quarta-feira, julho 25, 2012

A história do Shabat

Rabino Chaim HaLevi Soloveichik, que faleceu em 21 de Menachem-Av de 5678 (1918) na cidade de Brest-Litovsk, na Lituânia
Rabi Chaim Soloveitchik

A casa do Rabino Chaim HaLevi Soloveichik, rabino de Brest-Litovsk, estava sempre aberta aos pobres e amargurados. Quem quer que estivesse sofrendo, ou enfrentando uma situação difícil, podia vir ao rabino e contar-lhe suas mágoas. Rabi Chaim consolava os aflitos e os reconfortava, dava-lhes conselhos e até mesmo ajuda financeira.

Uma vez, entrou em sua casa uma jovem, que lhe disse num cochicho que tinha um segredo para contar. Rabi Chaim pediu que todos os presentes saíssem da sala; assim que todos saíram, a jovem rompeu em pranto. Contou-lhe que tinha-se deixado seduzir por um homem desonesto, e que estava grávida e não sabia o que fazer.

Rabi Chaim contemplou aquela jovem filha de Israel, tão desesperada, falou-lhe com carinho e acalmou-a. Antes de despedir-se dela, deu-lhe algum dinheiro para que pudesse sustentar-se durante a gravidez, e disse-lhe que viesse a ele com o bebê, tão logo nascesse. A moça prometeu que lhe entregaria o nenem, pessoalmente, e que ninguém saberia do ocorrido.

Passaram-se alguns meses; um dia, tarde da noite, quando o rabino estava só em sua sala estudando Torá, ouviu que batiam de leve à sua porta. Ao sair para ver quem era, encontrou a jovem que o procurara, com o bebê nos braços. Tomou-lhe o bebê, acalmou-a, e disse-lhe que seguisse seu caminho. Depois disso, acordou sua esposa, pedindo-lhe que cuidasse do bebê. Pela manhã mandou chamar uma ama-de-leite, combinou com ela o preço e entregou-lhe a criança, para que a alimentasse e criasse.

Depois disso, o rabino encontrou mais de uma vez à porta de sua casa bebês abandonados; para todos encontrava uma ama, a quem pagava de seu próprio bolso.

Certa vez, um bebê foi abandonado na porta de um dos judeus mais ricos da cidade. Quando rabi Chaim soube disso, mandou chamar o ricaço e disse-lhe:

- O senhor deve saber que é uma grande mitzvá criar as crianças abandonadas. Eu mesmo a venho praticando há muito tempo. Porém agora, tendo o senhor sido o escolhido para receber esse privilégio, não quero retirar-lhe o direito a essa boa ação, mas gostaria de repartir a mitzvá com o senhor. Por isso, proponho dividir com o senhor o pagamento da ama: metade o senhor, metade eu …

Shabat Shalom Umeborach