domingo, junho 05, 2011

A importância de visitar aos doentes

Bikur Cholim

Bikur Cholim significa "visita aos doentes". Trata-se de uma obrigação entre os judeus e demonstra a preocupação da ética judaica com o bem-estar do próximo.

Os Sábios Talmúdicos estabeleceram regras para o cuidado com os doentes baseados no princípio de que aquele que visita uma pessoa doente ajuda-o a viver mais tempo.

É considerado uma obrigação moral para todas as pessoas realizar visitas aos doentes e dar-lhes toda a assistência material ou moral necessária: providências relativas ao alimento e aos remédios, à alimentação, ao vestir e cuidar dos acamados. O estado psicológico do doente também é alvo de atenção: os visitantes devem fazer de tudo para encorajar e animar o doente e fazê-lo ter esperanças de uma recuperação completa e rápida.

Os nossos Sábios advertiam que os atos de benevolência e de humanidade não deveriam ter qualquer motivação ou interpretação sectária estreita: Visitai os doentes gentios assim como os doentes de Israel.

É costume o visitante dizer a tradicional frase hebraica ao doente, na despedida:

Refuah shelemah! - (Que D'us lhe conceda uma cura rápida e completa!)

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O que dizem as fontes judaicas?

Talmud Babilônico, Tratado (Masechet) Nedarim, 39b:

Está escrito: Não há medida para visitar os doentes.

O que significa não há medida? Quantidade? Tamanho? Rabi Iossef explica: Isso significa que o prêmio por esse ato é ilimitado. Mas, Rabi Abaie diz: "Será que há uma medida exata de recompensa pela prática de um mandamento? (...) Portanto, não há medida significa que até uma pessoa importante deve visitar outra de nível social mais baixo quando esta estiver enferma".

Rav diz: "Deve-se visitar os doentes tantas vezes quantas for preciso num dia".

Talmud Babilônico, Tratado (Masechet) Nedarim, 40 a

Certa vez um discípulo de Rabi Akiva adoecera e ninguém o visitou. Contudo, Rabi Akiva entrou no quarto do enfermo, mandou que fosse limpo e espanado e arranjou travesseiros e roupas de cama limpas. Esses cuidados favoreceram a cura do aluno, que exclamou: "Mestre, tu me deste vida nova". Ao sair, Rabi Akiva disse: "Deixar de visitar um enfermo desamparado equivale a verter seu sangue".

Talmud Babilônico, Tratado (Masechet) Nedarim, 40 a

Rabá costumava dar ordens para que o deixasse tranquilo durante o primeiro dia de sua enfermida-de. Mas, no segundo dia, pedia que sua doença fosse anunciada ao público. Dizia: "Que se alegrem os que me odeiam e D'us afastará de mim esta doença! Os que gostam de mim rezarão por mim".