segunda-feira, janeiro 25, 2016

Tu Bishevat: Quando a cor do judaísmo é o verde da Esperança



Tu Bishevat:

Quando a cor do judaísmo é o verde da Esperança

Tu BiShevat significa literalmente 15 de Shevat, dia 15 do mês hebraico Shevat. Um dia muito especial no calendário judaico. É o ano novo das árvores (Rosh Hashanáh LaIlanot. De acordo a Mishnáh; Seder Moed, Tratado Rosh Hashanáh Cap.1, Mishnáh 1). É o mês verde de nossa tradição. Às vezes as pessoas acham que ter dois calendários com dois anos novos é algo estranho. Por exemplo, em dezembro chegamos ao final do ano do calendário civil poucos meses depois da festa de Rosh Hashanáh. Parece meio confuso. Mas na verdade, dentro mesmo do judaísmo temos mais de um ano novo. Rosh Hashanáh é o ano novo do Universo, o aniversário da Criação. Lembramos então o caráter divino de todas as coisas do universo. Ao refletirmos a criação divina do próprio ser humano e colocamo-nos, em Iom Kipur, o dia do perdão, nas mãos de HaShem, rogando então mais um ano de existência, com nossos nomes inscritos no Livro da Vida.
       Temos também o ano novo do povo de Israel. Em Pêssach, no mês de Nissan, o primeiro dos meses na contagem do próprio Moisés na Toráh, comemoramos o aniversário do nascimento de nosso povo. No Egito as doze tribos de Iahacov haviam multiplicado-se gerando uma multidão de descendentes de Abraham, Itschak e Iahacov. Mas nossos antepassados viviam então na casa da escravidão e não eram assim senhores de seus destinos. Nosso povo só nasce na noite abençoada de Pêssach, quando começamos a construir nosso próprio futuro, livres dos homens-deuses e de seus ídolos. É mais um ano novo fundamental em nosso ritual. Temos ainda um ano novo para a nossa sagrada Toráh. Em Simcháh Toráh começamos mais um ciclo anual de leitura pública de nosso livro, a coluna vertebral. Lendo a Toráh todo Shabat e Iom Tov (Dias festivos dentro do calendário judaico) nas Sinagogas, repetimos ano a ano a atualização dos ensinamentos antigos e modernos de nosso povo. Trazemos a sabedoria ancestral dos sábios da antigüidade para o nosso dia a dia. É a alegria de poder começar mais um ciclo, mais um ano judaico com a Toráh
Em Tu BiShevat festejamos o ano novo das árvores. Em Israel e em muitos países é costume plantar mudas. É um momento muito importante em que louvamos a O Senhor, HaShem, as graças que obtemos do mundo vegetal. O mundo verde, que em nossos dias é redescoberto através do movimento ecológico, tem sido louvado e consagrado como a fonte da vida há muito muito tempo em nossa tradição. Acompanhar o crescimento de uma árvore é descobrir que temos que simultaneamente lançar profundas raízes no solo, nas profundezas da terra, e ao mesmo tempo expandirmo-nos no espaço aberto crescendo em direção aos céus. Nem se prender completamente ao solo, nem se soltar plenamente na liberdade dos ares. Podemos voar chegar até os astros dos céus; mas devemos cultivar as árvores, as plantas; nossa vida, como ensina a Toráh depende do verde. O mundo vegetal antecede o ser humano na ordem da criação de HaShem e a vida animal dele depende. Esquecer este ensinamento é condenar toda a vida do planeta. O equilíbrio entre voar aos céus e lançar raízes nas profundezas da terra é uma das bases de sustentação de nossa tradição. O judaísmo é vanguarda em todas as frentes do conhecimento humano; mas é também fiel a suas antigas tradições. O resultado dos dois movimentos, para cima e para baixo, como numa árvore, é a fonte de nossa sobrevivência de nosso fortalecimento.
Tu BiShevat é um momento de muita alegria, de comer frutas saborosas, plantar árvores, de plantar vida. É mais um ano novo judaico. Como é gostosa uma festa de ano novo. Ainda bem que temos muitas!!!
“Dentre todas as ações abençoadas que executamos nesta terra, não conheço nenhuma outra tão produtiva e útil como o plantio de árvores, pois elas acrescentam beleza á nossa paisagem, suaviza o clima e dão saúde aos habitantes do país”.


Baruch  HaShem, Temos TuBiShvat!!!