sexta-feira, maio 02, 2014

Conceitos Halachicos do Shabat

 

clip_image002

Perguntas ao Rabino

1) O que devemos fazer ao sair da Sinagoga e voltar a nossos lares à noite?

Ao sair do “Bet Haknêsset”*, saudar-se-á, em voz clara, “Shabat Shalom Umeborach (Um bendito Sábado de paz)” e, aumentando a voz, recita-se “Shalom Alêchem (A paz esteja convosco)”, cada estrofe três vezes, tal como lemos na Guemará: Na noite de Sábado, quando o homem retorna da Sinagoga à sua casa, acompanham-lhe dois anjos oficiais, um bom e outro mau. Ao adentrar em casa, ao ver acendidas as velas de Shabat, preparada a mesa, o anjo bom diz - “Oxalá ocorra exatamente o mesmo no próximo Shabat” - e o anjo mau vê-se obrigado a responder “amen.” (Talmud Babilonico Tratado Shabat 119: 1)

2) Você poderia dar-me detalhes acerca dos costumes pertinentes ao Kidush de sexta à noite?

Costumamos recitar o Kidush primeiro na Sinagoga, após da oração da noite de Shabat e, depois, em nosso lar. O Kidush, sobre o vinho (casher) na Sinagoga foi ordenado pelos Rabinos da Babilônia, devido à presença de hóspedes e forasteiros que ficavam no lugar para comer e dormir, já que nessa época, nas Sinagogas, havia um lugar especial para estas pessoas e, sobretudo, para aqueles que não sabiam rezar. Nos países da diáspora tem-se mantido este costume.

A obrigação de recitar e escutar o Kidush cumpre-se unicamente na mesa onde se come, como fixaram os Rabinos. “En Kidush ela bimkom Seudáh*” (não se diz Kidush senão no lugar onde se come).

É de costume que as Chalot (pães trançados) permaneçam cobertos durante a recitação do Kidush. As Chalot denominam-se Lêchem Mishnê, “pão duplo”, que representam a dupla porção de “manáh” que os hebreus recolhiam no deserto no sexto dia da semana. As Chalot simbolizam a união do Povo Judeu consigo mesmo e a união deste com o Criador através do Shabat, como as duas formas do quarto mandamento “Lembra-te do dia de Shabat” (Shemot 20; 8) e “guardarás o dia de Shabat”. (Devarím* 5; 12)

O cálice de vinho deve estar limpo por dentro e por fora e cheia até a borda ao recitar-se o Kidush.

Segundo a Cabaláh (Interpretação Mística de conceitos Judaicos), colocamos água no vinho, já que o vinho simboliza força e a água benevolência. Agregando, pois, a água ao vinho, mescla-se Midat Hadin (força do juízo) e Midat Harachamím (força da misericórdia).

Aquele que faz o Kidush deve tomar mais que a metade do cálice de vinho.

Os que escutarem o Kidush beberão um pouco de vinho.

Aquele que não tem vinho fará Kidush sobre as Chalot. Nesse caso, a ordem será: Lavar-se-á as mãos e pronunciar-se-á a bênção “Al netilat yadáyim” antes do Kidush. Durante o Kidush apoiará suas mãos sobre as Chalot e, ao rezar a bênção Hamotsi em vez de Haguêfen, descobrir-se-á as Chalot e, dando continuidade, cobrir-se-as-á novamente até finalizar a bênção. Ao escutar o Kidush, tem que se estar atentos à cada palavra e é preferível ir dizendo por sua vez, em voz baixa, palavra por palavra.

Deve-se fazer Kidush e comer da Seudáh (ceia) de sexta à noite, ali onde se acenderam as velas.