domingo, dezembro 02, 2012

Perasháh em português: Vayeshev (Bereshit – Gênesis 32:4 a 36:43)

Como saber enfrentar aos impulsos e os viciosclip_image002

vicios

Talvez você já conheça essa “horrível” piada antiga:

Um homem vai visitar seu rabino. “Rabino, algo terrível está acontecendo e preciso conversar com você a respeito.”

“Qual é o problema?” pergunta o rabino.

“Minha mulher está me envenenando,” vem à resposta.
O rabino, surpreso ao ouvir isto, pergunta: “Como é possível?”

O homem então implora: “Estou lhe dizendo. Estou certo de que ela está me envenenando, o que devo fazer?”

“Vou lhe dizer,” responde o rabino. “Deixe-me falar com ela para ver o que descubro e depois lhe respondo.”

No dia seguinte o rabino chama o homem e diz: “Bem, falei com sua mulher ao telefone ontem durante mais de três horas. Você quer meu conselho?”

O homem, ansioso, responde: “Sim.”

“Tome o veneno,” diz o rabino.

Música

A Toráh é conhecida como um livro de palavras. Menos conhecido é o fato de que é um livro de melodias. Cada palavra da Toráh contém uma nota musical com a qual é lida e cantada nas sinagogas sempre que é lida publicamente.

Isto é, entre parênteses, o que torna a leitura da Toráh uma tarefa desafiadora. Como essas notas não estão transcritas na própria Toráh – foram transmitidas oralmente de geração em geração – a pessoa que está lendo a Toráh deve memorizar a nota apropriada para cada palavra.

Essas notas musicais, transmitidas desde Moshe no decorrer das gerações, são extremamente meticulosas e significativas. Com frequência elas nos expõem à profundidade de uma palavra ou frase que jamais teríamos apreciado pela palavra ou frase em si mesma.

Uma das mais raras e mais incomuns notas musicais na Toráh é conhecida em hebraico como a “shalshelet”. Nenhuma outra nota musical escrita é passada num estilo repetitivo, exceto a shalshelet, que se repete teimosamente três vezes. A notação gráfica dessa nota, também, parece o facho de um relâmpago, m “movimento em zigzag”, uma marca que vai repetidamente para a frente e para trás.

Essa nota musical única aparece não mais de quatro vezes em toda a Toráh, três vezes em Bereshit e uma vez em Vaikrá. Uma delas é na porção Vayeshev, num momento de elevado drama psicológico e moral.

A Recusa

Eis aqui a história:

Yosef é um adolescente extremamente bem apessoado e filho favorito de seu pai, Iahacov. Ele é vendido como escravo pelos irmãos que têm inveja dele. Exibido no mercado egípcio, ele é comprado por um importante cidadão egípcio, Potifar, que termina por escolher o escravo como chefe da sua criadagem.

Ali, Yosef desperta a cobiçosa imaginação da esposa de seu amo. Ela tenta desesperadamente forçá-lo a um relacionamento, mas ele a recusa com firmeza.

Aqui está a descrição da Toráh:

“Yosef era forte e bonito de aparência. Após algum tempo a mulher de seu amo notou-o e disse: «Venha para a cama comigo». Mas ele recusou e disse: «Como sou o encarregado, meu amo não se preocupa com nada na casa; tudo que ele possui está confiado aos meus cuidados. Ninguém é mais importante que eu nesta casa. Meu amo não esconde nada de mim, exceto você, que é sua mulher. Como então eu poderia fazer algo tão perverso e pecar contra D'us?»”

Sobre o verbo “mas ele recusou” a tradição colocou uma shalshelet¹, a nota musical três vezes repetida.

Qual é o significado dessa nota rara sobre esse verbo em particular?

Há um detalhe ainda mais intrigante nessa narrativa, sobre a maneira que a Toráh relata a resposta de Yosef à proposta da mulher. Quando a esposa de seu amo pede que ele se deite com ela poderíamos esperar que Yosef primeiro explicasse a ela que não pode aceitar a oferta, e então concluir dizendo “não”.

Porém, a Toráh nos diz que a primeira coisa que Yosef fez foi recusá-la. Somente depois ele justifica sua recusa. Por quê?

O Conflito

A recusa de Yosef, devemos nos lembrar, não foi sem ambivalência e conflito. Por um lado, seu completo senso de moral disse: não. Seria uma traição a tudo que sua família representava – sua ética de propriedade sexual e seu forte senso de identidade como filhos do Pacto. Seria também, como o próprio Yosef explicou à mulher, uma traição ao seu marido e um pecado contra D'us.

E apesar disso, nos diz a tradição, a tentação foi intensa. Poderíamos entender por quê. Yosef é um escravo de 18 anos num país estrangeiro. Ele nem sequer é dono do próprio corpo; seu amo exerce controle total sobre sua vida, como era o destino de todos os escravos na antiguidade. Não tem um único amigo ou parente no mundo.

Sua mãe morreu quando ele tinha 9 anos, e seu pai pensava que ele estava morto. Seus irmãos foram quem o venderam como escravo, privando-o da juventude e liberdade. Pode-se apenas imaginar o profundo senso de solidão que inundava o coração desse adolescente bonito e bondoso.

Uma pessoa em tamanho isolamento não somente é dominada por tentações poderosas para aliviar sua solidão e desgosto, mas muito provavelmente pode sentir que um único ato seu pode fazer pouca diferença na suprema ordem das coisas.

Afinal, o que estava em jogo se Yosef sucumbisse às exigências dessa mulher? Provavelmente ninguém iria descobrir o que tinha acontecido entre os dois. Yosef não precisaria voltar para casa à noite para enfrentar uma esposa dedicada ou um pai espiritual, nem teria de voltar para uma família ou comunidade de alto padrão moral.

A reputação de sua família não seria manchada como resultado de sua ação. Ele continuaria sozinho depois do evento, assim como estava sozinho antes. Então, qual o grande problema se entrasse num relacionamento instantâneo?

Além disso, devemos levar em consideração o poder dessa nobre egípcia que estava incitando Yosef. Ela estava numa posição de ser capaz de transformar a vida de Yosef em paraíso ou num verdadeiro inferno. Na verdade, ela tinha feito exatamente isso, fazendo com que ele recebesse prisão perpétua numa masmorra egípcia sob as falsas acusações de que tentara violentá-la (ao final, ele foi libertado após 12 anos).

O Talmud descreve as técnicas que a mulher usou a fim de persuadir Yosef. “Todo e cada dia,” diz o Talmud, “a esposa de Potifar tentava seduzi-lo com palavras. As roupas que ela vestia para ele pela manhã ela não vestia para ele à noite. As roupas que ela vestia para ele à noite não vestiria para ele pela manhã. Ela disse a ele: ‘Renda-se a mim. ’ Ele respondeu ‘Não’. Ela o ameaçou: ‘Vou confiná-lo na prisão… Vou dominar sua pose orgulhosa… Vou cegar os seus olhos, ’”, mas Yosef a recusou. Ela então deu a ele uma grande soma em dinheiro, mas ele não cedeu.

A rejeição de Yosef exigia uma tremenda força. O Talmud faz uma descrição gráfica de seu tormento interior: “A imagem de seu pai apareceu a ele na janela e disse: ‘Yosef, os nomes de seus irmãos estão destinados a ser inscritos nas pedras do avental do [sumo sacerdote], e você estará entre ele. Você quer que seu nome seja apagado? Quer ser chamado de adúltero?’”

Um Não Trovejante

Como, então, Yosef superou essa enorme tentação?

A resposta está captada nas três palavras bíblicas e em sua nota musical “shalshelet” – “mas ele recusou”.

Cônscio do profundo perigo que poderia correr se cedesse ao comportamento imoral, à primeira coisa que Yosef fez foi dar à mulher um “não” trovejante. Como sugere a nota “shalshelet” repetida três vezes, Yosef, com determinação inabalável, declarou três vezes: “Não! Não! Não! Esqueça, não vou fazer isso!” Nada de, mas se ou talvez. Somente depois, Yosef se permitiu a indulgência do argumento racional contra o adultério.

Quando se trata de tentação ou vício, não se pode ser racional e educado. Você deve ser determinado, implacável e firme. Deve repetir de maneira teimosa e monótona o mesmo “não” muitas e muitas vezes. Jamais abra espaço para uma nuance, negociação ou ambivalência. No momento em que você começa a explicar e justificar seu comportamento, é provável que perca a batalha.

Somente depois de um “não” absoluto e não negociável você pode continuar com o argumento intelectual por trás da sua decisão.

O Empurrão

Há uma expressão profunda na Cabaláh sobre a maneira que uma pessoa deveria lidar com fantasias, impulsos e pensamentos destrutivos e imorais. “Você deve empurrá-los para longe com as duas mãos,” assim diz o autor do livro Tanya.

O que significa empurrar um pensamento com as duas mãos?

Às vezes, você pode empurrar um pensamento negativo somente com uma mão. Ao lutar e argumentar com o impulso, você o valida. Com efeito, enquanto o está empurrando com uma das mãos, você o está convidando a voltar com a outra mão.

Empurrar um impulso com as duas mãos significa que você simplesmente e em silêncio o expulsa de seu cérebro. Sem discussão, drama ou alvoroço, você simplesmente deixa claro que ele não é bem-vindo em sua vida, e você deve passar para pensamentos e ações alternativas. Você não o valida de maneira alguma, nem sequer briga com ele. Você simplesmente não atribui qualquer poder ou importância a ele. É isso que chamamos de empurrá-lo com as duas mãos. Cedo ou tarde, ele não vai mais tentar voltar.

Nesta história de Yosef, então, nos é dada uma lição atemporal de como lidar com nossos próprios desejos e inclinações feias. Seus demônios são mais espertos do que você pensa; não tente fazer acordo com eles. Apenas diga: não! Não! Não! Eles acusarão você de ser ignorante e estúpido. E daí? Você vai se dar bem com um casamento feliz e uma vida significativa.

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¹ Uma shalshelet, é um Taham, um signo musical que se utiliza para poder ler de um Sifre Toráh (Rolo da Toráh), a palavra correspondente com a nota, que indica. Estas notas musicais, ou Tahamim, não só representa cantilação, senão também acentuação e significação.

Bienvenidos a la historia – Pilar Rahola

Bienvenidos a la historia

Lástima que 65 años antes no aceptaran la resolución 181 porque se habrían evitado miles de muertos

01/12/2012

Pilar Rahola

Por fin, después de 65 años, Palestina ha aceptado la resolución 181 que, con fecha 29/XI/1947, hablaba de la creación de dos estados, uno judío y uno palestino. De manera que, 65 años después, ha entrado en la historia. Lástima que no aceptaran esa resolución seis décadas antes, porque habrían evitado miles de muertos. Pero, nunca es tarde para hacer lo correcto y desde el primer momento lo correcto era querer un Estado palestino, y no simplemente querer destruir al Estado judío. No seré yo, en cualquier caso, quien esté en contra de la creación de ese Estado, y sólo puedo celebrar que sea ese el camino, y no los suicidas, los misiles iraníes, Hizbulah, la explosión de autobuses, etcétera.

Sin embargo, sería bueno que fuera un camino sin trampas. Primero porque la resolución 181 habla de dos estados, el judío y el palestino, y de momento los palestinos sólo aceptan una parte de la resolución. La otra, la aceptación de la existencia de Israel, parece que se les ha olvidado. Han tardado pues 65 años en aceptarse a sí mismos, pero aún quieren entrar por la puerta de atrás. Además, lo plantean como una cuestión unilateral, cuando cualquier resolución del conflicto, fronteras (tema fundamental), refugiados, Jerusalén, debe nacer de una negociación. De manera que cabe preguntarse si quieren el Estado para caminar hacia la paz o lo quieren para prepararse mejor para la guerra. Y esta pregunta es clave, porque hasta el momento las treguas pactadas nunca han sido para preparar la paz, sino la violencia, así que cabe desear que esta vez cambie el rumbo y que todo esto no sea otro gesto de agitación propagandística, sino una sincera estrategia para resolver el conflicto. También es importante recordar que Israel siempre es acusada de no cumplir las resoluciones de la ONU y se olvidan de que Palestina las incumple todas, empezando por no reconocer a Israel y continuando por enviarle continuamente misiles.

Quizás esta vez, ya con la apariencia de un Estado, se tomen más seriamente esas mismas resoluciones burladas y sin embargo recriminadas al enemigo. Y puestos a preguntar, ahora que han conseguido ser considerados un Estado observador en la ONU, ¿se comportarán como tal y no dispararán contra su vecino? Porque si cambia el estatus político de Palestina, cualquier agresión contra otros también tendría otro estatus.

Y finalmente, acabar con la mentira. No es Israel quien no quiere un Estado palestino, son los líderes palestinos quienes siempre lo han impedido. Ojalá este paso consolide a Mahmud Abas y no al islamismo fanático, porque también en ello le va la vida a todos. En cualquier caso, la perspectiva es otra en función de quién se lleve el éxito. Para acabar, un deseo: que los líderes palestinos tengan ahora la grandeza y el sentido de la historia que durante 65 años no han tenido. O eso, o continuarán fuera de la historia.

Fraude en Gaza -- Fraude na Faixa de Gaza

La verdadera historia de la guerra mediática en contra de Israel.

A verdadeira história da guerra da mídia contra Israel.

Una imagen vale mas que mil palabras.

Uma imagem vale mais que mil palavras.

Fraude en Gaza–Fraude na Faixa de Gaza - 29.11.2012

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