sexta-feira, dezembro 31, 2010

O mês de Shevat

O mês de Shevat

O mês de Shvat é o quinto mês na contagem da Criação do mundo (a partir de Tishrei), e o décimo-primeiro mês na contagem da saída do Egito (a partir de Nissan).

Seu nome origina-se do nome do mês babilônico, do mesmo modo que todos os outros meses do calendário judaico atual. O nome “Shvat” é mencionado apenas uma vez nas Escrituras: “do mês undécimo, que é o mês de Shvat” (Zacarias 1:7) e outra vez no livros apócrifos (I Macabeus 16:14).

No Talmud, Shvat é mencionado com referência ao “ano novo das árvores”, que cai nesse mês. Segundo Beit Shamai, o ano novo das árvores deveria ser no primeiro dia de Shvat, mas Beit Hilel afirma: em 15 de Shvat, e foi aceita a opinião de Beit Hilel (Tratado Rosh Hashaná cap. I, mishná 1).

O princípio básico de Tu BiShvat (15 de Shvat) é o louvor à Terra de Israel, e daí originou-se o costume de comer as frutas com as quais a Terra de Israel foi abençoada; pois é nesse dia que a força da terra renova-se em Eretz Israel, para que produza suas colheitas e seus frutos e demonstre toda sua fartura.

O signo do mês

O signo de Shvat é “Aquário” [em hebraico: dli = balde], conforme está escrito: “Águas manarão de seus baldes” (Números 24:7), por ser um mês chuvoso.

Pensamentos

Pensamentos


Muitos pais reclamam que os filhos não os ouvem, que não têm respeito por eles, pelos professores ou qualquer outra autoridade. Talvez o problema seja que assim os ensinamos. Não é incomum, adultos gabarem-se por ter quebrado o limite de velocidade e não terem sido pegos em flagrante, ou como conseguiram passar objetos pela alfândega, sem serem apanhados. Quando as crianças ouvem essas coisas, passamos a eles a mensagem de que regras existem para serem quebradas. Pense no que você está ensinando a seus filhos, na próxima vez que seu filho perguntar: "Papai, por que todos esses carros estão passando você?" Você diz: "Daniel, o limite de velocidade é 90. Não ligo para o que os outros fazem; obedeço à lei." Você estará dando a seu filho uma poderosa lição de obediência à autoridade.

A arrogância

A arrogância


Muitas vezes acabamos por conhecer ou ter de lidar com pessoas arrogantes. Mas, ao serem confrontadas, estas pessoas comentam: “O que o leva a ser arrogante? Eu preciso valorizar-me!”

A Toráh, no livro Devarim (17:20), trata sobre a mitsváh (mandamento) de todo o Judeu escrever um Sefer Toráh (Rolo de Toráh). O objetivo é que cada Judeu saiba a Toráh inteira. Para o rei Judeu existe uma mitsváh adicional de escrever um segundo Sefer Toráh e mantê-lo consigo o tempo todo. A Toráh nos dá a razão: “... ele irá aprender a temer o Todo-Poderoso, o seu D’us, a cumprir e cuidar de todas as palavras da Toráh e os seus decretos, colocando-os em prática, para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e para que não se desvie dos Mandamentos, nem para a direita nem para a esquerda. E assim prolongará os anos do seu reinado, ele e os seus filhos, entre o Povo de Israel”. O que aprendemos das palavras “para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos?” Este versículo ensina-nos sobre a proibição de uma pessoa ser arrogante. O Rabino Simcha Zissel de Kelm (Kelm, 1824-1898) explicou que “A arrogância é uma característica repreensível e é a mãe de todas as demais más características que existem”.

Porém, o que há de mal com uma pessoa arrogante? O problema é que um sujeito arrogante irá:

1) Facilmente enervar-se, quando os outros não fizerem o que ele quer.

2) Ficar descontente com o que tem porque, arrogantemente, pensa que deveria ter mais coisas que os demais.

3) Falar mal ou contra outras pessoas, porque se acha superior a elas.

4) Acomodar-se e não se esforçará para fazer favores a ninguém, pois acha que os outros é que devem lhe fazer favores, não tendo nenhuma obrigação em ajudá-los.

5) Procurar honra e poder e, portanto, tudo o que fizer será motivado pelo egoísmo.

6) Tirar vantagem de outras pessoas, pois pensa que os outros só estão neste mundo para servi-lo.

7) Ser mal-agradecido por qualquer coisa boa que lhe façam, pois acha lógico que os outros o sirvam.

8) Não admitir que cometesse algum erro, pois quer que os outros o achem infalível e, freqüentemente, ele também pensa assim.

9) Desonrar os seus pais (porque quer que eles o sirvam).

10) Vangloriar-se o máximo possível para crescer aos olhos dos demais.

11) Freqüentemente mentir, para que os outros tenham dele uma opinião melhor do que merece.

12) Deixar de pedir esclarecimentos, para não ter que admitir que não entendesse alguma coisa.

13) Freqüentemente meter-se em discussões e disputas.

14) Acusar ou condenar os outros.

15) Agir ofensiva ou repulsivamente.

16) Odiar qualquer pessoa que o desconsidere ou o despreze.

Alguma das ‘virtudes’ acima parece-nos familiar? Se sim, precisamos pensar em trabalhar sobre a nossa humildade.

Como podemos combater a arrogância?

1) Tendo consciência da nossa própria insignificância em comparação com todo o Universo e com o poder de D’us.

2) Tendo consciência da vasta quantidade de conhecimento que nos falta e os erros que já cometemos.

3) Tomando consciência da fragilidade do corpo humano e de como até a mais forte das pessoas pode ficar doente e morrer. A arrogância somente existe como conseqüência da cegueira em relação à realidade.

Humildade é reconhecer e apreciar que tudo o que temos é um presente do Criador. Como iremos usar esta dádiva já é uma escolha nossa. Toda a criança se esforça para aprender a andar. Ela rasteja gatinha, tropeça, mas no final acaba por ter sucesso. Imagine um adulto arrogante gabando-se: “Olhem para mim, eu sei andar!” Na verdade, falar uma coisa dessas não é nada diferente do que se gabar de todas as nossas demais realizações.

Quais as características para melhorar-mos?

O Rabino Israel Salanter (Lituânia, 1810-1833), fundador do movimento Mussár (voltado para o crescimento moral, pessoal e ético das pessoas) dentro do Judaísmo, listou 13 características sobre as quais precisamos trabalhar para melhorarmos a nós mesmos:


1) Autenticidade -- Seja autêntico e verídico em tudo o que falar.

2) Rapidez -- Tudo que tiver de fazer, faça sem perder tempo.

3) Presteza -- Faça tudo o que deve fazer conscientemente.

4) Respeito -- Seja extremamente cuidadoso com a honra e os sentimentos dos outros.

5) Tranqüilidade -- Faça tudo calmamente, sem confusões ou excitações desnecessárias.

6) Gentileza -- As palavras de um sábio são pronunciadas suave e pacificamente.

7) Limpeza e Pureza -- Mantenha o corpo puro e as roupas limpas.

8) Paciência -- Aconteça, o que acontecer na sua vida, seja paciente.

9) Ordem -- Faça tudo de maneira organizada e disciplinada.

10) Humildade -- Reconheça os seus pontos fracos e não procure os erros dos outros.

11) Justiça -- O que é detestável para si, não o faça com ninguém.

12) Economia -- Não desperdice um único centavo desnecessariamente.

13) Silêncio -- Julgue bem o valor das suas palavras antes de falar.


Mãos à Obra!!!

A ESCADA

A ESCADA

A escada da oração









O grande mestre chassídico Rabi Israel Baal Shem Tov ia orar por muitas horas todos os dias. Seus discípulos, que há muito já tinham concluído suas orações, que formavam um círculo ao redor dele para ouvir a melodia de suas orações e deleitar os olhos com o espetáculo de uma alma em crescimento na fixação de meditação para seu Criador. Era uma regra tácita entre eles que ninguém abandonasse seu posto até que seu mestre concluísse suas orações.

Um dia, um grande cansaço e fome se abateram sobre eles. Um por um, eles foi indo para casa para descansar um pouco, certo de que as orações do mestre continuariam por mais algumas horas. Mas quando eles voltaram, eles descobriram que ele tinha acabado de rezar enquanto eles tinham ido embora.

"Diga-nos, Rebe" , perguntaram-lhe: "Por que você concluiu suas orações tão cedo hoje?"

O Baal Shem Tov respondeu com uma parábola: Certa vez, um grupo de pessoas estava viajando por uma floresta. Seu líder, que foi abençoado com uma visão aguçada, viu um lindo pássaro empoleirado em cima de uma árvore alta.

"Vem", ele disse a seus companheiros: "Eu gostaria de capturar essa bela ave, para que possamos deliciar-nos com sua música e seu olhar sobre cores maravilhosas."

"Mas como você pode alcançar este pássaro?”, perguntaram a eles, "A árvore é muito alta e nós estamos presos à terra."

"Se vocês subirem um a um sobre os ombros de seus companheiros", explicou o seu líder, "Vamos subir nos ombros dos homens mais altos e alcançar o tesouro que acena para nós das alturas".

E assim o fizeram. Juntos, eles formaram uma corrente que ia desde a terra para o céu, com o seu líder junto, satisfeito em alcançarmos seu objetivo. Mas logo, logo, cansaram do exercício e saíram, um a um, para comer e descansar, e o homem que avistou a ave caiu no chão.

Esta é a mensagem, para ascender a escada do conhecimento, do crescimento, temos que estar todos preparados para não cansar-nós.

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O Judaísmo chassídico ou hassídico (do hebraico חסידים – pl chassidismo, Chasidut para os sefardim; Chasidus para os asquenazes, piedosos ou devotos) é um movimento dentro do judaísmo ortodoxo que promove a espiritualidade e existiu praticamente em todas as eras da história judaica. Hoje, no entanto, este termo é aplicado para denominar a tendência que se desenvolveu na primeira metade do século XVIII, na Europa Oriental, com o rabino Baal Shem Tov, em reação ao judaísmo legalista. Promove a espiritualidade, através da popularização e internalização do misticismo judaico, como um aspecto fundamental da fé judaica.

Rabi ou Rabino (do hebraico clássico: רִבִּי, ribbi; no hebraico moderno: רַבִּי, rabbi), dentro do judaísmo, significa " professor, mestre " ou literalmente "grande ou engrandecido". A palavra "Rabbi" ("Meu Mestre") deriva da raiz hebraica Rav, que no hebraico bíblico significa "grande" ou "distinto ou diferente" (em conhecimento).

Rebe ou Rebbe (do hebraico רבי rebbe ) é um título dado aos rabinos dentro do judaísmo ortodoxo , particularmente dentro do chassidismo. "Rebe" escrito em hebraico é a sigla de "rosh benei israel"-líder de israel (cabeça dos filhos de israel)

quarta-feira, outubro 20, 2010

O VERDADEIRO AMOR

O VERDADEIRO AMOR

Um pescador certa vez pescou um salmão. Quando viu seu extraordinário tamanho, exclamou: "Que peixe maravilhoso! Vou levá-lo ao Barão! Ele adora salmão fresco."

O pobre peixe consolou-se, pensando: "Ainda posso ter alguma esperança."

O pescador levou o peixe à propriedade do nobre, e o guarda na entrada perguntou: "O que tem aí?"

"Um salmão", respondeu o pescador, orgulhoso.

"Ótimo", disse o guarda. "O Barão adora salmão fresco."

O peixe deduziu que havia motivos para ter esperança. O pescador entrou no palácio, e embora o peixe mal pudesse respirar, ainda estava otimista. Afinal, o Barão adora salmão, pensou ele.

O peixe foi levado à cozinha, e todos os cozinheiros comentaram o quanto o Barão gostava de salmão. O peixe foi colocado sobre a mesa e quando o Barão entrou, ordenou: "Cortem fora a cauda, a cabeça, e abram o salmão."

Com seu último sopro de vida, o peixe gritou em desespero: "Por que você mente? Se realmente me ama, cuide de mim, deixe-me viver. Você não gosta de salmão, gosta de si mesmo!"

Reflexão

Uma mãe levou o filho pequeno ao fundo de um vale, e disse: "Grite as palavras: 'Eu te odeio'!" De repente, ele ouviu o som assustador de "EU TE ODEIO, Eu Te Odeio, Eu Te Odeio!" ecoando pelo vale.

Ela voltou-se para o filho e pediu: "Agora grite as palavras 'Eu Te Amo' o mais alto que puder."

Ele gritou com todas as forças: "EU TE AMO!" De repente, ouviu: "Eu TE AMO, Eu Te Amo, Eu Te Amo!" ecoando ao seu redor.

"Olhe dentro de um lago e veja um espelho de água refletindo sua imagem. Ame outra alma e seu amor se refletirá de volta para você."

O SOBREVIVENTE

O SOBREVIVENTE


Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a D’us por estar vivo e ter conseguido se agarrar à parte dos destroços para poder ficar boiando.

Este único sobrevivente foi parar em uma pequena ilha desabitada e fora de qualquer rota de navegação.

Com muita dificuldade e restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva, de animais, e para guardar seus poucos pertences.

Novamente agradeceu.

Nos dias seguintes a cada alimento que conseguia caçar ou colher, ele agradecia. No entanto, um dia quando voltava da busca por alimentos, ele encontrou o seu abrigo em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.

Terrivelmente desesperado ele se revoltou.

Gritava chorando: - "O pior aconteceu! Perdi tudo! D’us, por que fizestes isso comigo?”

Chorou tanto, que adormeceu, profundamente cansado.

No dia seguinte bem cedo, foi despertado pelo som de um navio que se aproximava.

- "Viemos resgatá-lo" - disseram.
- “Como souberam que eu estava aqui?” - perguntou ele.
- “Nós vimos o seu sinal de fumaça!”

* * * * * * * * * * * * * * * * * *

É comum sentirmo-nos desencorajados e até desesperados quando as coisas vão mal.

Mas D’us age em nosso benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento.

Lembre-se: se algum dia o seu único abrigo estiver em chamas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará chegar até você a Graça Divina. Para cada pensamento negativo nosso, D’us tem uma resposta positiva.

O Calculo da Vida

O Calculo da Vida



As vezes olho para o relógio com tristeza. Apesar de cumprir sua função fundamental, recorda-me que já se passou mais uma hora de minha vida. Por mais que faca, por mais que tente, aquele momento nunca mais voltara. E, as vezes, surpreendo-me fazendo cálculos.

Imaginem alguém que, Baruch Hashem (graças a D’us), tem a felicidade de viver 80 anos (embora sempre desejemos "ate 120"): 80 X 365 = 29200 dias de vida. Este numero, multiplicado por 24, informa-nos que essa pessoa viveu 700.800 horas. Bastante, não? Mas, como todo ser humano precisa descansar, calculemos 8 horas diárias de sono: 8 X 29.200 = 233.600. Agora, vamos calcular quanto, de fato, esta pessoa viveu: 700.800 – 233.600 = 467.200 horas na quais ela esteve desperta e ativa.

Façamos, dessa vez, todo o processo ao revés. Quantos dias ela pode aproveitar? Agrupemos as horas nos dias: 467.200 horas dividas em grupos de 24 (a duração total de um dia, pois, para o relógio, não faz a mínima diferença se você esta acordado ou não) = aproximadamente 19.466 dias. Quantos anos? 19.466/365 = 53 (numero arredondado). Supondo que você, leitor deste artigo, tenha 25 anos, como eu. Restam-nos, por esses cálculos, 28 anos de vida ativa, 10.220 dias e (multiplicando-se por 16, que são as horas que realmente vivemos) 163.520 horas. Isso, claro, se tivermos a graça de chegar a tão bela idade. Olhe para seu relógio. Os ponteiros continuam se movendo e, a cada volta, mais um instante e subtraído deste total acima. A cada guinada, uma parte de nos vai ficando no passado, para nunca mais voltar.

Estamos na reta final para a mais solenes datas de nosso calendário: as Grandes Festas. Milhões de judeus, ao redor do globo, encontram, neste período, um refugio espiritual para escapar das pressões de nosso cotidiano. Procuramos recarregar nossas baterias, na esperança de podermos enfrentar o que esta por vir com mais forca e determinação. E o momento de fazermos nosso "cheshbon hanefesh" – literalmente, a conta de nossa vida – e calcularmos o que de fato fizemos de construtivo nesta nossa existência física, para, depois, reavaliarmos nossos objetivos. Mas, devemos esperar ate lá para fazer isso? Olhe novamente para seu relógio e responda você mesmo. Os ponteiros continuam se movendo. O Shabat e as festas (chaguim) são templos no tempo, monumentos em nossas agendas. Enquanto existir o mundo, elas surgirão e desaparecerão, para novamente surgir no ano seguinte, num ciclo inquebrantável.

Mas nos, seres humanos, somos "comparados a vasilha de barro que se quebra, a erva que seca, a flor que murcha, a sombra que passa, a nuvem que se dissipa, ao vento que sopra, ao pó que vai pelo ar" – a mensagem mais forte – "ao sonho que desvanece" (liturgia das Grandes Festas). Somos imortais em espirito, mas limitados pelo relógio, que determina o quanto deveremos permanecer aqui na Terra. Nossa luta pela imortalidade deve residir nos corações daqueles a quem fazemos o bem e, para isso, devemos refletir sobre o que temos feito com nossas horas, minutos e segundos. O mês de Cheshvan, o qual não tem nenhuma comemoração,  e o momento ideal para esta reflexão, para que possamos chegar ao mês de Kislev, o mes das luzes, sabendo exatamente quem somos, como vivemos e o que queremos. Faca isso; não perca tempo. Porque só se admira a Luz, quando estamos na escuridão.

Anote em um pedaço de papel todos os momentos felizes de sua vida: o beijos de seus pais, a alegria de seu casamento, a emoção ao segurar seu filho pela primeira vez, etc. Some, multiplique, divida. Faca o balanço geral do quanto você aproveitou seu próprio eu. Não tenha medo de corrigir o que for necessário, pois Chanucáh, a festa das Luzes, são apenas um lembrete de que os ponteiros continuam se movendo...

quarta-feira, outubro 13, 2010

Tesouros de nossa tradição

Tesouros de nossa tradição


Matemática Rabínica - Sabedoria Milenar


Três homens se associaram e compraram dezessete cavalos por dois mil e setecentos rublos. Um pagou metade do dinheiro, outro um terço e o terceiro um nono do total. Porem, quando chegou à ocasião de dividi-los entre si, não o conseguiram e se dirigiram ao rabino, expondo-lhe a situação.

- Deixem-me pensar, utilizando a sabedoria Talmudica. Voltem a me procurar com seus cavalos pela manha.

À hora marcada, os três sócios trouxeram os cavalos ao rabino que, para sua surpresa, ele trouxe seu próprio cavalo e ficaram perplexos.

Eles perguntaram: “Porque Mestre trouxe seu cavalo?”

Ele se aproximou dos demais e disse:

- Meus filhos, aqui estão seus dezessete cavalos mas o meu, dão um total de dezoito cavalos. Agora utilizaremos a “Matematica Rabinica”, você, que pagou a metade, levará nove cavalos. Você, que entrou com um terço, levará seis. Finalmente você, que pagou um nono, ficará com dois. Assim ficam distribuídos os dezessete cavalos.

E, em poucos instantes, foi-se embora o rabino, levando consigo seu cavalo de volta à estrebaria. Ficando cada um com sua parte e sem problema de dividir, o Cavalo do rabino, voltou a dono que o emprestou.

Sabedoria milenar!!!!

Os costumes e suas origens

Os costumes e suas origens


Por que, ao fazermos um brinde, dizemos LECHAIM?
Alem de estarmos desejando vida longa e sadia, ha' uma explicação ainda mais profunda. O valor numérico da palavra LECHAIM = 98 = MINHAG (tradição). Ou seja, ao levantarmos um brinde, estamos perpetuando a tradição que, segundo as fontes místicas, tem o poder de anular qualquer mau decreto que possa existir contra nos, proporcionando-nos, deste modo, uma vida longa e sadia.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Livre arbítrio, o Coração da Humanidade

Livre arbítrio, o Coração da Humanidade

Conta-se uma história sobre um Contador que, durante 50 anos, entrava em seu escritório, sentava-se à mesa, pegava a chave que estava presa em seu relógio de bolso e abria a gaveta superior do lado direito. Lia então um pedaço de papel, devolvia-o para a gaveta e a trancava. Como podemos imaginar, a primeira coisa que seus colegas de trabalho fizeram depois que descobriram que ele havia falecido foi arrombar a fechadura e olhar o papel. Lá havia duas colunas: "Débitos" à esquerda, "Créditos" à direita.

Creio que o artigo desta edição é, provavelmente, aquele que devem ser colocadas na gaveta de cima e lidas todos os dias.

Livre Arbítrio é o importante fator que nos faz humanos!

Livre Arbítrio significa que temos a capacidade de fazer escolhas morais para aceitarmos as 'dores' de fazer a coisa certa - crescer, fazer deste um mundo melhor - ao invés de procurar apenas o conforto. Somos facilmente confundíveis a menos que tenhamos definições claras e metas objetivas. Uma vez que sabemos que o Livre Arbítrio refere-se a escolhas morais e não a escolher qual a cor das meias que usaremos hoje, então temos um começo.

Para fortalecermos o uso de nosso Livre Arbítrio, é importante focarmos em 5 pontos:

1) Estar atentos. Tomamos decisões o tempo todo. Uma vez que tomemos consciência do fato de que estamos constantemente fazendo escolhas, então podemos começar a monitorá-las. Neste ponto, estaremos usando nosso Livre Arbítrio ativamente, não passivamente. Temos de ter a consciência que estamos constantemente tomando decisões. Não deixemos que nossas decisões apenas 'aconteçam'. Tomemos o controle ! Podemos nos perguntar: "Esta é a decisão que quero tomar ?" Se não for, então a mude.

2) Seja você mesmo. Não aceitemos as idéias assumidas pela sociedade como sendo as nossas a menos que tenhamos pensado e analisado o assunto e concordado com elas. Responsabilizemo-nos por nossas decisões. É espantoso que durante a Guerra Civil americana, todas as pessoas ao norte da linha de guerra fossem contra a escravidão e todos os que estavam ao sul eram a seu favor. O que aconteceu ? Será que todas as pessoas ruins migraram para o sul, como se lá houvesse um imã ? Todos somos produtos de nossa sociedade. Da mesma maneira, não sejamos escravos de uma decisão anterior. Só porque uma vez achamos que não conseguiríamos fazer determinada coisa, isto não significa que a decisão ainda se aplica. Comecemos cada dia novamente.

Constantemente reavaliando em que estágio estamos na vida, de forma a estarmos seguros de que aquilo que escolhemos daquela vez é o que ainda escolheríamos hoje. Certifiquemo-nos que somos nós quem dirigimos nossas decisões, não que nossas decisões nos dirijam.

3) Entender que a batalha é entre os desejos do corpo e as aspirações da alma. Existem vezes que sabemos objetivamente que algo é bom para nós, mas nossos desejos físicos 'entram no meio' e distorcem nossa avaliação. O desejo definitivo do corpo é levar as coisas 'numa boa': escapar dos problemas e existir em meio a um conforto perpétuo, ao invés de fazer o esforço de encarar a vida de frente. O desejo maior da alma é viver plena e vibrantemente, com cada fibra de nossos seres fazendo algo que tenha significado, que seja correto, que seja produtivo.

4) Identifique-se com sua alma. Nossa alma é realmente o que somos !. Portanto, se consigo me identificar com os desejos da alma, isto satisfará as necessidades do verdadeiro 'eu'. Nossa tarefa é treinar nosso corpo e persuadi-lo a refletir sobre a realidade da alma. Usemos a mesma estratégia que o corpo usa conosco! O corpo diz: "Só mais um pedacinho de bolo". Respondamos: "Com certeza! Daqui a 10 minutinhos !" e então adiemos por mais outros 10 minutos. Não falemos: "Estou com fome". Digamos: "Nosso corpo está com fome". Identifiquemo-nos com nossas almas e façamos de nossos corpos um reflexo de nossas almas. Se fizermos isto, teremos uma verdadeira e real paz interior.

5) Perguntar: “O que D’us quer ?”. Usemos nosso poder de escolha para nos fundirmos com a mais significante e poderosa força do universo: o transcendental.

A forma definitiva de vida é a eternidade, ou seja, vida sem qualquer indício de morte. Portanto, unindo-nos e vinculando-nos a D'us estaremos nos unindo e vinculando a mais elevada e pura forma de vida: a eternidade. Este é o uso verdadeiro, real e definitivo de nosso Livre Arbítrio. Isto é o que D'us quis dizer quando escreveu em Sua Toráh: "Escolha a Vida !". Façamos da nossa vontade a vontade Dele. Se o fizermos, seremos um pouco menos do que o próprio D'us: Sócios em transformar este mundo num mundo melhor !

A Toráh é o manual de instruções para vivermos. No seu quinto livro, Devarim – Deuteronômio- (29:15-20), está escrito: "Vejam: Eu coloquei ante vocês a vida e a morte, o bem e o mal, a bênção e a pobreza. Escolham a vida para que possam viver". Por que está escrito "escolham a vida" e não "escolham o bem" ? A resposta é que todo ser humano penso que está fazendo a coisa certa -- especialmente as pessoas ruins ! Elas simplesmente racionalizam seus maus atos como "bons atos" (Isto é o motivo pelo qual inventaram a 'Limpeza Étnica')

A Toráh nos diz que o problema não é que escolhemos o mal. O problema é que escolhemos a morte. A verdadeira arena do Livre Arbítrio humano é a disputa entre a vida e a morte. Este é o motivo pelo qual D'us não disse: "Escolha o bem". Ao invés disto Ele nos disse: "Escolha a vida".

Agora, o que toráh quer dizer ao nos transmitir que o Livre Arbítrio é a escolha entre a vida e a morte ? Quem entre nós está escolhendo a morte ? Para entender o que a toráh quer dizer com "escolhendo a morte", analisemos o suicídio. Por que uma pessoa escolhe o suicídio ? Ela quer evitar o sofrimento. Freqüentemente não apenas um sofrimento físico, mas também a angústia e o esforço de enfrentar os problemas e os desafios. Morte, ou fuga das responsabilidades, é uma escolha que está à disposição de todos nós, a cada segundo do dia. O suicídio é apenas a forma mais extrema e derradeira de fuga. Na vida há muitos outros caminhos que podemos escolher para fugir. Drogas, por exemplo, são outras formas de fuga, umas mortes lentas não tão traumático quanto o suicídio. Matar o tempo é uma fuga ! E uma forma de suicídio, também. Se ligarmos a TV apenas porque estamos entediados, isto não é um suicídio ? Poderíamos usar este tempo para viver e crescer, porém desistimos porque é muito difícil ...

Nós todos, ocasionalmente, escolhemos escapar do esforço envolvido em atingir as metas e ambições que temos para nós mesmos na vida. Todos queremos ser formidáveis, todos queremos mudar o mundo. Só que nem sempre temos vontade de realmente nos empenhar. Aí, então, nos distraímos e escapamos de nós mesmos e do que deveríamos realizar com êxito.

Cada momento que estamos vivos, estamos usando nosso Livre Arbítrio para escolher entre a vida e a morte, realidade ou fuga. É uma escolha constante. Estamos ou escolhendo enfrentar a dor para crescermos ou estamos desistindo. O modo como resolvemos este conflito é onde reside nossa grandeza. Nossa grandeza é encontrada ao usarmos nosso Livre Arbítrio para viver, lutar e realizar - ao invés de fugir. Escolher a vida é escolher abraçar a vida e melhorar a nós mesmos e ao mundo!

A Ciencia da Matemática no Casamento

A Ciencia da Matemática no Casamento

A relação do Matrimonio com nosso casamento espiritual

Casamento: são dois indivíduos reduzidos a um, dois indivíduos distintos e unidos, ou três totalizando um?
Um sábio da Galiléia expôs diante de Rabi Chisda: "Abençoado seja o Misericordioso, que doou um Toráh tríplice (1) a um povo tríplice (2) através de um terceiro filho(3) no terceiro dia (4) do terceiro mês (5)". (Talmud, Shabat 88a)

A Toráh nós ensina que por mais que pareça estranho, é possível classificar o casamento em três categorias: o casamento individual, o casamento a dois e o casamento tridimensional.

No casamento do tipo individual, uma pessoa é totalmente anulada pela outra, à medida em que ele ou ela cedem sua vontade e identidade, a fim de servir à vontade e à identidade do outro. O dois torna-se um, porém esta não é bem uma união e sim uma fusão: um renunciou a si mesmo para aderir ao outro, enquanto que o ego do outro engole a mente, o coração e a essência de seu "parceiro".

No casamento do tipo a dois, cada parceiro preserva sua distinção como um indivíduo. Eles dividem pensamentos, sentimentos e recursos, e exercem profunda influência um sobre o outro; mas cada um atua em seus próprios termos, assimilando o laço matrimonial como parte de sua própria individualidade e experiência. Então, o que temos aqui não é uma união, mas unicamente um relacionamento entre indivíduos.

Finalmente, há o casamento em seu sentido real e fundamental — o casamento-união, tridimensional.

Aqui, a identidade não é anulada pela eliminação do mais fraco ou do parceiro "receptor", nem tampouco cada um se relaciona com o outro por detrás de paredes delimitadoras do eu. Suas duas existências individuais se juntam para criar uma terceira realidade, a realidade que funde e abraça os dois, enquanto preserva suas diferenças como um ingrediente puro da harmonia. Um verdadeiro casamento não abriga um ser individual, anulado, nem dois seres distintos, e sim uma trindade que é a essência da unidade: a própria individualidade de cada um dos cônjuges e o casamento em si, o terceiro elemento, cuja composição será traduzida pela união de dois seres em um todo harmonioso.

Esmagadoramente um...

Nossos profetas e sábios referem-se ao dia em que no Sinai recebemos a Toráh, como o dia de nosso casamento com O Todo-Poderoso. A Toráh, que articula a sabedoria e a vontade de D’us em termos humanamente compreensíveis, é o "terceiro" elemento de nossa relação com D’us, o elemento que transforma nosso relacionamento em um casamento.

Como seres humanos, nós habitamos uma realidade corpórea e finita, que por natureza e definição, impede qualquer contato com qualquer coisa realmente infinita, transcendente e absoluta. No entanto, O Criador estabeleceu canais de consciência e experiência que rompem os limites de nossa existência e nos permitem o relacionamento com Sua verdade transcendental.

Essas passagens à uma realidade maior assumem várias formas, porém podem ser divididas em três categorias gerais, similares aos três tipos de relacionamento descritos acima.

No primeiro nível "unilateral" de relacionamento, há ocasiões em que o Todo-Poderoso escolhe desencadear uma revelação supra-natural, supra-racional, de sua realidade. Por exemplo: testemunhamos um milagre que abala os fundamentos pelos quais entendemos a nós mesmos e ao nosso mundo — uma experiência que não podemos assimilar de nenhuma maneira humanamente sensível, exceto superando nossas limitações com reverência e humildade. Outro exemplo é quando uma pessoa, confrontada com um desafio às suas mais profundas convicções, escolherá sacrificar sua existência em benefício de uma verdade maior.

Em ambos os casos, a parede que confina nossas limitadas existências foi fendida, apesar do resultado não ser a união do mundo humano com o mundo celeste, e sim, a negação e anulação do humano, a exposição de sua insubstancialidade diante do Divino.

Naturalmente dois...

Por outro lado, há pontos de contacto entre o nosso mundo e a Divina realidade que são naturalmente e humanamente viáveis.

Cada nascer do sol, cada pulsar do coração humano e cada esvoaçar das asas de um inseto, é a ação de D’us sobre a nossa realidade. Enquanto que estes atos Divinos não são menos miraculosos do que a divisão do Mar Vermelho, a natureza é a maneira de D’us afetar nosso mundo através de um véu de controle, da rotina que nos possibilita absorver Sua interferência em nossas vidas, via nossos sentidos fisicamente finitos e nossas mentes limitadamente físicas. Um exemplo dos esforços do homem em elevar-se é o seu esforço em obter a compreensão do que está por trás e acima dos meros fatos de sua existência.

Tudo isso forma um tipo de relação a dois, entre céu e terra, nos conectando com uma verdade maior "em nossos próprios termos", sem anular as normas da existência e experiência humanas. Apesar disto tudo, no entanto, não se pode dizer que existe uma união real entre o terrestre e o Divino, mas, tão somente uma conecção entre os dois como distintos e irreconciliáveis setores.

... e matrimonialmente três.

Então, D’us desceu no Monte Sinai e tomou Israel como sua noiva. Ele nos deu a Sua Toráh, introduzindo uma dimensão matrimonial em nosso relacionamento. A Toráh nos une com a Sua verdade transcendental, e, ao mesmo tempo, abraça e envolve a nossa finita e terrestre existência como um componente integral desta união.

A Toráh é a sabedoria e vontade de D’us. Mas, D’us não comunica Sua sabedoria e vontade em um detalhado manifesto e uma codificada lista de instruções. Muito pelo contrário; Ele nos deu uma "Toráh Escrita" relativamente curta (os cinco livros de Moisés) junto com a "Toráh Oral", um conjunto de indicações pelas quais a Toráh Escrita será interpretada, decodificada, extrapolada e aplicada às miríades de possibilidades conjuradas pela experiência humana. Assim, A Toráh escrita encerra dentro de si o imenso oceano de ensinamento, legal, homilético, filosófico e místico, que conhecemos como a Toráh (por exemplo: o Talmud e seus comentários, o código das leis judaicas, os ensinamentos da Cabaláh, etc.); mas, são a mente e a vida humanas que D’us designa como as ferramentas com as quais serão desvendadas as várias nuances de sentidos e instruções.

A Toráh é desse modo o local onde o humano e o Divino se fundem em um. Onde a semente da sabedoria Divina germina na mente humana, ganhando profundidade, amplitude e definição, despertando o coração humano e tornando-se tangível à materialidade da vida humana. Neste casamento nossa humanidade não é apagada pela extensão infinita do Divino, também não permanece distinta dela. Neste casamento nossa finitude e subjetividade humanas tornam-se um instrumento da verdade Divina, unindo-se a ela, a fim de criar a expressão definitiva da Divina imanência em nosso mundo: A Toráh!.

O Homem do Espelho

O Homem do Espelho


Quando conseguir tudo que quer na luta pela vida
E o mundo fizer de você rei por um dia,
Procure um espelho, olhe para si mesmo
E ouça o que aquele homem tem a dizer


Porque não será de seu pai, mãe ou mulher
O julgamento que terá que absorvê-lo.
O veredicto mais importante em sua vida
Será o do homem que o olha do espelho.


Alguns podem julgá-lo modelo,
Considerá-lo um ser maravilhoso,
Mas ele dirá que você é apenas um impostor,
Se não puder fitá-lo dentro dos olhos.


É a ele que deve agradar, pouco importa os demais,
Pois será ele quem ficará ao seu lado até o fim.
E você terá superado os testes mais perigosos e difíceis
Se o homem no espelho puder chamá-lo de amigo.


Na estrada da vida, você pode enganar o mundo inteiro,
E receber palmadinhas no ombro ao longo do caminho,
Mas, seu último salário será de dores e lágrimas,
Se enganou o homem que o fita no espelho.

Dole WimBrow

sábado, setembro 25, 2010

Shemini Atseret e Simchat Toráh

Shemini Atseret e Simchat Toráh

ALEGRIA, ALEGRIA: Shemini Atzeret
Onde é que entra?
Encerramos esta temporada festiva celebrando Shemini Atzeret e Simchat Toráh. Em Israel, as duas se celebram juntas, num só dia; na diáspora, em dois. Na Toráh, Shemini Atzeret é chamado de a festa do oitavo dia (Números 29:35); no Talmud, é uma festividade a parte, desconectada dos dias anteriores de Sucot (Sucá 48 a). O preceito (mitzvá) mais difícil do Judaísmo...

Três vezes a Toráh, ao se referir a Sucot, nos manda ficarmos alegres durante a festa. Isto explica por que se chama Sucot de Zeman Simchateinu = tempo da nossa alegria.
Ainda que Sucot e Shemini Atzeret se festejem juntas, existem diferenças. Enquanto que em Sucot há muitas mitzvót, a única mitzvá de Shemini Atzeret é a de regozijar-se, alegrar-se, ficar feliz! Esta é, na minha opinião, o preceito mais difícil de todo o judaísmo.

A maioria das pessoas e correntes religiosas, discutem desde o motivo de certas mitzvot até como praticar (ou não), quem pode, quem deve, como adaptar aos dias de hoje, etc. Mas aqui não se está discutindo filosofia, teologia ou prática religiosa: temos um sentimento, uma emoção a encarar e que envolve atitude interna!
Como cumprir esta mitzvá???

Universalismo e particularidade

Enquanto que em Sucot a celebração tem lugar fora de casa, isto é, na Sucá, Shemini Atzeret é festejada em casa, e, assim como em Sucot o aspecto universal da festividade está determinado através da oferenda de 70 cordeiros recordando as nações do mundo, Shemini Atzeret só concerne a Israel (oferenda de um só cordeiro). A oferenda de 1 X 70, também nos faz voltar ao tema da unidade na diversidade...

Ecologia

Durante cada um dos dias de Sucot recitam-se preces especiais para que o novo ano traga prosperidade para a terra e saúde aos homens. Hoshana (daí o Hoshaná cristão)= salva-nos: no sétimo dia da festa, Hoshana Rabá, agitam-se, durante a oração da manhã, ramos de salgueiros, árvore que cresce à margem dos rios e que simboliza a água que corre em abundância. São renovados os pedidos a Deus que lave as faltas, que ajude no ano que começou. Quando o templo existia celebrava-se a festa da água (Simchat Beit Ha-Shoevá). Hoje, em Israel, são feitas festas populares e campestres.

Um aspecto particular de Shemini Atzeret é a oração por chuva, porque nesta época o mundo é julgado em relação à água. Nas orações se introduz a frase, que será recitada até Pessach: mashiv há-ruach u morid ha-gueshem (faz com que o vento sopre e a chuva caia). Esta reza dá expressão à natural ansiedade que se sente em Israel durante a estação das chuvas, já que a ausência delas significa fome, sede e enfermidade. Esta oração é feita para o dia final da festividade, para não invocar a chuva justamente quando se necessita de um bom tempo para habitar a Sucá.

Depois de todas estas considerações (ou devaneios) o que você me diz: reflexão e alegria não combinam bem? Afinal, que maior alegria pode haver do que quando encontramos, dentro de nós mesmos a unidade, a integridade? Shalom (hebraico) e Salam (árabe), que todos sabem que significa paz (embora não tenhamos ainda conseguido aprender como fazê-la), significa em sua raiz, inteiro, completo. E se conseguirmos ficar inteiros, podemos encontrar a paz (interior); se conseguíssemos ficar inteiros, unidos na diversidade, não teríamos encontrado a paz? E esta não seria o maior motivo de alegria – o melhor modo de festejarmos zeman simchatênu?

Que é Shemini Atzeret?

O último [oitavo] dia do Sucot, realmente não é Sucot a não ser Shemini Atzeret. Durante todos os dias do Sucot se trazem sacrifícios especiais no Templo - representando a todas as nações do mundo. Na culminação do Sucot, diz D’us: “Agora quero que vocês fiquem um dia mas, para que Eu e vocês celebremos somente, em maneira mas íntima.” Por este motivo se chama ‘Shemini Atzeret’ [literalmente O Oitavo da finalização]. Nos tempos do Templo, quão judeus subiam ao Jerusalém para o Sucot, detinham-se’ um dia mas antes de retornar a suas casas e se celebravam Shemini Atzeret no Jerusalém. Em Israel esta festa é o oitavo dia do Sucot e no resto do mundo se celebra por dois dias.

Quando celebramos Simchat Toráh? Por quê?
Durante o Shemini Atzeret celebramos até outra festividade: a culminação e abertura do ciclo anual da Toráh – Os Cinco Livros.

Durante todo o ano, cada semana no Shabat se lê uma [ou dois] porções da Toráh. Nesta maneira terminamos de ler toda a Toráh em um ano. O dia que começa e termina este ciclo é no Shemini Atzeret. Por esta razão este dia se chama também a festa do Simchat Toráh. Para celebrar, durante as rezas de noite e de dia, tiram-se todos os Sifrê Toráh [Rolos da Toráh] e a gente dança alegremente com eles. Ao final de dançar, acaba-se de ler o fim da Toráh e se lê imediatamente o começo. Assim mostramos que não deixamos nossa Toráh sem nossa atenção constante, e imediatamente ao terminar começamos de novo.

É a celebração especial do ‘Povo do Livro’ e o Livro!




domingo, setembro 05, 2010

A PRINCESA

A PRINCESA


Certa vez, viveu um grande rei que tinha apenas uma filha. A princesa era nobre e honrada e quando cresceu, o rei procurou um jovem virtuoso para desposá-la. Muitos príncipes e duques cortejavam-na, mas ela recusou-os um a um. “Este é um glutão” ou “Este gosta por demais de vinho” - dizia ela. O rei, impaciente, jurou que o próximo jovem que passasse pelos portões do palácio se casaria com a princesa.

Aconteceu que o primeiro homem a passar pelos portões do palácio era um mero camponês. Mas o rei, sendo um homem de palavra, casou sua filha com ele. O noivo levou sua esposa até seu povoado, onde se estabeleceram.

Para o camponês, a princesa era apenas uma mulher e a tratava como sempre achou que deveria tratar sua esposa. Ele trabalhou duro; seu rosto formoso ficou marcado e suas mãos se tornaram ásperas pelo trabalho. Os camponeses vizinhos freqüentemente troçavam dela e a insultavam. A coitada da princesa estava muito infeliz. Começou a escrever a seu pai diariamente, queixando-se. O rei ficou com pena de sua querida filha e mandou um recado que iria visitá-la.

A notícia da chegada do rei espalhou-se rapidamente no povoado e começou o rebuliço. Todos acorreram à casa do genro do rei para ajudar na limpeza e decorá-la. A princesa começou a ser tratada com grande respeito. Não tinha mais que fazer trabalhos pesados e sujos. Fizeram-lhe um tratamento de beleza e foi vestida com roupas finas. Todos passaram a ser amistosos e a respeitá-la.

Quando o estafeta do rei chegou trazendo a notícia que o monarca estava a caminho, todos saíram para cumprimentá-lo. “Viva o rei! Viva a princesa!” - gritavam eles, enquanto acompanhavam o rei e sua filha pelo povoado decorado e iluminado.

O rei entrou na casa de seu genro, achando-a limpa e impecavelmente decorada com enfeites e flores. Viu a honra e respeito gozados por sua filha e ficou contente. Estranhou que a filha tivesse escrito tais cartas alarmantes.

O pai e a filha passaram um dia feliz, juntos, e o rei preparou-se para voltar. A princesa abraçou seu pai e começou a chorar: “Ó pai, querido pai, não me deixe aqui, leve-me junto! Por favor, leve-me para casa!”

“Mas minha querida filha” - respondeu o rei - “você parece estar feliz aqui; percebe-se que eles estão lhe tratando com mais respeito e afeição do que a qualquer princesa que conheço!”

“Ó caro pai” - chorou a princesa - “toda esta honra e afeição que eles demonstraram hoje é só para agradar ao senhor. Eles souberam de sua vinda e foi por isso que fizeram tudo isto. Mas assim que partir, começarão a tratar-me como antes, insultando-me e fazendo-me muito infeliz.”

O rei chamou seu genro de lado e perguntou-lhe: “Que maneira é essa de tratar minha filha? Você não sabe que ela é uma princesa?”

Os olhos do marido encheram-se de lágrimas, enquanto respondia: “Sua Majestade, eu sei que ela é uma princesa, mas o que poderia eu fazer? Sou um homem pobre e preciso trabalhar duro para sobreviver. Sou incapaz de proporcionar-lhe o tipo de vida que ela realmente merece. Além disto, vivemos em um povoado, entre pessoas maldosas e invejosas. Eles não apreciam as qualidades de sua filha e aproveitam todas as oportunidades para insultá-la. Mas o senhor é um grande rei. Uma vez que achou conveniente escolher-me como genro, leve-me embora daqui, eleve-me à sua posição, dê-me uma propriedade digna de sua filha e do genro do rei, e então serei capaz de dar a ela o tipo de vida que realmente merece!”

* * * * *
O Rei dos reis, O Santo, bendito Seja, quis dar sua filha, a Toráh, a Adam, o primeiro homem criado pelas suas próprias mãos. Mas a Toráh disse: “Ele é um glutão; ele comeu da Árvore do Conhecimento, contrariando seu mandamento expresso.”

Depois D’us quis dar a Toráh a Nôach e a Toráh disse: “Ele gosta demais de vinho. Não foi ele que plantou um vinhedo e ficou bêbado?”

Finalmente, D’us deu a Toráh aos filhos de Israel, aos quais acabou por tirar da escravidão do Egito.

Durante o ano inteiro, a Toráh é freqüentemente negligenciada e até envergonhada. Dia após dia, a Toráh envia mensagens ao Rei, queixando-se do tratamento que recebe, pois está escrito: “Todos os dias uma voz celeste chama: ‘Ai das criaturas que envergonharem a Toráh!’”

Então chegam os mensageiros do Rei para anunciar a sua chegada - são os dias de Elul, anunciando a vinda de Rosh Hashanáh. Eis que acordamos e começamos a preparação: oramos, estudamos, recitamos Salmos, como nunca antes. Rosh Hashanáh não nos encontra despreparados. Tocamos o Shofar e aclamamos o Rei dos reis.

D’us está entre nós e gozamos de Sua Luz Divina; os corações se enchem de reverência e amor pela proximidade de D’us e Sua Majestade Divina. Chega Yom Kipur e D’us encontra todos os judeus penitenciando-se, puros e santos, como os anjos.

Mas depois de Neilá e após o toque do Shofar que anuncia a partida da Presença Divina, a Toráh começa a gritar: “Pai, pai, não me deixa! Leva-me contigo, porque em breve tomarão de mim toda a glória, esquecerão quem eu sou, recomeçarão a maltratar-me!”

Então D’us diz a Seu povo: “É esta a maneira que tratam minha filha? Vocês não sabem que a Toráh é uma princesa Divina?”

E o povo judeu responde: “Mestre do Universo! Nós conhecemos a grandeza da Toráh, mas que podemos fazer? Vivemos na pobreza, não temos um lar adequado. Habitamos entre as nações do mundo que não querem saber da Toráh. Assim sendo, por favor, leva-nos daqui, conduze-nos de volta à nossa Terra Santa, pois o mundo inteiro é Teu; devolve-nos a ela como herança e seremos capazes de manter a Toráh em glória!”

É por isso que, logo após o toque do Shofar, no fim de Yom Kipur, dizemos:

“No próximo ano em Jerusalém com o Teu justo O Redentor, e Unidos e lá Te serviremos como nos tempos antigos!”

domingo, agosto 22, 2010

A música nas Sinagogas

A música nas Sinagogas
Os grandes músicos dos períodos barroco e clássico construíram parte de sua obra compondo música religiosa. As cantatas sacras de Bach e os oratórios de Haendel, sem falar no imenso legado de peças para órgão, são uma prova disso.

Entre os séculos XVII e XVIII, a música litúrgica (Chazzanut) executada nas principais sinagogas européias, sobretudo na Alemanha, começou a sofrer uma forte influência da música clássica. As famílias mais abastadas da sociedade judaica começaram a proporcionar a seus filhos, aulas de música e canto. As crianças passaram a se dedicar à música secular, deixando de cultivar a tradicional música judaica. No início do período romântico essa tendência aumentou e, com o passar do tempo, o efeito começou a se refletir no interior das sinagogas. Os cantores começaram a ser substituídos pelo órgão e outros instrumentos musicais e as melodias executadas durante as cerimônias começaram a se aproximar em estilo, aos hinos católicos e protestantes.

O movimento para preservar as tradições do Chazzanut teve início no século XIX, e um dos seus mentores foi o chazan austríaco, Salomon Sulzer. Ele afirmou: A música litúrgica pode manter as formas atuais, tão do agrado de nossa comunidade, mas sem sacrificar o estilo de nossa milenar tradição judaica. Com esse intuito, a maioria dos chazan* passou a compor música litúrgica. Sulzer introduziu o uso de corais nas sinagogas e tornou-se um músico respeitado por Schubert, Schumann e Liszt

O mais importante chazan/compositor foi Louis Lewandowski (1821-1894), primeiro judeu a estudar música na Academia de Artes de Berlim. Em 1884, a comunidade judaica da capital alemã o encarregou de organizar os cantos corais nas sinagogas e em 1864 ele assumiu a posição de líder do coral da nova Sinagoga de Berlim. Nessa época, Lewandowski escreveu dois livros de cantos litúrgicos, Kol Rinah, para duas vozes e Todah Vezimrah, para corais. Essas obras são utilizadas até hoje pelos principais chazan e líderes de corais. Além de música litúrgica, o compositor escreveu sinfonias, salmos cantatas e canções populares.

Em 1886, o governo alemão o distinguiu com o título de Diretor Real Musical. Entre suas mais populares composições se destacam Uvenucho Yomar e Zacharti Lach, para o Rosh Hashana e Ve’al Chata’im para o Yom Kippur.

O Kol Nidrei de Max Bruch: foi Moisés quem instituiu o dia sagrado do Yom Kippur, conforme o texto do Levítico (23:26), um dos cinco livros do Pentateuco. Pouco antes do anoitecer o chazan entoa a oração do Kol Nidrei, cuja melodia de intensa emoção e energia espiritual traduz o pináculo da liturgia do Yom Kippur.

Os compassos desta música cujas origens remontam ao século VIII serviram de inspiração para muitos compositores. Dezenas de arranjos para voz e piano, órgão e violino, arranjos para corais e pequenas orquestras foram criados por músicos judeus e cristãos. Assiste-se ao surgimento de um fenômeno inverso ao da secularização da música das sinagogas. É a influência do Chazzanut sobre a música clássica. A melodia do Kol Nidrei é facilmente reconhecida nos primeiros compassos do Quarteto nº 4 em dó menor (opus 18), de Ludwig van Beethoven.

O Adágio sobre Melodias Hebraicas para violoncelo e orquestra, opus 47, mais conhecido como Kol Nidrei, é de autoria de Max Bruch (1838-1920), compositor protestante nascido em Colônia. Através de seu amigo, o chazan Abraham Lichtenstein, Bruch foi conhecer as melodia judaicas, entre elas o Kol Nidrei e as Canções Hebraicas de Isaac Nathans, com letra do poeta Lord Byron.

A obra de Max Bruch foi obscurecida pela de Brahms, Mahler e Richard Strauss. Mesmo assim ele nos deixou música de excepcional qualidade como o Kol Nidrei, o Concerto nº 1 para violino e orquestra, opus 26 e a Fantasia Escocesa. Bruch foi dirigente da Sociedade Filarmônica de Liverpool, da Sociedade Filarmônica de Berlim e professor da Academia de Música.

O início do século XX assistiu o esplendor da música litúrgica judaica na Europa e nos Estados Unidos.Muitos cantores de sinagogas passaram a ser disputados a peso de ouro pelas grandes casas de ópera. Os grandes destaques foram Yossele Rosenblatt, Abraham Katz e Isaac Heymann. Rosenblatt foi um tenor excepcional, que recusou por motivos religiosos, inúmeros convites para se apresentar como solista de óperas famosas. Sua única participação perante o grande público foi no primeiro filme sonoro, The Jazz Singer, aonde ele faz uma curta aparição. A brutalidade da II guerra mundial ceifou a vida de Sam Englander (1896-1943), mestre do coral da Grande Sinagoga de Amsterdã, morto no campo de concentração de Sobibor. Gershon Sirota, o grande tenor da Sinagoga de Varsóvia e um dos primeiros Chazans a gravar em disco a música litúrgica, desapareceu durante os combates ocorridos durante o grande levante do gueto, em 1943.

Disco recomendado: Legendary Cantors, com Yossele Rosenblatt, Gershon Sirota, Shalom Katz, Berele Chagy e outros. Nimbus Records NI 7906. A pureza sonora deste CD nos faz esquecer que as músicas foram gravadas na década de 1920.


*Chazan: cantor principal da sinagoga, contratado ou convidado, que conduz as orações e lê o livro da Tora, especialmente no sabá e nas festas religiosas.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Um Tempo de Mudança

Um Tempo de Mudança


Elul é um mês muito especial. É um tempo para aproveitar a oportunidade de trabalhar em nós mesmos; para mudarmos, para sermos melhores e concretizar nossos sonhos. É um novo começo para finalmente fazermos aquelas coisas que sempre sentiste que era capaz, mas nunca o fizeste.

Cada Elul começa sempre com as mesmas grandes expectativas: vai existir um novo mundo e as coisas serão iguais. Infelizmente, o entusiasmo inicial rapidamente dá lugar a uma realidade muito diferente: o entusiasmo baixa de nível e terminas ficando igual a o que fazias antes de começar. Seguramente cresces pouco a pouco, ano após ano, mas o avanço importante converte-te na pessoa que sabes que podes e deve ser – nunca parece realizar-se, ficando como um sonho difícil de realizar.

Como aproveitar esse entusiasmo, a boa vontade e a emoção e convertê-los em uma mudança significativa e duradoura? Em outras palavras: como podes para que Elul realmente funcione?

Os sábios nos dizem que existe uma Voz Divina (¡Bat Kol!) que ecoa no mês de Elul dizendo: Vão arar os campos. Não plantem sobre espinhos e a maleza. Sem dúvida, existem muitos significados cabalísticos para esta frase, mas uma explicação mais direta é que, se preparas teu campo arando-o não importa o que semeies; teu jardim vai ser invadido por espinhos.

Portanto a chave para um Elul exitoso é preparar-se adequadamente, considerando que sementes desejas plantar. Como te deves observar para assegurar-te de que tudo o que desejas fazer acontecerá da maneira que queiras, para que depois de alguns meses, não pense em sua resolução só como um bonito desejo?

Teu desejo de mudança é claro – de outra maneira não estarás lendo isto neste momento – mas o que é que te motiva à mudança? A chave é compreender-te a ti mesmo. Como funcionas, como cresces e o que te motivas. Quais são os passos apropriados para teu crescimento? Impõe-se aqui o fator fundamental: tudo em seu devido tempo!

Conta-se à história de um homem jovem na Ieshiváh (Seminário Rabínico) do Rabino Meir Chadash. Era um estudante preguiçoso que nunca estudava, fazia o que ele gostava e parecia que iria deixar tudo completamente. Um dia o estudante fez um giro de 180 graus. Era o primeiro a chegar na sala de aula e o último a sair à noite. No dia seguinte, o Rabino Chadash aproximou-se e falou-lhe: “Tu és tão imaturo. Quando é que tu vais crescer?”

A mensagem é clara: tu não vais mudar do dia para noite; não deixarás de se um irresponsável e apático, tornando-te o mais responsável. E se tentares será pura falsidade. Pode ter êxito alguns dias, pensando que o conseguiste, mas quanto durará? Isso não é o crescimento, é imaturidade. O verdadeiro crescimento é paulatino. Tu tens que saber qual é o passo seguinte, compreender-te a ti mesmo e ser honesto. Decide o que tu queiras aceitar sobre ti e o que mudará de verdade as coisas. Por exemplo: cuidar que o lar seja casher, ou dedicar-te a ser mais sensível e cuidadoso. Estas sementes têm um incrível potencial, se preparares antes a terra.

Observa profundamente dentro de ti, pede bons conselhos e acima de tudo: que sejas realista a respeito do que é possível concretizar.

E sobre o processo real de teshuváh? O primeiro passo é reconhecer teus erros – compreender o que fizeste de errado e como poderia ter feito melhor.

Por isso, deves conhecer tuas capacidades específicas. Do contrário, cometerás o erro de tentar mudar coisas que estão além de ti, Isto é ruim, pois quando o confessas, realmente não o sentes, porque dentro de sabes que não é real.

A verdadeira teshuváh e confissão, significa articular o fato de que a teu nível poderias ter feito melhor. É muito importante fazer isto de uma forma que tu escutes e acreditas.

Entende os temas que são realistas para ti; estão-se além de ti, então não são “teus” temas. Trabalhar com o que é realidade e apropriado. Do contrário vais plantar tuas sementes ano após ano e vais colher só espinhos. Não deves usar esta idéia como desculpa para continuar cometendo erros; ao contrário, toma consciência de como uma mudança drástica às vezes termina em algo pior. Não te movimentes num mando ilusório. A Toráh não quer que sejamos sintéticos piedosos. Avalia que aspecto de teu caráter não está muito bem e começa a mudá-lo gradativamente.

Preparar o terreno, significa descobrir que coisa te motiva e reconhecer o que precisas fazer agora. No final das contas, a mudança final pode acontecer após muitos anos. Mas não desanimes. Os Sábios dizem que uma vez que te encaminhes para algum lugar para D’us é como se já tivesses cruzado lá. Quando decides fazer algo, existe uma elevação de tua alma; no plano metafísico é como já o tivesses feito tua alma chegou; mas teu corpo ainda tem que caminhar por muitas sendas. Uma coisa mais: Para nos inspirarmos no processo de teshuváh, temos que saber que D’us nos ama – mesmo com todos os erros que tenhamos cometido. Sê consciente de que D’us te entende e quer te ajudar. Não te sintas culpado; os erros que cometeste são parte de teu processo de crescimento para chegar até onde te encontras hoje em dia. D’us não quer que sofras. Pelo contrário, Ele nos criou para o crescimento; então as dificuldades envolvidas deveres o melhor para nós. D’us não é o chefe autoritário do céu. Está ao teu lado. Se não compreendes isto, nunca poderás fazer Teshuváh (retorno – arrependimento).

Pensa grande e propõe-te metas a longo prazo – mas sê realista. Toma as coisas com calma, mas tenta manter a motivação. A teshuváh exige maturidade, realismo e honestidade. Não uses esta oportunidade que se nos apresenta ano após ano de forma incorreta.

Iamim Noraim, dias majestosos, nos convidam a refletir, a maturar sobre nossa verdadeira função e ubiquação na sociedade, na vida, como seres humanos, judeus. Iamim Noraim é uma ilha e um tempo a reconsiderar os objetivos da vida, é um tempo neste espaço, para regressar, LaShuv (retornar) a nossa origem, aos nossos princípios, aos nossos valores.

Que o Todopoderoso nos ajude a ter uma vida significativa e uns festejos produtivos neste ano que se inicia. Tihie Shanáh Simanáh Chasadênu (Que seja um ano cuja sinal seja duma bondade em todos nossos caminhos a empreender), que assim seja Amén.

Tizku Leshanim Rabot!!
Que D’us conceda-lhes muitos anos de vida!!