terça-feira, setembro 01, 2015

Rosh Hashanáh: 1era. Entrega

Véspera de Rosh Hashanáh

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Como podemos ver, é uma costume difundida entre as diversas comunidades de Israel tocar o shofar durante todo o mês de Elul, com variações de quando tocá-lo, durante a Tefilat Shacharit (Oração Matutina). Para fazer uma diferenciação entre esses toques – que são Tekiot Reshut (“toques permitidos”) – e os toques obrigatórios, ordenados pela Torá, do dia de Rosh Hashanáh, a Halachá exige que não se toque o shofar na manhã da véspera de Rosh Hashanáh, separando-os assim por um dia.

É mitzvá fazer uma preparação especial para Rosh Hashanáh, limpando de forma caprichada a casa, cortando o cabelo e a barba; além, obviamente, da higiene pessoal e da vestimenta de roupas limpas. A princípio, é mitzvá que todos os homens imerjam em uma mikvé de purificação na véspera de Rosh Hashanáh, uma preparação especial também em termos deste aspecto de purificação espiritual para esse dia tão sagrado. 

Rosh Hashanáh - dia da lembrança


Tanto na Tefilá quanto no kidush de Rosh Hashanáh, este dia sagrado é chamado de “Yom Hazikaron” (dia da lembrança), pelo fato do Todo-Poderoso lembrar de todas as criaturas que vêm ao mundo, julgando-as e decretando-lhes vida nova e as circunstâncias da mesma no ano novo que virá. Em todos as passagens da Torá em que encontramos a expressão “lembrança” em relação a D’us, ela se refere ao fato do Criador dar vida ao ser lembrado por Ele.

O Todo-Poderoso determinou que a quantidade de bênçãos que uma pessoa recebe dos Céus dependa de forma direta de como essa pessoa se comporta, ou seja, escolhendo o bem, será decretado sobre ela benção em abundância e se optar pelo mal, D’us nos livre, ela receberá uma bênção menor – o que ocasionará sofrimento e dor.

Assim, em Rosh Hashanáh, dia que é chamado de dia da lembrança e do juízo, D’us senta-se em sua cadeira de Juiz Supremo e julga todas as nações do mundo e, ao mesmo tempo, todo indivíduo de forma específica. Da mesma forma que neste dia o Todo-Poderoso lembra de todas as criaturas que vêm ao mundo, temos a obrigação de lembrarmos Dele, louvado seja, recebendo sobre nós o jugo de Seu reinado – esta é a postura mais correta e importante na celebração de Rosh Hashanáh.

 

A essência de Rosh Hashanáh


É obrigação de todos lembrar que a essência do dia de Rosh Hashanáh é o reinado do Todo-Poderoso sobre nós e sobre o mundo todo. Esse é o motivo da modificação do fechamento da terceira beracháh (bênção) da Amidá de “haEl Hakadosh” (o D’us Santo) para “haMelech Hakadosh” (o Rei Santo) – sendo essa a essência do serviço religioso dos Iasmim Noraim (“dias Temíveis ou dias Majestosos”) – entre Rosh Hashanáh e Yom Kipur.

Por esse motivo deve-se evitar fazer pedidos particulares e pessoais nas Tefilot de Rosh Hashanáh, relacionadas às necessidades específicas da pessoa e de sua família, como sustento, saúde e demais preocupações do dia a dia. Esta é justamente a elevação espiritual do povo de Israel durante todas as gerações – que todo o desejo de Israel é que seja revelado o reinado divino no mundo, propiciando desta forma o conserto de toda a existência. O fato de cada judeu esquecer-se momentaneamente de suas necessidades particulares para pedir pela revelação do reinado divino sobre todo o universo é o que lhes dá o mérito de lograr mais um ano bom, no qual continuarão trabalhando pela evolução do mundo em direção à sua meta e ao seu conserto pleno. Na mesma proporção que o indivíduo consegue fazer o Todo-Poderoso reinar sobre si e sobre o mundo inteiro em Rosh Hashanáh, haverá a garantia de que ele será agraciado com um ano