terça-feira, outubro 28, 2014

Tefiláh - Oração

Tefiláh – Oração

tefila1

“A nossa ajuda está no Nome do Senhor, Criador do céu e a terra”  (Salmo 124:8)

A palavra “Tefiláh” deriva do verbo “Pilel” que significa meditar, porque a oração deve ser fruto de meditação e não uma repetição morta de um conjunto de preces herdadas, mas, um ato de vida interior. Orar, significa erguer a alma em direção a D’us, despejar todo o próprio coração nas antigas preces, avisinhar-se à antiga chama que Israel acende em qualquer lugar. Orar significa unir a própria alma a todos os sofredores e a todos aqueles que oram da antiga estirpe, da estirpe que sofre e espera como nenhuma outra no mundo. Orar significa ter a consciência viva da própria pequenez e da grandeza daquele, para o qual o nosso espírito anseia. A oração é um “impulso” da alma que está cansada de ser pobre e pequena, que está cansada de ser prisioneira de coisas terrenas. É o grito de uma espiritualidade sedenta de unir-se à fonte da qual emana, com o espírito do Senhor, com o espírito sagrado que tudo ilumina, que tudo aquece, que tudo vivifica, que encontra sua sede no universo inteiro, assim como em cada oração que, despedaçado e humilde, vai em busca de seu Pai nos céus.

Orar significa meditar, e cada alma que medita ora. Às vezes a prece emana livremente, a alma transborda, tudo o que há nela de verdadeiramente grande, de nostalgia, de sede do Eterno, de desejo do sublime, se reveste de palavras simples e humildes, ou ressoa num gemido, ou então brilha numa lágrima. Outras vezes a alma vai em busca daqueles que oraram há séculos, há milhares de anos, e é assim que a prece une além dos vivos aos vivos, como também estes àqueles que se foram.

É nisso que está precisamente a potência intima da oração. Ela está invadida por um espírito sagrado e eterno, o seu reino é infinito, vai além dos limites do tempo e do espaço, desperta os vivos e desperta os mortos. Esse desejo de repetir, mas, não somente de repetir, mas de reviver as orações dos extintos, de tornar a sentir seus estados da alma, de provar novamente as suas supremas dores no sentirem-se pequenos e pobres, de despertar seu supremo amor, o amor de D’us, tudo faz com que alegremente, abramos o livro das antigas preces, aí reencontraremos os nossos antepassados, e nós mesmos, fundidos todos numa grande união espiritual.

Com o conhecimento racional e contínuo de nossas orações que contém a essência mais sublime da bondade, generosidade e boa disposição para com todos os povos, as nossas sinagogas evitariam a perda de muitos adeptos.

Reconheço que não é tão fácil à tradução dos livros de orações,comparando-a com o original em hebraico. Não é uma tradução literária para responder literariamente a seu original, porém, ela nos dá claramente uma idéia exata a do original em hebraico, tudo em não sendo traduzido com propriedade mística o sentido da mesma por não ter uma tradução possível, a fim de render serviço ao culto divino e a meus irmãos em geral.

Queridos Mitpalelim (participantes ou freqüentadores dos Serviços de Orações), que nos instantes de nossa profunda reflexão interna, provoque que a oração nos de lugar a meditar, que o sidur, o livro de orações, seja um elo com Nosso Criador e com nós mesmos.

Que D’us os Abençoe a todos, todos aqueles que buscam na simplicidade das orações, a conexão com Ele, e que seus méritos se multipliquem para que sigam iluminando

“Confia tu no Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; confia, pois, no Senhor” (Salmos 27:14)