domingo, janeiro 01, 2012

SOBRE SER JUDEU – Mel Brooks

Sobre ser judeu - sem piadas

Por: Mel Brooks

 

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Posso estar irado com D'us ou com o mundo, e estou certo de que grande parte das minhas comédias é baseada em fúria e hostilidade… Isso vem de uma sensação de que como judeu e como pessoa, eu não me encaixo na média da sociedade americana.

Sentir-se diferente, sentir-se alienado, sentir-se perseguido, sentir que a única maneira de você lidar com o mundo é rindo – porque se você não ri, vai chorar e nunca parar de chorar – isso provavelmente é responsável por os judeus terem desenvolvido tanto senso de humor.

O povo que teve o maior motivo para chorar aprendeu, mais que qualquer outro, a rir.

Baseado nas conquistas dos indivíduos judeus, nos ganhadores do Prêmio Nobel e nos heróis da cultura moderna, bem como na quantidade de atenção que os judeus recebem da mídia, você jamais acreditaria nas respostas certas: há pouco mais de 13 milhões de judeus no mundo, o que compreende menos de 1/4 de 1% da população mundial!!!

Você acha que é apenas uma coincidência? Vinte e um por cento dos ganhadores do Prêmio Nobel foram judeus, embora eles formem menos de um quarto de um por cento da população do mundo. Escolha qualquer área, e você verá que os judeus se destacaram nela.

Pense nos nomes de muitas figuras dos tempos atuais, responsáveis pelas maiores conquistas intelectuais da história – MARX, FREUD, EINSTEIN – e encontrará prova do veredicto bíblico: "Certamente este é… um povo sábio e inteligente." Simplesmente não há maneira de negar isto.
Os judeus são realmente inteligentes. Deve haver um motivo – e posso dar-lhe três:

HEREDITARIEDADE, AMBIENTE e UM SISTEMA ÚNICO DE VALORES.

HEREDITARIEDADE – Os historiadores têm destacado uma fascinante diferença entre judeus e cristãos. No Cristianismo, bem como em muitas outras religiões, a santidade foi identificada com ascetismo, grande espiritualidade com a prática do celibato.

Durante séculos as mentes mais notáveis entre os cristãos foram convidadas a entrar para a igreja e se tornarem sacerdotes.

Isso efetivamente condenou sua herança genética de inteligência a um fim prematuro.

Os judeus, por outro lado, levaram muito a sério o primeiro mandamento da humanidade – serem frutíferos e se multiplicarem. O sexo nunca foi visto como pecaminoso, mas sim como uma daquelas coisas criadas por D'us que Ele certamente deve ter tido em mente quando declarou, ao rever Sua obra: "Veja, tudo era muito bom."

Entre os judeus, os mais inteligentes foram encorajados a se tornarem líderes religiosos. Como rabinos, eles tinham de servir como modelos para seus congregantes como procriadores e "pais de seus países." A inteligência foi passando de geração em geração, e os judeus de hoje ainda estão colhendo os benefícios de seus ancestrais.

AMBIENTE – Se desafio e reação são as chaves para a criatividade e realização, não admira os resultados para a mente; eles têm sido desafiados mais que qualquer outro povo na terra. A escola da dureza é um maravilhoso professor. Os judeus não tiveram escolha exceto aprender a serem melhores que os outros, pois as probabilidades eram sempre contra eles.

UM SISTEMA ÚNICO DE VALORES – Ainda não abordamos o motivo mais importante de todos. Os judeus são inteligentes porque foram criados numa tradição que valoriza a educação acima de tudo, que considera o estudo a maior obrigação da humanidade, e que identifica o intelecto como a parte de nós "criada à imagem de D'us." Ser analfabeto era impensável no mundo judaico, não apenas porque era um sinal de estupidez, mas, principalmente, porque era um pecado.

Os judeus são obrigados por lei a ler a Toráh inteira todo ano, dividindo-a em seções semanais. O costume largamente seguido era quando uma criança completava três anos de idade, devia escrever com mel as letras do alfabeto hebraico, e fazer a criança aprendê-las enquanto as lambia, comparando seu significado com o sabor da doçura.

Os judeus estudavam o midrash, e lhes é ensinado: A Espada e o Livro vieram juntos do Céu, e o Eterno disse: ‘Guarde o que está escrito neste livro ou seja destruído pelo outro’.

O Tevye filosófico, aquela deliciosa criação do escritor yidish Shalom Aleichem e estrela de Um Violinista no Telhado, explicou que os judeus sempre usam chapéus porque nunca sabem quando serão forçados a viajar.

O que ele não disse, que provavelmente é mais importante, é que eles sempre asseguram de ter algo debaixo dos chapéus e dentro da cabeça – porque as posses físicas podem ser tiradas deles, mas aquilo que acumularam na mente sempre vai permanecer como a maior "mercadoria" que um judeu possui.

E você achava que Mel Brooks era apenas um homem engraçado.

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*Mel Brooks, nome artístico de Melvin Kaminsky (Nova York, 28 de junho de 1926), é um ator e cineasta americano de origem judaica. Uma das poucas pessoas que receberam um Oscar (prêmio do cinema), um Grammy (prêmio de música), um Emmy (prêmio de TV), e um Tony (prêmio de teatro). Os maiores em cada categoria.

    Algumas de suas frases célebres:

  • "Mau gosto é simplesmente dizer a verdade antes que devessem ser ditas."
  • "Olha, eu não quero parecer filosófico, mas vou dizer que se você estiver vivo tem que bater os braços e pernas, tem que pular muito, pois a vida é exatamente o oposto da morte, e, portanto, você deve pelo menos pensar barulhento e colorido, ou você não está vivo. "
  • "Aquele que hesita é pobre."
  • "Humor é apenas mais uma defesa contra o universo."