sexta-feira, março 15, 2013

Pêssach: Resumo de leis e costumes.

Pêssach

Pessach Sameach

Leis de Pêssach

Durante os oito dias de Pêssach, somente se pode comer pão ázimo (Matsáh), comemorando assim a saída do Egito que, ao ser tão precipitada, não deu tempo aos judeus para esperarem que o pão fermentasse.

Não somente está proibido ingerir Chamets durante Pêssach senão inclusivamente a sua possessão está proibida, pelo que devemos despojar-nos de qualquer alimento Chamets antes da véspera da festa.

“Chamets”: Denomina-se Chamets a toda a substância fermentada, procedente dos cinco cereais principais: trigo, cevada, espelta, aveia e centeio. Segundo a Halacháh (Lei Judaica) a fermentação produz-se com o contacto da água com estes cereais, ao cabo de dezoito minutos em condições normais.

Alimentos Chamets são, por exemplo: pão, macarrão, bolachas, cerveja, whisky, etc.

A proibição do Chamets inclui também outras categorias:

“Seor”: Levedura e todo o agente fermentante.

“Taarobet Chamets”: Qualquer comestível que contenha, ainda que na mesma proporção, algum ingrediente Chamets.

O arroz, o milho, os grãos, os legumes em geral e outros cereais que não pertencem às cinco espécies, não se consideram Chamets. Ainda assim, as comunidades ashquenazitas costumam privar-se deles: também algumas comunidades do Norte de África têm por costume privar-se do arroz, temendo não poder revisá-lo como corresponde separando-o dos grãos de cereais com os quais vem geralmente misturado.

“Chamets não comestível”: Todos os produtos não comestíveis adquiridos antes de Pêssach, ainda que contenham derivados de Chamets (tintas, pomadas para sapatos, goma de pegar, etc.), podem-se usar devido, precisamente, a que não são comestíveis, como também não são comestíveis, o sabão, os perfumes, etc. Todos estes produtos cosméticos estão permitidos, exceto aqueles artigos de sabor agradável, em especial os de uso oral, como os dentríficos ou os lápis labiais, os quais não se devem utilizar até estar seguros de que não possuem nenhum ingrediente Chamets nas suas fórmulas.

Os medicamentos de consumo oral, como as pastilhas, xarope, sacarina, etc. não se podem ingerir até estar confiantes de que não possuem nenhum ingrediente Chamets, devido a que na confecção de muitos de eles- em especial as pastilhas- usa-se amido de trigo como solidificador. Em caso de gravidade, obviamente, pode-se tomar qualquer medicamento (nestes casos, recomenda-se consultar o Rabino da comunidade).

“Alimentos sem Chamets”: É impossível detalhar uma lista de alimentos permitidos, já que a elaboração dos mesmos varia de lugar para lugar, de tempos em tempos e de firma para firma. Tomemos como ilustração o café que, normalmente está permitido, pois não possui nenhum tipo de Chamets, mas que em alguns países, vem misturado com grãos de cevada, que é completamente Chamets (Gamur), pelo que se deve consultar o Rabino da comunidade, no que respeita a cada um destes casos em particular.

“Hagalat Kelim”: Os utensílios que usamos durante todo o ano para Chamets não devem ser utilizados desde a véspera de Pêssach, até finalizada a Festa; se os limpa bem e se guardam bem num lugar fechado. Hoje em dia está ao alcance de quase todos provê-se uma vasilha especial para Pêssach.

Entretanto, para aqueles que não é possível, poderão usar a vasilha normal depois do processo da Hagadáh (escaldadura), exceto os utensílios de porcelana ou cerâmica que não são susceptíveis de escaldar (“Keli Cheres”).

Devido a que são múltiplos os casos e os detalhes, assim como os costumes sobre este procedimento, aconselhamos a consultar a autoridade rabínica da comunidade.

“Bedicat Chamets”: Com antecipação à véspera de Pêssach deve-se limpar a fundo toda a casa de maneira a que não fique chamets na nossa propriedade.

Na noite entre 13 e 14 de Nissan, aproximadamente vinte minutos depois do sol posto, realiza-se a Bedicá, ou seja, a procura minuciosa dos restos de chamets que puderam ter ficado nas nossas propriedades (casa, loja, automóvel, etc.).

Devemos revisar todos os compartimentos, canto a canto e especialmente a dispensa e o refrigerador, bem como todo o armário onde normalmente se guarde alimentos chamets.

A procura do chamets realiza-se à luz de uma vela de cera ou parafina, devido a que a pouca luminosidade nos obriga a comprovar com minuciosidade, permitindo-nos revisar gretas ou pequenas aberturas, ou mesmo lugares aonde a luz elétrica não chega.

Costuma-se esconder dez pedaços de pão bem envoltos em papel para incentivar quem realiza a Bedicá e se esmere na procura.

Antes da Bedicá, diz-se a seguinte bênção:

“BARUCH ATÁ A-DO-NAI E-LO-HE-NU MELECH HAOLAM ASHER KIDESHANU BEMITZVOTAV VETZIVANU AL BI’UR CHAMETZ”.

“BENDITO SEJAS TU, ETERNO NOSSO D-US, REI DO UNIVERSO, QUE NOS SANTIFICASTE COM OS TEUS MANDAMENTOS E NOS ORDENASTE ELIMINAR O CHAMETZ”.

Continua-se a procura, mas sem falar. Uma bênção é suficiente para a revisão de várias propriedades (isto é, várias casas).

“Bitul”: Finalizada a Bedicá realizar-se-á a anulação (Bitul) do chamets que não se encontrou, pronunciando a seguinte fórmula: “Toda a levedura e substância fermentada que se encontre em minha propriedade, que não vi nem eliminei, seja anulada e considerada como o pó da terra”.

Depois guarda-se o chamets que se encontrou até a manhã seguinte e se disporá de um lugar adequado para a cena dessa noite e o pequeno almoço do dia seguinte, tendo o cuidado de não aspergir as migalhas de pão ou de bolachas para que não seja necessário uma segunda revisão.

“Bi’ur chamets”: Depois do pequeno almoço costuma-se queimar o chamets que sobejou (como também se pode lançar ao rio ou pelo esgoto), junto com o que encontramos na noite anterior na Bedicá, em recordação dos restos que sobravam dos sacrifícios que deviam ser queimados uma vez passado o seu tempo.

Finalmente, deve-se pronunciar, como na noite anterior, a anulação (Bitul) de maneira mais detalhada: ”Toda a levedura e substância fermentada, que vi, que eliminei ou que não eliminei, seja anulada e considerada como pó da terra”.

Desta maneira damos a entender que ainda que possa ficar algo de chamets, já não nos pertence, pois não estamos interessados nele.

“Mechirat chamets”: Os alimentos chamets que não desejamos eliminar poderão ser vendidos a um não judeu, e podem comprar-se de volta quando finalizada a festa. Esta operação comercial realiza-se individual e diretamente, ou geralmente, através do rabino da comunidade.

“Horários”: Está permitido comer chamets apenas até à quarta hora solar do dia; durante a quinta hora solar não se pode comer, mas, todavia pode-se eliminar (Bi’ur), vender (Mechirá) ou anular (Bitul). A partir do começo da sexta hora solar qualquer atividade que esteja relacionada com chamets está proibida até que termine Pêssach.

“Achilat Matsáh”: Durante a véspera de Pêssach, costuma-se não comer Matsáh até o momento do Seder, para demonstrar a diferença entre o que é permitido e o que é obrigatório e cumprir o preceito de comê-la com desejo e apetite.

“Taanit Bechorot”: Os primogênitos costumam jejuar na véspera de Pêssach em recordação da praga dos primogênitos na qual o Todo-poderoso “passach” (saltar), as casas das famílias de Israel.

A participação na conclusão de um tratado da Mishnáh ou do Talmud ou num evento festivo (Circuncisão, boda ou Seudat Mitzvá em geral) interrompe o jejum.

“Asiá Melachá”: Depois do meio dia, não se deve trabalhar a fim de consagrar todo o tempo à preparação das Matzot e o necessário para o Séder que se realizará nessa noite.

¡Pêssach Casher VeSameach!