quinta-feira, agosto 16, 2018

ERA UMA VEZ UM ALFAIATE


ERA UMA VEZ UM ALFAIATE...

... que era piedoso, simples e pobre. Um dia foi chamado para ir à casa do governador. O governado, é claro, era muito poderoso e tinha fábricas de tecidos. Chamou o governador ao alfaiate e disse: “pegue este tecido, que é feito nas minhas fábricas, e confeccione com ele um terno”. E lhe deu um prazo para realizar a tarefa.
O alfaiate, todo emocionado, pegou o tecido e voltou para a sua casa. O alfaiate tinha tempo. Trabalhava com o terno do governador e se dedicava também a outros afazeres. Ia diariamente a Sinagoga, demorava-se em discussões em vão e, quando voltava para casa, já era tarde e apenas podia dar algumas costuradinhas. Cumpriu-se o prazo. Vieram os soldados do Governador e reclamaram o terno. Não estava concluído. Teve que se apresentar diante do Governador e rogar clemência. O Governador aceitou dar-lhe outro prazo.
O alfaiate aos poucos trabalhava e lentamente ia armando o terno, mas faltava-lhe o essencial, aquilo que sem o qual um terno deixa de ser terno. O alfaiate sentia-se culpado, discutia constantemente com sua mulher e queixava-se da comida que era demasiadamente fria para seu paladar ou excessivamente quente. Aproximava-se o término do prazo. O alfaiate desesperado comia e trabalhava ao mesmo tempo. A comida caiu sobre o terno. Pegou a roupa e correu ao rio, para lavá-lo. Se lhe deslizou das mãos e caiu em águas turbulentas. Aterrorizado o alfaiate se jogou na água para recuperar a sua perda, mas não sabia nadar e também se perdeu atrás da roupa.
(Metáfora da vida).

Pensemos como muitas vezes perdemos nosso tempo em coisas banais, vamos de trás de quimeras, perdemos nosso tempo, e não utilizamos o “tecido da vida” para fazer nosso próprio terno.   

Rav Lic. Ruben Najmanovich