domingo, junho 15, 2008

Judaísmo e Futebol, Só um jogo?

Judaísmo e Futebol



Em 1900, os irmãos Neils e Harald Bohr, na Dinamarca, tornaram-se famosos jogadores de futebol na Escandinávia. Em 1908, Harald ganhou uma medalha de prata no campeonato futebolístico da primeira Olímpiada com essa modalidade. Outros ganhadores de medalhas olímpicas de ouro foram Sandor Geller (Hungria, 1952), Boris Razinsky (URSS, 956) e Arpad Orban (Hungria, 1964).
Nos anos vinte, o Hacoach-Viena, um extraordinário time de futebol judaico-austríaco, jogou várias partidas em Israel e nos Estados Unidos. Em Nova Iorque, no ano de 1926, o Hakoach-Viena conseguiu reunir, numa única partida, um público de 46 mil torcedores. Este recorde não foi quebrado durante 40 anos. Muitos dos jogadores do Hakoach-Viena deixaram a Áustria na década de trinta e seguiram carreira em Israel e nos EUA.
Os irmãos austríacos Hugo e Willy Miesel, tornaram-se destacadas personalidades no cenário futebolístico. Willy veio a ser um dos mais respeitados escritores esportivos da Europa e já tinha sido goleiro da seleção da Áustria. Por sua vez, Hugo foi um dos fundadores da Copa do Mundo, em 1927 e liderou a Associação Austríaca de Futebol nos anos trinta.
A Hungria foi outro país que produziu muitos bons jogadores, técnicos e administradores de futebol judeus. O primeiro nome dessa lista é Alfred Hajos (Guttmann), membro do primeiro selecionado magiar. Outro destaque foi Bella Guttmann, que atuou no MTK de Budapest e, nas décadas de cinqüenta e sessenta, foi um dos melhores técnicos em todo o mundo, como no Benfica de Portugal, com o genial Eusébio.
Mikhail Romm foi um dos organizadores do futebol soviético na década de vinte, enquanto Mikhail Loshinsky defendeu as cores da URSS antes da Segunda Guerra Mundial. Na Inglaterra, Mark Lazarus jogou profissionalmente no reino, disputando uma final de campeonato em Wembley em 1967. Johann Cruoyff foi um dos maiores craques do Ajax e da seleção holandesa, vice-campeã e sensação da Copa de 1974. Tornou-se, mais tarde, técnico do Barcelona, onde brilhou o garoto tetra-campeão Romário.
A Federação de Futebol de Israel foi fundada em 1928. Sua primeira partida internacional foi jogada em 1934. O primeiro time representante do Estado de Israel jogou peela primeira vez em Nova Iorque, em 1948, ano da independência do Estado judeu. Israel chegou às quartas de final em 1968, nos Jogos Olímpicos do México, onde em 1970 (ano do saudoso tri da seleção canarinho de Pelé), os israelenses marcaram sua única participação em Copa do Mundo, garantindo um empate sem gol com a Itália, vice-campeã do torneio.
Em 1981 Israel conseguiu um dos seus melhores resultados: 4 a 1 em cima de Portugal, nas eliminatórias da Copa. No final dos anos oitenta, o grandes futebolistas israelenses eram Eli Ohana, David Pizanti e Ronni Rozenthal, todos com atuação em equipes européias. Nas eliminatórias para a Copa de 1994, Israel conseguiu vencer a França em Paris e empatar com a Bulgária (quarta colocada na Copa) em Sofia.
O pioneiro do futebol (soccer) nos Estados Unidos foi Nathan Agar, nascido em 1887. Agar introduziu o futebol na região de Nova Iorque em 1904 e ajudou a fundar Associação de Futebol dos Estados Unidos em 1913. No Brasil, por ironia da história, quase não há destaque judaico no futebol, verdadeiro esporte nacional. Somente Arthur Friedenreich, no início do século, destacou-se como jogador, tendo alcançado o surpreendente recorde de 1.329 gols em sua carreira, inclusive o que deu o campeonato sul-americano ao Brasil em 1919. No campo administrativo, merece menção Jaime Franco, diretor do São Paulo Futebol Clube, bi-campeão mundial.
Em argentina, existiram varios jogadores de origem judaico, um dos mais famosos foi Daniel Brailovsky, que até pouco tempo atrás no inicio do ano 2008, foi tecnico da América de México, hoje comentarista da ESPN.