segunda-feira, janeiro 23, 2012

Marranos: Uma Historia que não tem fim–1ª Parte.

Bnei Anusim

Marranos

Belmonte

A Comunidade Judaica medieval na Espanha era uma das, mas antigas, florescentes e frutíferas.

Porem, a partir de 1391, com os discursos de Ferrand Martinez, em 4 de junho do corrente ano em Sevilha, começaram as matanças de Ferrand (em alusão a Ferrand Martinez, Arcediago de Ecija, que com discursos virulentos, alimentaram o ódio à fobia contra os judeus). Estes terríveis distúrbios contra os judeus tiveram lugar em varias cidades da Espanha medieval, como, Ecija, Carmona, Sevilha, Barcelona, Toledo e Córdoba.

Cem anos antes da expulsão dos Judeus da Península Ibérica, se vislumbrava um futuro sombrio, que dura para muitos até os dias de hoje, que esperam que se reconheça sua identidade.

Trás o qual seguiu-se varias ondas de conversões forçadas ao catolicismo, até 1492 e 1496, quando os judeus foram finalmente expulsos dos reinos de Espanha e Portugal respectivamente, este ultimo modifico o decreto de expulsão por uma conversão decretada que todos os judeus, a partir de Abril de 1497, eram cristãos.

Muitos destes conversos, conhecidos com o termo em hebraico de Anusim (forçados), conservaram sua identidade judaica e continuaram cumprindo secretamente algumas dos costumes e tradições de seus ancestrais. A pegada deste fenômeno, o qual durante séculos foi cruelmente perseguido pela inquisição, chega incluso até os nossos dias.

Atualmente um grã grupo de Bnei Anusim, descendentes dos Anusim, em Espanha, Portugal e America e outros países estão recuperando sua consciência de pertencia e reclamam seu direito histórico de retornar ao seio do Povo Judeu.

Chuetas – Xuetas

Em 1435, levou-se a cabo a conversão geral dos judeus de Maiorca, quando alem não tiveram a opção do exílio. Porem, um grã numero dos conversos continuo crendo e observando em secreto a antiga Lei de Moises por gerações.

Foi a finais do século XVII, quando se expor publicamente o origem judaico de um grã numero de “los de la calle” ou dito em Português: “os da rua”, punindo suas reincidências ao Judaísmo. Os descendentes destes judaizantes queimados na fogueira da Inquisição foram selados com um estigma eterno e conhecidos ate o dia de hoje como os “Chuetas - Xuetas[1]

Quinze dos sobrenomes mais comuns da ilha conformam o grupo os Chuetas ou Xuetas, que até pouco tempo mantinham a endogamia, é dizer que se casavam só entre eles, e sofriam discriminações.

Atualmente uma organização de Israel, com autoridade do Rabinato Superior de Israel, conta com um Rabino representante na Ilha Palma de Maiorca, que ajuda a guiar aos Xuetas – Chuetas que desejam retornar a suas raízes judaicas.


[1] O Xuetes (pronúncia Catalão: [ʃuətə]; singular Xueta, também conhecido como Xuetons ), foram um grupo social na ilha de Maiorca, descendentes de judeus de Maiorca, que tanto se converteu ao cristianismo ou foram forçados a manter a sua religião escondida. Eles praticavam estrita endogamia (Obrigação, para o indivíduo, de casar-se com alguém do seu grupo). De o dialeto Baleares deriva a palavra xueta, segundo alguns especialistas, a partir de juetó, diminutivo de Jueu ("judeu") que dão xuetó, um termo que também ainda sobrevive.