domingo, maio 15, 2022

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Pêssach Sheni: Segunda Oportunidades

 

Pêssach Sheni

14 de Iyar

 


Apesar de seu nome, o “Segundo Pêssach” não é uma data na qual cumprimos as leis de Pessach: não realizamos o Seder nem lemos a Hagadá. Há, sim, o costume de se comer Matzá, de preferência Matzá Shmurá nessa data, mas nela também consumimos Chametz. Apesar de não ser um Yom Tov, um dia santificado, e não ser praticamente relevante na ausência do Templo Sagrado de Jerusalém, o Pêssach Sheni é uma data alegre em nosso calendário e transmite lições valiosas a cada um de nós.

O que é o Pessach Sheni?

A Torá relata que um ano após o Êxodo do Egito, D’us instruiu o Povo Judeu a oferecer o Korban Pêssach, o Sacrifício Pascal, na tarde do 14º dia do mês hebraico de Nissan. Os judeus deveriam assar as oferendas no fogo e comê-las ao entardecer daquele dia – a primeira noite de Pêssach – juntamente com Matzá (o pão não fermentado) e Maror (as ervas amargas) –, como haviam feito no ano anterior, na noite antes de deixarem o Egito.

No entanto, como relata a Torá, nem todos os judeus poderiam cumprir esse mandamento. Havia certos homens que se tinham tornado ritualmente impuros por terem tido contato com um cadáver humano. Portanto, não poderiam cumprir o mandamento de Korban Pêssach – não que tivessem feito algo errado ou agido com negligência –, mas simplesmente porque a Torá proíbe um indivíduo ritualmente impuro de oferecer um sacrifício.

Segundo algumas opiniões, esses homens se tornaram ritualmente impuros ao enterrar um morto, que é uma das obrigações religiosas mais importantes no judaísmo. Então, por que, argumentaram, deviam ser excluídos da oferenda do Sacrifício Pascal? Esperando encontrar uma solução para sua situação aflitiva – um caminho que lhes permitisse cumprir tão importante mandamento – eles foram a Moshé Rabenu e disseram: “Estamos ritualmente impuros por termos tido contato com os mortos. Mas, por que devemos ficar em desvantagem, não podendo apresentar a oferenda a D’us na época certa, juntamente com os demais judeus?”.

Apesar dos homens ritualmente impuros entenderem por que eles não poderiam trazer o sacrifício juntamente com todos os demais eles insistiram: “Queremos poder merecer a mesma conexão com D’us, mediante o cumprimento do mandamento de Korban Pêssach, como os demais. Sabemos que nossa impureza ritual não permite isso, mas insistimos em participar”.

Moshé lhes respondeu: “Atentem para o que D’us ordenará a respeito de vocês”.

D’us transmite a Moshé a seguinte mensagem: “Se alguém está ritualmente impuro devido ao contato com os mortos, ou está em uma viagem distante, seja um entre vocês ou nas gerações futuras, ainda assim deve ter a oportunidade de preparar a Oferenda Pascal a D’us. Ele deverá prepará-la na tarde do 14º dia do segundo mês (Iyar), e deverá comê-la com Matzá e Maror… Assim, deverá prepará-la de acordo com todas as regras da Oferenda Pascal (normal)” (Números 9:6-12).

O Altíssimo lhes forneceu a solução: Ele não lhes permitiria burlar uma lei da Torá e oferecer o sacrifício enquanto estivessem ritualmente impuros, mas Ele lhes daria a chance de compensar a oportunidade perdida: eles poderiam oferecer o Korban Pêssach um mês depois.

Esse incidente – o clamor dos homens a D’us – levou-O a acrescentar uma lei à Sua Torá: Ele deu ao Povo Judeu a oportunidade do “Segundo Pêssach” – uma segunda oportunidade de cumprir um importante mandamento. Dali em diante, qualquer pessoa que não pudesse levar uma oferenda de Pessach no dia 14 de Nissan poderia oferecer o seu Korban um mês depois – no dia 14 de Iyar. Esta data se tornou Pêssach Sheni.

Pêssach Sheni representa, pois, uma segunda chance, o poder de compensar o que se perdeu. Simboliza a chance de se aproveitar a oportunidade perdida de realizar uma boa ação.

Como o Templo Sagrado de Jerusalém já não existe e nós não levamos mais o Korban Pêssach no dia 14 de Nissan, o mandamento associado com Pêssach Sheni não se aplica em nossos dias. No entanto, o “Segundo Pêssach” é um dia alegre, pois transmite uma mensagem que é um dos fundamentos do judaísmo, ensinando-nos que podemos sempre corrigir erros passados, que o futuro pode ser muito diferente do passado e que D’us sempre nos dá uma segunda chance.

domingo, maio 08, 2022

Na Epoca do Omer: A Cabaláh e a nossa vida

 

A Cabaláh e a nossa vida

 

A Cabaláh pode ser um instrumento importante em nosso cotidiano. Todo tipo de conhecimento adquirido deve ser colocado em prática no dia a dia porque, de outra forma, ele perde o seu sentido.

Ao criar o homem à sua imagem, D-us o deixou livre para escolher caminhos e dessa forma transcender a si mesmo, às suas contradições interiores, suas inclinações e desejos, com a capacidade atingir as alturas e as profundezas espirituais.

O homem está ligado a um sistema de mundos superiores.

Cada ser humano é composto de fluxos espirituais de energia que definem a usa personalidade. E por meio de nossas ações que podemos estabelecer um equilíbrio entre o espiritual e o material, a razão e a emoção, assim como entre nós e o universo que nos cerca.

A Cabaláh tem como objetivo trazer à tona a nossa sabedoria intuitiva e permitir que nossa unidade possa iluminar aqueles que estão à nossa volta.

Cada homem possui uma missão a ser cumprida, algo que somente ele pode fazer. Cada acontecimento em nossas vidas deve ser observado como lições que podem nos enriquecer de diversas formas.

Os ensinamentos da Cabaláh, quando são aplicados em nosso cotidiano, podem tornar a vida mais estável e harmônica e as pessoas mais equilibradas nesse mundo tão complexo em que vivemos hoje.

Os grandes mestres ensinam que o mais importante na vida é conseguir mudar nossa própria natureza. Essa mudança pode nos fazer interpretar a realidade de uma forma diferente, o que implica em responder aos desafios de uma forma diferente. Estar amanhã igual ao que se é hoje significa que não se aprendeu nada, porque nada mudou. Mudar e transformar significa o mesmo que evoluir e ascender.

Ao estudar a Cabaláh aprendemos a integrar o material e o espiritual. Aprendemos também que somente quando estivermos envolvidos no mundo, cientes da realidade e de nossas responsabilidades, poderemos encontrar o nosso verdadeiro “eu”.

A Cabaláh ensina que ao compartilharmos e dividirmos o que temos com os outros, criamos um espaço maior dentro de nós para recebermos muito mais. As sefirot da Arvore da Vida funcionam como um mapa da consciência humana por meio da qual podemos descobrir as dimensões de nosso ser. Ao meditarmos sobre as qualidades de cada sefiráh e seus atributos divinos podemos adquirir uma nova percepção do sentido da vida.

Um dos grandes preceitos do judaísmo, assim como o da Cabala, é o de que a vida tem sentido e o grande objetivo do homem é se aperfeiçoar e aproximar-se do Criador.

O nosso melhor mestre é a observação. Para se tornar um bom observador é necessário observar sem dúvidas ou preconceitos, ser imparcial e aplicar à vida aquilo que foi aprendido por meio da observação. O aprendizado requer paciência e perseverança, porque geralmente o que é feito rapidamente não cria raízes firmes.

A Arvore da Vida funciona como uma Arvore comum. Ela deve ser cuidada e podada para que bons frutos sejam reproduzidos. A concentração, meditação e contemplação regulares são muito importantes para o estudo da Arvore da Vida, que ilustra o universo objetivo e o eu subjetivo.

Para estudar o universo que o cerca, contemple a Arvore e, para observar você mesmo, analise os seus três pilares. Medite e escute seu o mundo interior fechando-se às ideias exteriores, e ouça o seu coração.

Para colocar os ensinamentos da Cabaláh em sua vida é importante meditar sobre os acontecimentos cotidianos, pois os problemas corriqueiros são seus melhores mestres. Após a meditação faça anotações, registre seus pensamentos e sensações, as respostas intuitivas aos acontecimentos do dia. Após algum tempo, reveja suas anotações, perceba suas mudanças interiores.

Para vivenciar as meditações de uma forma mais completa é importante conhecer o significado de cada sefiráh da Arvore da Vida, assim como o significado de seus pilares, divididos em positivo, negativo e neutro. Conhecendo o que cada ramo “diz”, fica muito mais fácil encontrar o seu oposto e manter o equilíbrio.

As sefirot Chesed e Guevuráh, por exemplo, representam as emoções humanas. Chesed simboliza o fluxo do amor, o altruísmo, e nos abre para o mundo. O seu oposto é Guevuráh, que representa a força e o poder, o recuo das forças para dentro de si mesmo. Cada uma das sefirot possui o seu valor, pois seus sentimentos não são positivos ou negativos. O ideal é manter o equilíbrio entre as duas energias.

O homem possui o livre arbítrio, o poder de optar e escolher o caminho que deseja trilhar. O livre arbítrio dá ao homem um sentido à sua vida. Para fazer escolhas de uma forma sábia é preciso ter a mente em equilíbrio, reinterpretar a realidade e desfazer o que foi criado pela força do hábito.

O livre arbítrio dá ao homem o poder de inovar e mudar. Para fazer escolhas equilibradas é necessário estar em harmonia com você mesmo, sem nenhum sentimento que possa pesar seu coração.