assustador de "EU TE ODEIO, Eu Te Odeio, Eu Te Odeio!" ecoando pelo vale.

Ela voltou-se para o filho e pediu: "Agora grite as palavras 'Eu Te Amo' o mais alto que puder."

Ele gritou com todas as forças: "EU TE AMO!" De repente, ouviu: "Eu TE AMO, Eu Te Amo, Eu Te Amo!" ecoando ao seu redor.

"Olhe dentro de um lago e veja um espelho de água refletindo sua imagem. Ame outra alma e seu amor se refletirá de volta para você."

O SOBREVIVENTE

O SOBREVIVENTE


Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a D’us por estar vivo e ter conseguido se agarrar à parte dos destroços para poder ficar boiando.

Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação.

Com muita dificuldade e restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva, de animais, e para guardar seus poucos pertences.

Novamente agradeceu.

Nos dias seguintes a cada alimento que conseguia caçar ou colher, ele agradecia. No entanto, um dia quando voltava da busca por alimentos, ele encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.

Terrivelmente desesperado ele se revoltou.

Gritava chorando: - "O pior aconteceu! Perdi tudo! D’us, por que fizestes isso comigo?”

Chorou tanto, que adormeceu, profundamente cansado.

No dia seguinte bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.

- "Viemos resgatá-lo" - disseram.
- “Como souberam que eu estava aqui?” - perguntou ele.
- “Nós vimos o seu sinal de fumaça!”

* * * * * * * * * * * * * * * * * *

É comum sentirmo-nos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal.

Mas D’us age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.

Lembre-se: se algum dia o seu único abrigo estiver em chamas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará chegar até você a Graça Divina. Para cada pensamento negativo nosso, D’us tem uma resposta positiva.

O Calculo da Vida

O Calculo da Vida



As vezes olho para o relógio com tristeza. Apesar de cumprir sua função fundamental, recorda-me que já se passou mais uma hora de minha vida. Por mais que faca, por mais que tente, aquele momento nunca mais voltara. E, as vezes, surpreendo-me fazendo cálculos.

Imaginem alguém que, Baruch Hashem (graças a D’us), tem a felicidade de viver 80 anos (embora sempre desejemos "ate 120"): 80 X 365 = 29200 dias de vida. Este numero, multiplicado por 24, informa-nos que essa pessoa viveu 700.800 horas. Bastante, não? Mas, como todo ser humano precisa descansar, calculemos 8 horas diárias de sono: 8 X 29.200 = 233.600. Agora, vamos calcular quanto, de fato, esta pessoa viveu: 700.800 – 233.600 = 467.200 horas na quais ela esteve desperta e ativa.

Façamos, dessa vez, todo o processo ao revés. Quantos dias ela pode aproveitar? Agrupemos as horas nos dias: 467.200 horas dividas em grupos de 24 (a duração total de um dia, pois, para o relógio, não faz a mínima diferença se você esta acordado ou não) = aproximadamente 19.466 dias. Quantos anos? 19.466/365 = 53 (numero arredondado). Supondo que você, leitor deste artigo, tenha 25 anos, como eu. Restam-nos, por esses cálculos, 28 anos de vida ativa, 10.220 dias e (multiplicando-se por 16, que são as horas que realmente vivemos) 163.520 horas. Isso, claro, se tivermos a graça de chegar a tão bela idade. Olhe para seu relógio. Os ponteiros continuam se movendo e, a cada volta, mais um instante e subtraído deste total acima. A cada guinada, uma parte de nos vai ficando no passado, para nunca mais voltar.

Estamos na reta final para a mais solenes datas de nosso calendário: as Grandes Festas. Milhões de judeus, ao redor do globo, encontram, neste período, um refugio espiritual para escapar das pressões de nosso cotidiano. Procuramos recarregar nossas baterias, na esperança de podermos enfrentar o que esta por vir com mais forca e determinação. E o momento de fazermos nosso "cheshbon hanefesh" – literalmente, a conta de nossa vida – e calcularmos o que de fato fizemos de construtivo nesta nossa existência física, para, depois, reavaliarmos nossos objetivos. Mas, devemos esperar ate lá para fazer isso? Olhe novamente para seu relógio e responda você mesmo. Os ponteiros continuam se movendo. O Shabat e as festas (chaguim) são templos no tempo, monumentos em nossas agendas. Enquanto existir o mundo, elas surgirão e desaparecerão, para novamente surgir no ano seguinte, num ciclo inquebrantável.

Mas nos, seres humanos, somos "comparados a vasilha de barro que se quebra, a erva que seca, a flor que murcha, a sombra que passa, a nuvem que se dissipa, ao vento que sopra, ao pó que vai pelo ar" – a mensagem mais forte – "ao sonho que desvanece" (liturgia das Grandes Festas). Somos imortais em espirito, mas limitados pelo relógio, que determina o quanto deveremos permanecer aqui na Terra. Nossa luta pela imortalidade deve residir nos corações daqueles a quem fazemos o bem e, para isso, devemos refletir sobre o que temos feito com nossas horas, minutos e segundos. O mês de Cheshvan, o qual não tem nenhuma comemoração,  e o momento ideal para esta reflexão, para que possamos chegar ao mês de Kislev, o mes das luzes, sabendo exatamente quem somos, como vivemos e o que queremos. Faca isso; não perca tempo. Porque só se admira a Luz, quando estamos na escuridão.

Anote em um pedaço de papel todos os momentos felizes de sua vida: o beijos de seus pais, a alegria de seu casamento, a emoção ao segurar seu filho pela primeira vez, etc. Some, multiplique, divida. Faca o balanço geral do quanto você aproveitou seu próprio eu. Não tenha medo de corrigir o que for necessário, pois Chanucáh, a festa das Luzes, são apenas um lembrete de que os ponteiros continuam se movendo...

quarta-feira, outubro 13, 2010

Tesouros de nossa tradição

Tesouros de nossa tradição


Matemática Rabínica - Sabedoria Milenar


Três homens se associaram e compraram dezessete cavalos por dois mil e setecentos rublos. Um pagou metade do dinheiro, outro um terço e o terceiro um nono do total. Porem, quando chegou à ocasião de dividi-los entre si, não o conseguiram e se dirigiram ao rabino, expondo-lhe a situação.

- Deixem-me pensar, utilizando a sabedoria Talmudica. Voltem a me procurar com seus cavalos pela manha.

À hora marcada, os três sócios trouxeram os cavalos ao rabino que, para sua surpresa, ele trouxe seu próprio cavalo e ficaram perplexos.

Eles perguntaram: “Porque Mestre trouxe seu cavalo?”

Ele se aproximou dos demais e disse:

- Meus filhos, aqui estão seus dezessete cavalos mas o meu, dão um total de dezoito cavalos. Agora utilizaremos a “Matematica Rabinica”, você, que pagou a metade, levará nove cavalos. Você, que entrou com um terço, levará seis. Finalmente você, que pagou um nono, ficará com dois. Assim ficam distribuídos os dezessete cavalos.

E, em poucos instantes, foi-se embora o rabino, levando consigo seu cavalo de volta à estrebaria. Ficando cada um com sua parte e sem problema de dividir, o Cavalo do rabino, voltou a dono que o emprestou.

Sabedoria milenar!!!!

Os costumes e suas origens

Os costumes e suas origens


Por que, ao fazermos um brinde, dizemos LECHAIM?
Alem de estarmos desejando vida longa e sadia, ha' uma explicação ainda mais profunda. O valor numérico da palavra LECHAIM = 98 = MINHAG (tradição). Ou seja, ao levantarmos um brinde, estamos perpetuando a tradição que, segundo as fontes místicas, tem o poder de anular qualquer mau decreto que possa existir contra nos, proporcionando-nos, deste modo, uma vida longa e sadia.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Livre arbítrio, o Coração da Humanidade

Livre arbítrio, o Coração da Humanidade

Conta-se uma história sobre um Contador que, durante 50 anos, entrava em seu escritório, sentava-se à mesa, pegava a chave que estava presa em seu relógio de bolso e abria a gaveta superior do lado direito. Lia então um pedaço de papel, devolvia-o para a gaveta e a trancava. Como podemos imaginar, a primeira coisa que seus colegas de trabalho fizeram depois que descobriram que ele havia falecido foi arrombar a fechadura e olhar o papel. Lá havia duas colunas: "Débitos" à esquerda, "Créditos" à direita.

Creio que o artigo desta edição é, provavelmente, aquele que devem ser colocadas na gaveta de cima e lidas todos os dias.

Livre Arbítrio é o importante fator que nos faz humanos!

Livre Arbítrio significa que temos a capacidade de fazer escolhas morais para aceitarmos as 'dores' de fazer a coisa certa - crescer, fazer deste um mundo melhor - ao invés de procurar apenas o conforto. Somos facilmente confundíveis a menos que tenhamos definições claras e metas objetivas. Uma vez que sabemos que o Livre Arbítrio refere-se a escolhas morais e não a escolher qual a cor das meias que usaremos hoje, então temos um começo.

Para fortalecermos o uso de nosso Livre Arbítrio, é importante focarmos em 5 pontos:

1) Estar atentos. Tomamos decisões o tempo todo. Uma vez que tomemos consciência do fato de que estamos constantemente fazendo escolhas, então podemos começar a monitorá-las. Neste ponto, estaremos usando nosso Livre Arbítrio ativamente, não passivamente. Temos de ter a consciência que estamos constantemente tomando decisões. Não deixemos que nossas decisões apenas 'aconteçam'. Tomemos o controle ! Podemos nos perguntar: "Esta é a decisão que quero tomar ?" Se não for, então a mude.

2) Seja você mesmo. Não aceitemos as idéias assumidas pela sociedade como sendo as nossas a menos que tenhamos pensado e analisado o assunto e concordado com elas. Responsabilizemo-nos por nossas decisões. É espantoso que durante a Guerra Civil americana, todas as pessoas ao norte da linha de guerra fossem contra a escravidão e todos os que estavam ao sul eram a seu favor. O que aconteceu ? Será que todas as pessoas ruins migraram para o sul, como se lá houvesse um imã ? Todos somos produtos de nossa sociedade. Da mesma maneira, não sejamos escravos de uma decisão anterior. Só porque uma vez achamos que não conseguiríamos fazer determinada coisa, isto não significa que a decisão ainda se aplica. Comecemos cada dia novamente.

Constantemente reavaliando em que estágio estamos na vida, de forma a estarmos seguros de que aquilo que escolhemos daquela vez é o que ainda escolheríamos hoje. Certifiquemo-nos que somos nós quem dirigimos nossas decisões, não que nossas decisões nos dirijam.

3) Entender que a batalha é entre os desejos do corpo e as aspirações da alma. Existem vezes que sabemos objetivamente que algo é bom para nós, mas nossos desejos físicos 'entram no meio' e distorcem nossa avaliação. O desejo definitivo do corpo é levar as coisas 'numa boa': escapar dos problemas e existir em meio a um conforto perpétuo, ao invés de fazer o esforço de encarar a vida de frente. O desejo maior da alma é viver plena e vibrantemente, com cada fibra de nossos seres fazendo algo que tenha significado, que seja correto, que seja produtivo.

4) Identifique-se com sua alma. Nossa alma é realmente o que somos !. Portanto, se consigo me identificar com os desejos da alma, isto satisfará as necessidades do verdadeiro 'eu'. Nossa tarefa é treinar nosso corpo e persuadi-lo a refletir sobre a realidade da alma. Usemos a mesma estratégia que o corpo usa conosco! O corpo diz: "Só mais um pedacinho de bolo". Respondamos: "Com certeza! Daqui a 10 minutinhos !" e então adiemos por mais outros 10 minutos. Não falemos: "Estou com fome". Digamos: "Nosso corpo está com fome". Identifiquemo-nos com nossas almas e façamos de nossos corpos um reflexo de nossas almas. Se fizermos isto, teremos uma verdadeira e real paz interior.

5) Perguntar: “O que D’us quer ?”. Usemos nosso poder de escolha para nos fundirmos com a mais significante e poderosa força do universo: o transcendental.

A forma definitiva de vida é a eternidade, ou seja, vida sem qualquer indício de morte. Portanto, unindo-nos e vinculando-nos a D'us estaremos nos unindo e vinculando a mais elevada e pura forma de vida: a eternidade. Este é o uso verdadeiro, real e definitivo de nosso Livre Arbítrio. Isto é o que D'us quis dizer quando escreveu em Sua Toráh: "Escolha a Vida !". Façamos da nossa vontade a vontade Dele. Se o fizermos, seremos um pouco menos do que o próprio D'us: Sócios em transformar este mundo num mundo melhor !

A Toráh é o manual de instruções para vivermos. No seu quinto livro, Devarim – Deuteronômio- (29:15-20), está escrito: "Vejam: Eu coloquei ante vocês a vida e a morte, o bem e o mal, a bênção e a pobreza. Escolham a vida para que possam viver". Por que está escrito "escolham a vida" e não "escolham o bem" ? A resposta é que todo ser humano penso que está fazendo a coisa certa -- especialmente as pessoas ruins ! Elas simplesmente racionalizam seus maus atos como "bons atos" (Isto é o motivo pelo qual inventaram a 'Limpeza Étnica')

A Toráh nos diz que o problema não é que escolhemos o mal. O problema é que escolhemos a morte. A verdadeira arena do Livre Arbítrio humano é a disputa entre a vida e a morte. Este é o motivo pelo qual D'us não disse: "Escolha o bem". Ao invés disto Ele nos disse: "Escolha a vida".

Agora, o que toráh quer dizer ao nos transmitir que o Livre Arbítrio é a escolha entre a vida e a morte ? Quem entre nós está escolhendo a morte ? Para entender o que a toráh quer dizer com "escolhendo a morte", analisemos o suicídio. Por que uma pessoa escolhe o suicídio ? Ela quer evitar o sofrimento. Freqüentemente não apenas um sofrimento físico, mas também a angústia e o esforço de enfrentar os problemas e os desafios. Morte, ou fuga das responsabilidades, é uma escolha que está à disposição de todos nós, a cada segundo do dia. O suicídio é apenas a forma mais extrema e derradeira de fuga. Na vida há muitos outros caminhos que podemos escolher para fugir. Drogas, por exemplo, são outras formas de fuga, umas mortes lentas não tão traumático quanto o suicídio. Matar o tempo é uma fuga ! E uma forma de suicídio, também. Se ligarmos a TV apenas porque estamos entediados, isto não é um suicídio ? Poderíamos usar este tempo para viver e crescer, porém desistimos porque é muito difícil ...

Nós todos, ocasionalmente, escolhemos escapar do esforço envolvido em atingir as metas e ambições que temos para nós mesmos na vida. Todos queremos ser formidáveis, todos queremos mudar o mundo. Só que nem sempre temos vontade de realmente nos empenhar. Aí, então, nos distraímos e escapamos de nós mesmos e do que deveríamos realizar com êxito.

Cada momento que estamos vivos, estamos usando nosso Livre Arbítrio para escolher entre a vida e a morte, realidade ou fuga. É uma escolha constante. Estamos ou escolhendo enfrentar a dor para crescermos ou estamos desistindo. O modo como resolvemos este conflito é onde reside nossa grandeza. Nossa grandeza é encontrada ao usarmos nosso Livre Arbítrio para viver, lutar e realizar - ao invés de fugir. Escolher a vida é escolher abraçar a vida e melhorar a nós mesmos e ao mundo!

A Ciencia da Matemática no Casamento

A Ciencia da Matemática no Casamento

A relação do Matrimonio com nosso casamento espiritual

Casamento: são dois indivíduos reduzidos a um, dois indivíduos distintos e unidos, ou três totalizando um?
Um sábio da Galiléia expôs diante de Rabi Chisda: "Abençoado seja o Misericordioso, que doou um Toráh tríplice (1) a um povo tríplice (2) através de um terceiro filho(3) no terceiro dia (4) do terceiro mês (5)". (Talmud, Shabat 88a)

A Toráh nós ensina que por mais que pareça estranho, é possível classificar o casamento em três categorias: o casamento individual, o casamento a dois e o casamento tridimensional.

No casamento do tipo individual, uma pessoa é totalmente anulada pela outra, à medida em que ele ou ela cedem sua vontade e identidade, a fim de servir à vontade e à identidade do outro. O dois torna-se um, porém esta não é bem uma união e sim uma fusão: um renunciou a si mesmo para aderir ao outro, enquanto que o ego do outro engole a mente, o coração e a essência de seu "parceiro".

No casamento do tipo a dois, cada parceiro preserva sua distinção como um indivíduo. Eles dividem pensamentos, sentimentos e recursos, e exercem profunda influência um sobre o outro; mas cada um atua em seus próprios termos, assimilando o laço matrimonial como parte de sua própria individualidade e experiência. Então, o que temos aqui não é uma união, mas unicamente um relacionamento entre indivíduos.

Finalmente, há o casamento em seu sentido real e fundamental — o casamento-união, tridimensional.

Aqui, a identidade não é anulada pela eliminação do mais fraco ou do parceiro "receptor", nem tampouco cada um se relaciona com o outro por detrás de paredes delimitadoras do eu. Suas duas existências individuais se juntam para criar uma terceira realidade, a realidade que funde e abraça os dois, enquanto preserva suas diferenças como um ingrediente puro da harmonia. Um verdadeiro casamento não abriga um ser individual, anulado, nem dois seres distintos, e sim uma trindade que é a essência da unidade: a própria individualidade de cada um dos cônjuges e o casamento em si, o terceiro elemento, cuja composição será traduzida pela união de dois seres em um todo harmonioso.

Esmagadoramente um...

Nossos profetas e sábios referem-se ao dia em que no Sinai recebemos a Toráh, como o dia de nosso casamento com O Todo-Poderoso. A Toráh, que articula a sabedoria e a vontade de D’us em termos humanamente compreensíveis, é o "terceiro" elemento de nossa relação com D’us, o elemento que transforma nosso relacionamento em um casamento.

Como seres humanos, nós habitamos uma realidade corpórea e finita, que por natureza e definição, impede qualquer contato com qualquer coisa realmente infinita, transcendente e absoluta. No entanto, O Criador estabeleceu canais de consciência e experiência que rompem os limites de nossa existência e nos permitem o relacionamento com Sua verdade transcendental.

Essas passagens à uma realidade maior assumem várias formas, porém podem ser divididas em três categorias gerais, similares aos três tipos de relacionamento descritos acima.

No primeiro nível "unilateral" de relacionamento, há ocasiões em que o Todo-Poderoso escolhe desencadear uma revelação supra-natural, supra-racional, de sua realidade. Por exemplo: testemunhamos um milagre que abala os fundamentos pelos quais entendemos a nós mesmos e ao nosso mundo — uma experiência que não podemos assimilar de nenhuma maneira humanamente sensível, exceto superando nossas limitações com reverência e humildade. Outro exemplo é quando uma pessoa, confrontada com um desafio às suas mais profundas convicções, escolherá sacrificar sua existência em benefício de uma verdade maior.

Em ambos os casos, a parede que confina nossas limitadas existências foi fendida, apesar do resultado não ser a união do mundo humano com o mundo celeste, e sim, a negação e anulação do humano, a exposição de sua insubstancialidade diante do Divino.

Naturalmente dois...

Por outro lado, há pontos de contacto entre o nosso mundo e a Divina realidade que são naturalmente e humanamente viáveis.

Cada nascer do sol, cada pulsar do coração humano e cada esvoaçar das asas de um inseto, é a ação de D’us sobre a nossa realidade. Enquanto que estes atos Divinos não são menos miraculosos do que a divisão do Mar Vermelho, a natureza é a maneira de D’us afetar nosso mundo através de um véu de controle, da rotina que nos possibilita absorver Sua interferência em nossas vidas, via nossos sentidos fisicamente finitos e nossas mentes limitadamente físicas. Um exemplo dos esforços do homem em elevar-se é o seu esforço em obter a compreensão do que está por trás e acima dos meros fatos de sua existência.

Tudo isso forma um tipo de relação a dois, entre céu e terra, nos conectando com uma verdade maior "em nossos próprios termos", sem anular as normas da existência e experiência humanas. Apesar disto tudo, no entanto, não se pode dizer que existe uma união real entre o terrestre e o Divino, mas, tão somente uma conecção entre os dois como distintos e irreconciliáveis setores.

... e matrimonialmente três.

Então, D’us desceu no Monte Sinai e tomou Israel como sua noiva. Ele nos deu a Sua Toráh, introduzindo uma dimensão matrimonial em nosso relacionamento. A Toráh nos une com a Sua verdade transcendental, e, ao mesmo tempo, abraça e envolve a nossa finita e terrestre existência como um componente integral desta união.

A Toráh é a sabedoria e vontade de D’us. Mas, D’us não comunica Sua sabedoria e vontade em um detalhado manifesto e uma codificada lista de instruções. Muito pelo contrário; Ele nos deu uma "Toráh Escrita" relativamente curta (os cinco livros de Moisés) junto com a "Toráh Oral", um conjunto de indicações pelas quais a Toráh Escrita será interpretada, decodificada, extrapolada e aplicada às miríades de possibilidades conjuradas pela experiência humana. Assim, A Toráh escrita encerra dentro de si o imenso oceano de ensinamento, legal, homilético, filosófico e místico, que conhecemos como a Toráh (por exemplo: o Talmud e seus comentários, o código das leis judaicas, os ensinamentos da Cabaláh, etc.); mas, são a mente e a vida humanas que D’us designa como as ferramentas com as quais serão desvendadas as várias nuances de sentidos e instruções.

A Toráh é desse modo o local onde o humano e o Divino se fundem em um. Onde a semente da sabedoria Divina germina na mente humana, ganhando profundidade, amplitude e definição, despertando o coração humano e tornando-se tangível à materialidade da vida humana. Neste casamento nossa humanidade não é apagada pela extensão infinita do Divino, também não permanece distinta dela. Neste casamento nossa finitude e subjetividade humanas tornam-se um instrumento da verdade Divina, unindo-se a ela, a fim de criar a expressão definitiva da Divina imanência em nosso mundo: A Toráh!.

O Homem do Espelho

O Homem do Espelho


Quando conseguir tudo que quer na luta pela vida
E o mundo fizer de você rei por um dia,
Procure um espelho, olhe para si mesmo
E ouça o que aquele homem tem a dizer


Porque não será de seu pai, mãe ou mulher
O julgamento que terá que absorvê-lo.
O veredicto mais importante em sua vida
Será o do homem que o olha do espelho.


Alguns podem julgá-lo modelo,
Considerá-lo um ser maravilhoso,
Mas ele dirá que você é apenas um impostor,
Se não puder fitá-lo dentro dos olhos.


É a ele que deve agradar, pouco importa os demais,
Pois será ele quem ficará ao seu lado até o fim.
E você terá superado os testes mais perigosos e difíceis
Se o homem no espelho puder chamá-lo de amigo.


Na estrada da vida, você pode enganar o mundo inteiro,
E receber palmadinhas no ombro ao longo do caminho,
Mas, seu último salário será de dores e lágrimas,
Se enganou o homem que o fita no espelho.

Dole WimBrow