terça-feira, maio 17, 2011

Pêssach Sheni – O 2º Pêssach

Para a Festividade de Pêssach,

existe uma Segunda Chance

Pêssach sheni

Um ano após o êxodo do Egito, o povo judeu fez a oferenda de Pêssach no décimo quarto dia do mês de Nissan. Mas nem todos puderam realiza-lá. A escritura relata (Bamidbar – Números 9:6): "Havia alguns homens que estavam ritualmente impuros (pelo contato com mortos) e incapazes de preparar a oferenda de Pêssach naquele dia. Aqueles disseram: 'Por que deveríamos ser privados de fazer a oferenda do Senhor no seu tempo marcado entre os filhos de Israel?' Moshe respondeu: 'Aguardem, e eu ouvirei o que o Senhor ordenará a respeito de vós'. D'us falou a Moshe: 'Se qualquer pessoa de vós ou de vossas gerações futuras estiver ritualmente impura ou numa jornada distante, ainda assim fará a oferenda de Pêssach ao Senhor. Deverá efetua-lá no décimo quarto dia do segundo mês'..."
É dada uma nova oportunidade aquele que não ofereceu o sacrifício de Pêssach no tempo certo - 14 de Nissan - para faze-ló no dia 14 de Iyar, data denominada de Pêssach Sheni, o Pêssach do segundo mês, no qual costuma-se, hoje em dia, comer um pedaço de matsá.
Embora o Pêssach Sheni fosse instituído para aqueles que não podiam ofertar o sacrifício de Pêssach no seu tempo certo, porque estavam impuros ou encontravam-se em locais distantes, o seu conceito se aplica a todos em todos os tempos - mesmo agora, quando o sacrifício de Pêssach não pode ser ofertado.
Uma lição clara de Pêssach Sheni é que a pessoa nunca deve perder a esperança. Nas palavras do Rebe anterior: "A ideia de Pêssach Sheni é de que 'nada é irrecuperável'; sempre podemos retificar nosso comportamento. Mesmo alguém que estava ritualmente impuro ou ausente numa jornada distante - mesmo que voluntariamente - pode reabilitar-se."
Um ser humano é intrinsecamente bom; sua alma é uma parte da centelha Divina. A transgressão é uma antítese completa da sua natureza. Se ele chega a transgredir, isto é uma anomalia que não pode tocar o seu "eu" essencial. A pessoa pode estar temporariamente impuro, mas sua essência, é dos níveis mais elevados. Assim, nenhum pecado, nenhuma omissão do serviço a D'us, é irreversível. A pessoa pode sempre voltar à sua identidade real.
Pêssach é a única festividade que concede uma segunda chance, e isto porque Pêssach marca o nascimento da nação judia. O êxodo do Egito foi o início de um processo que culminou com a Outorga da Toráh - a transformação dos judeus numa nação da Toráh. Já que a oferenda de Pêssach está ligada com o êxodo, sua omissão significaria que o êxodo não foi completo. D'us por isto quis que cada um, mesmo aquele que deliberadamente não ofertou o sacrifício de Pêssach da primeira vez, ganhasse a oportunidade de faze-ló - pois se não há nascimento, não há existência. A identidade da Toráh estaria ausente.

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Baseado em alguns conceitos do REBE de Lubavitch