sexta-feira, janeiro 25, 2013

Tu Bishvat - 15 de Shevat : O ano novo das árvores

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Antigamente, o povo judeu na Terra Santa comemorava o décimo quinto dia do mês hebraico de Shevat como o marco do início da nova estação dos frutos em Israel. Esta época do ano marca o ponto médio do inverno quando a força do frio diminui, a maioria das chuvas do ano já caiu e a seiva das árvores começa a subir. Como resultado, os frutos começam a se formar. Esta data até hoje é comemorada como o aniversário das árvores em Israel.

Da mesma forma como D'us faz com os seres humanos, no primeiro dia de Tishrê, Rosh Hashanáh, D'us no dia 15 de Shevat determina qual a quantidade de frutos e folhas que cada árvore produzirá durante o ano; se crescerá satisfatoriamente, florescendo ou secará até morrer. Isto demonstra que o Criador do Universo e de todas as espécies, inclusive plantas e árvores, cuida de cada uma de Suas criaturas, determinando seu destino.

As frutas crescidas antes desta data eram consideradas frutas "velhas", e as que eram colhidas a partir desta data, eram recebidas como "novas". Esta distinção era essencial no tocante aos mandamentos da Toráh de separar a terumá (donativo) e o maasser (dízimo) - a separação dos frutos destinados aos cohanim e leviim.

A tribo de Levi não possuía campos ou pomares. Seus membros dedicavam-se integralmente ao serviço Divino no Templo Sagrado e ao ensinamento do conhecimento de D'us ao povo. Por este motivo, a Toráh ordena que uma certa parte da colheita deva ser outorgada a eles.

Atualmente o Rosh Hashaná Lailanot, Ano Novo das Árvores, é comemorado através da recitação de bênçãos antes e após a degustação de frutos novos da estação, especialmente as espécies de frutas da Terra de Israel: azeitona, tâmara, uva, figo e romã e outras novas para que se possa recitar a bênção adicional, Schehecheyanu. Ao provar dos novos frutos e recitar as bênçãos reconhecemos D'us como o Criador do mundo, da natureza e de tudo nela contido.

Uma analogia entre a árvore e o ser humano pode ser feito. Assim como a árvore está em constante crescimento, também nós devemos crescer; do mesmo modo como produz seus frutos, também devemos produzi-los. Em Tu Bishvat devemos renovar o crescimento pessoal, assim como as árvores começam a retirar a umidade e nutrientes da terra.

A raiz simboliza a conexão com a fonte, nossa fé; o tronco representa a parte principal que sustenta e representa o estudo da Toráh e o cumprimento das mitsvot e o fruto está ligado com o resultado: a meta atingida, nossa influência positiva e contínua na preservação de nossos valores. Devemos constantemente lembrar que acima da natureza encontra-se D'us "regando" seus filhos através do legado do estudo e prática da Toráh, os verdadeiros recipientes de bênçãos para que possam crescer continuamente em todas as estações.

Um Único Ano Novo

Por que temos uma celebração especial para o Ano Novo das Árvores, enquanto dias similares, como o 1º de Elul (Ano Novo dos Animais) e 1º de Nissan (Ano Novo para Reinados e Festas) não possuem nenhuma forma de celebração, e praticamente desapareceram do calendário judaico?

Os rabinos têm uma resposta simples: O dia 15 de Shvat é dedicado ao louvor à Terra de Israel. O dia é de alegria pois a terra começa a trazer o período de colheita, a produzir frutos e a exibir seu esplendor.

Frutas Simbolizam Benção

A Terra de Israel é particularmente reconhecida na Bíblia por ser uma boa terra devido a suas frutas e árvores:

"Pois o Senhor seu D'us está lhes trazendo para uma terra boa, uma terra de rios e fontes... uma terra de trigo e cevada, e vinhas e figueiras e romãs... uma terra coberta de oliveiras e mel." (Deuteronômio 8:7-8)

Portanto a terra de Israel é abençoada por ter cinco frutas e dois grãos. Quando o povo de Israel come elas e sentem seu gosto, dizem bênçãos especiais, agradecendo a D'us pela boa terra que Ele lhes deu.