domingo, abril 01, 2012

Especial de Pêssach – Especial de Pesaj. Em Português e Espanhol

Queridos Leitores, na próxima sexta-feira 6 de Abril ao por do sol, iniciara, em cada lugar, em cada canto do mundo, a Festa de Pêssach, na qual lembramos não só a liberdade, da dura escravidão de Egito, senão que em cada geração se quer levantar alguém contra o Povo de Israel, contra o Povo Judeu, e o Altíssimo, Bendita Seja Seu Nome, nos salva. Lembraremos, que o Chametz, todo aquilo que é fermentado produto dos cinco cereais, como: Trigo – Aveia – Centeio – Cevada – Espelta, também representa arrogância, soberba, petulância, atitudes que tomo o Faraó, e que as consequências foram nefastas.

Lembremos que essas atitudes, quando são tomadas com consciência marca um destino triste, muitas vezes, não para nos senão para seres queridos, que pagam caro nossas atitudes.

Lembremos que só saiu o 20% da população judia que havia na terra de Egito, os outros, se assimilaram, hoje temos muitos judeus, lamentavelmente, que não sabem que é Pêssach e outros que se reúnem, mais muitas vezes não conhecem todo aquilo para poder cumprir o preceito de relatar-lhes a nossos filhos, a nossos netos e a nossos mesmos, que a saída de Egito é lembrada praticamente todo ao no em nossa liturgia, em nossa vida judaica.

Lembremos que em um Pêssach de 1943 – 5703, um grupo de valientes liderados por Mordechai Anilevich, e inspirados pelo Rabino Menachem Zemba, ultimo Rabino de Varsovia, foi uma força moral no Gueto de Varsóvia, sempre lutando para infundir otimismo e esperança na comunidade. Arranjou locais clandestinos em porões e abrigos contra bombas, onde meninas e meninos podiam estudar Torá. Embora tivesse oportunidade de escapar do gueto, recusou-se a fazê-lo, insistindo que sua presença era necessária aos judeus do gueto. Rabi Zemba apoiou fortemente o Levante do Gueto de Varsóvia, doando fundos pessoais para munição e dando sua sincera bênção ao esforço. Cinco dias após o início da luta, no Shabat 19 de Nissan, a casa na qual Rabino Zemba se escondia foi incendiada pela SS. Quando tentava escapar, Rabino Zemba foi morto a tiros pelos nazistas.

Lembremos finalmente, que a palavra Egito em Hebraico se escreve como Mitsraim e se mudamos suas vogais podemos lê-la como Metsarim, angustia. Se não somos donos de nos mesmos, se não aprendemos a dominar nossos instintos, senão aprendemos a ser humildes, e finalmente aprendemos a ser, mas condescendentes com nosso próximo, seremos escravos de nosso Faraó interno e finalmente, viveremos em um “Egito angustiante”.

Feliz Pêssach – Pêssach Casher Vessameach

Feliz Pesaj – Pesaj Casher Vesameaj

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A História de Pêssach

O Povo Judeu tem sua origem em Abraham, que viveu há cerca de 4.000 anos atrás, em Ur, uma cidade antiga entre as margens dos rios Tigre e Eufrates, na Baixa Mesopotâmia, numa região cujos habitantes eram idólatras, que acreditavam na existência de deuses controlando as diversas forças naturais do mundo. Abraham foi o primeiro a entender que há apenas um D'us que criou, e controla todo o Universo, e por isso D'us lhe ordenou que abandonasse sua pátria e fosse para Canaã, a terra destinada a ser a Terra de Israel. Uma vez que Abraham estava em Canaã - e ainda era conhecido por seu antigo nome, Abram, D'us fez com ele uma aliança: "Seu nome será então Abraham... Eu te farei o pai de diversas nações... Eu manterei minha aliança ... ao longo dos tempos ... para ser seu D'us, e destinarei a Terra para ... você e seus descendentes." (Gênesis, 17:3-8). Além do mais: "Saiba que seus descendentes serão estrangeiros em terras alheias, e serão escravizados e oprimidos por centenas de anos. Mas eu farei o julgamento à nação para a qual eles servirão, e no fim, serão livres, com muita riqueza..." (Gênesis, 15:13-14) E, realmente, Abraham foi pai de Ytzchak, cujo filho Yahacov, chamado de Israel, foi pai das famílias que originaram as doze tribos, os Filhos de Israel. Devido a um período de fome em Canaã, Yahacov e seus filhos vão ao Egito, onde encontrar Iosef, seu filho que havia sido vendido por seus irmãos à escravidão, e que conquistou glória e poder em terra estrangeira.

No Egito

Devido ao poder e influência de Iosef, Yahacov e sua família prosperaram no Egito, onde eram tratados com respeito e honra. Entretanto, um novo Faraó sobe ao poder após a morte de Iosef, e se sente ameaçado com o crescimento desproporcional da população dos Filhos de Israel. Estes são então escravizados e forçados a construir as cidades de Pithom e Ramses, por mais de 200 anos. Entre outras restrições brutais, a pior de todas era a ordem de que todos os bebês homens hebreus deveriam ser jogados no rio logo que nascessem. Moisés, filho de Amaram e Yocheved, foi salvo, já que sua mãe o colocou num pequeno cesto flutuando no Rio Nilo, e foi encontrado pela filha do Faraó, que o criou no palácio real. Quando Moisés tornou-se adulto, D'us apareceu para ele num 'arbusto ardente', e ordenou que libertasse os israelitas, e trouxesse-os para a Terra de Israel.

A Batalha com o Faraó

O primeiro confronto de Moisés com o Faraó levou a uma piora nas condições dos pobres escravos, que passaram a perder sua confiança em Moisés. O Faraó continuamente se recusava a atender os pedidos de Moisés e seu irmão Arão, enviados por D'us para pedir que o Faraó libertasse os hebreus. Dez pragas foram então enviadas por D'us contra o Faraó e seu povo para demonstrar o poder de D'us sobre a natureza. Mas, não até que os primogênitos dos egípcios são mortos, o Faraó finalmente concorda em soltar seus escravos.

D'us ouve nossos prantos

Baseada na Toráh, a Hagadáh conta detalhadamente como os escravos choravam para D'us por sua salvação, e como estes gritos eram ouvidos. O Êxodo não ocorreu, entretanto, sem que os escravos passassem por uma transformação psicológica: Eles deveriam fazer uma oferenda de um cordeiro - uma divindade para os egípcios - para seu D'us, sob os olhos dos egípcios. Os israelitas deveriam passar o sangue do cordeiro nos batentes de suas portas, para que o 'anjo da morte' 'passasse sobre' (Pêssach) suas causas (daí o nome da festa). Em suas famílias, os hebreus comeram o cordeiro, prontos para partir. Depois da decisão do Faraó, eles se apressaram: não houve nem tempo para seus pães fermentarem. Então, o povo comeu pão não fermentado (matzá).

O Êxodo

Cerca de 600.000 homens filhos de Israel - além das mulheres e crianças - deixaram o Egito. Quando alcançaram as margens do Mar Vermelho, estavam totalmente encurralados quando viram as carruagens do Faraó perseguindo-os. Mas então, miraculosamente, as águas do mar se abriram, e eles atravessaram em terra seca. Quando os egípcios entraram na terra seca entre as águas, no entanto, as águas retornaram ao seu lugar, afogando o Faraó e seus homens. Chegando ao outro lado, e finalmente livres, os israelitas reconheceram a grandeza do milagre, cantando juntamente com Moisés uma canção de louvor: Shirat Haiam - a Música do Mar. O Midrash conta que os anjos também desejaram comemorar, mas D'us não permitiu: "O fruto da minha criação está se afogando no Mar, e vocês querem comemorar?" O acordo com Abraham havia sido cumprido. Agora que a liberdade física havia sido atingida, faltava para os Filhos de Israel marcharem para a liberdade espiritual e para a Terra de Israel.

A Jornada para a Terra Prometida

A mentalidade escrava ainda prevalecia entre os Filhos de Israel, e a jornada até a Terra de Israel foi cheia de reclamações e desconfiança por parte do povo, que algumas vezes quis retornar ao Egito e até mesmo chegou a construir um bezerro de ouro para adorar. Ainda assim, o Povo de Israel recebeu e aceitou a Toráh no Monte Sinai, com fidelidade e lealdade, dizendo: "Faremos e ouviremos." A caminhada levou cerca de 40 anos, até que toda a geração que havia passado pelo Egito fosse substituída por uma geração mais preparada para viver em liberdade, em sua própria terra.

Da Escravidão da Diáspora para a Verdadeira Liberdade

Na tradição judaica e na história, Pêssach é uma das festas caracterizadas por sua diversidade e seus vários significados. É uma festa que comemora saída da escravidão e o Êxodo do Egito; é a festa de unidade nacional do nosso povo no caldeirão da angústia e salvação; a festa da grandeza da família Judaica que conhece a maravilha de estar junta como uma família; é a festa da primavera, na qual o florescimento da natureza simboliza a renovação e o despertar de um povo que se encanta com a vida. Acima de tudo é a festa de liberdade, a liberdade de cada Judeu e a liberdade do povo Judeu.

Não obstante, é responsabilidade de cada um de nós, educador e pedagogo, dirigente e ativista em educação em todo lugar, perguntarmos a nós mesmos se cumprimos na prática, em nossas vidas, esta liberdade e o êxodo da escravidão para a salvação; Somos realmente livres? Pode um Judeu ser completamente livre quando ainda vive em um país estrangeiro? Liberdade não significa a habilidade de uma pessoa para viver e trabalhar no seu país no contexto de idioma, cultura, tradição e costumes, entregues a ele por seus antepassados, que também constituem os elementos básicos de verdadeira e completa liberdade?

Quando nos sentamos juntos na noite do Seder, nós e nossos filhos, lembramo-nos que somente na Terra de Israel e no Estado de Israel é possível deixar de ser escravo da Diáspora completamente e alcançar a verdadeira liberação interna e externa, junto com o resto de nosso povo que veio de todos os cantos da terra para a Terra Prometida, da mesma maneira que nossos antepassados fizeram quando saíram de Egito.

Das Fontes Sagradas:

'Sete dias você comerá matzot, mas no primeiro dia manterá a levedura fora de sua casa; porque aquele que comer pão fermentado será cortado do povo de Israel.

O primeiro dia será uma festa, e o sétimo dia será uma festa; nenhuma forma de trabalho será feita, exceto o trabalho que gera alimentação.

Observe este dia de uma geração em geração para sempre. No décimo quarto dia do primeiro mês ao por do sol comerás pão sem levedura, até o vigésimo primeiro dia do mês à noite.' (Shemot, 12: 14-18)

E Moisés disse ao povo: Lembre-se deste dia no qual saiu do Egito, da escravidão; pois por força de sua mão, D'us te tirou daquele lugar, e nenhum pão fermentado será comido. Você está se libertando neste dia do mês de Aviv. Assim, quando D'us o levar para a terra dos Canaanitas, dos Hititas, dos Amoritas, dos Hivitas, e dos Jebuseus, que Ele jurou a seus pais lhes dar, uma terra onde flui o leite e o mel, você manterá este serviço neste mês. Sete dias você comerá pão sem levedura, e no sétimo dia será uma festa de homenagem a D'us. (Shemot 12, 3-6)

No primeiro mês, no décimo quarto dia ao por do sol será Pêssach de D'us. No 15º deste mês você celebrará o banquete de matzot em honra a D'us, durante sete dias você tem que comer pão sem levedura. No primeiro dia você celebrará uma festa; você não executará nenhum trabalho. Você oferecerá a D'us uma oferenda de fogo durante sete dias. O sétimo dia é festa; você não executará nenhum trabalho. (Vayikra 23: 5-8)

Rabino Eliezer ha-Kappar disse: Em virtude de quatro coisas os Israelitas foram resgatados do Egito: eles não mudaram seu nome, não mudaram seu o idioma, eles não revelaram seus segredos, e não aboliram o Berit Mila. (Midrash Sohar Tov, 114)

Rabino Ishmael comparou o êxodo do Egito a uma pomba que tinha fugido das presas de uma ave de rapina e, ao achar refúgio numa fenda de rocha, viu que uma cobra havia se aninhado ali. Se a pomba entrasse na fenda, certamente seria mordida pela cobra e se recuasse seria capturada pela ave de rapina. Como resolver este dilema? Começou a fazer um barulho e bater suas asas de forma que o dono do pombal veio salvá-la. Assim é como os Israelitas agiram em seu dilema. Eles não puderam entrar adiante no mar porque o mar não havia se aberto, nem poderiam recuar, porque o Faraó estava se aproximando rapidamente. O que fizeram? (Shemot 14:10) "Eles tinham muito medo... e os Filhos de Israel choraram a D'us". Imediatamente (Shemot 14:30), "D'us os salvou naquele dia." (Shir Hashirim Rabbah, 2)

Naquele momento os anjos desejaram cantar um hino para D'us. E Ele lhes disse: Minhas criaturas estão se afogando no mar e vocês desejam cantar?! (Midrash Avkir; Meguiláh 10)

Em cada geração, cada homem deve considerar como se ele tivesse saído pessoalmente do Egito. Há pessoas que fazem perguntas difíceis: O que nos trouxe o êxodo, já que somos oprimidos em outras nações? Qual a diferença entre o Egito e outros reinos? E eu digo que, quando o Israel saiu de Egito, eles receberam o bem em essência até que se tornaram merecedores de ser homens livres pelo seu mérito. Este é o mérito mundial de Israel, que eles são merecedores de ser livres pelo seu próprio mérito. (O Maharal de Praga)

Pêssach - Combinações de Palavras

· Pêssach Rishon (Pêssachim 9, 3) - Pêssach celebrado no 14º dia de Nisan. Também é chamado Pêssach Gadol. (Piskha Rabba).
· Pêssach Sheni (Pêssachim 9, 3) - Pêssach celebrado no 14º dia de Iyar por pessoas que eram ritualmente impuras ou que estavam longe do Templo durante Pêssach e não podiam celebrar Pêssach na data adequada. Também é chamado Pêssach Katan (Pêssach Secundário) (Hallah 4:11) ou Piskha Zeira.
· Pêssach Mitzraim (Pêssachim 9, 5) - Pêssach de Egito, o primeiro Pêssach celebrado pelos filhos de Israel quando eles saíram do Egito.
· Pêssach Dorot (Pêssachim 9, 5) - A festa de Pêssach celebrada todos os anos.
· Pêssach Meuchin (Pêssachim 64:2) - "Páscoa dos pisoteados e amontoados", nome dado a um Pêssach no tempo do Segundo Templo. Havia uma multidão enorme no Monte de Templo, e um homem velho foi esmagado.

Leis e Costumes

É habitual começar a estudar as leis de Pêssach trinta dias antes da festa. (Ramah, "Hilchot Pêssach")
É costume em Israel garantir que não falte nada ao pobre em Pêssach. Em particular são fornecidos trigo e farinha, para assar matzot. Isto é chamado "dinheiro" de trigo ou "kimchá de-Pischa" ("Dinim de Ozar u-Minhaguim"). É habitual cobrar um imposto da comunidade para a compra de trigo para dar ao pobre em Pêssach. ("Or Zarua").

Durante a preparação para Pêssach, todo o chametz é removido da casa. Na noite antes de Pêssach, uma busca minuciosa é feita para assegurar que nenhum resto de chametz tenha sobrado. Há uma tradição de distribuir dez pedaços de pão ao longo da casa. O chefe da família recolhe este pão em uma bolsa pequena especial e varre as migalhas usando uma pena. A procura para chametz é feita com uma vela, prestando atenção especial nas ranhuras e lugares onde chametz normalmente se encontra. Após a procura, o chefe de família pronuncia a seguinte declaração: "Qualquer fermento ou levedura que estão em minha posse e que não vi, nem joguei fora, podem ser considerados como nulos e sem dono como o pó da terra". No dia seguinte, as migalhas são queimadas junto com a bolsa e a pena. ("Hilchot Pêssach").
Antes de Pêssach todos os utensílios de chametz são escondidos e aqueles que podem ser kasherizados são kasherizados. Como são kasherizados os utensílios? Utensílios usados para cozinhar são kasherizados no fogo. Utensílios que foram usados para comida fria são lavados em água fria. ("Orach Chaim") Chametz que não pode ser desperdiçado é vendido a uma pessoa não judia, e readquirido após a festa Pêssach. Todos os membros da comunidade vendem o seu chametz ao rabino, que, em troca, vende todo o chametz a um gentio na véspera de Pêssach. ("Ozar Minhaguim") Normalmente as matzot são assadas nos 30 dias que antecedem Pêssach. Os Judeus mais meticulosos assam todas as matzot na véspera de Pêssach. Cada pessoa assa suas matzot, ou participa da fabricação da matzá, pois os Judeus sempre apreciaram as mitzvot. É habitual, quando a matzá está sendo assada, que os vizinhos e parentes próximos, recitem a bênção seguinte: "Assim deverá você fazer o ano que vem, assar matzá Kasher." ("Sefer Matamim").

Palavras relacionadas com o feriado e fontes lingüísticas Pêssach

O verbo "passach" (passou por cima) tem significado próximo à palavra "passa" que significa ir para, dar um passo. Porém, há uma diferença interessante entre estes dois verbos: todo passo é na realidade uma passagem do lugar onde o pé estava posicionado para o lugar para o qual o segundo pé chega. O verbo que expressa esta ação pode enfatizar a passagem de um lugar para o outro, mas também pode expressar a idéia que uma determinada área ficou para trás, desde que o homem passou e foi adiante.

O verbo "passa" enfatiza principalmente a passagem, por exemplo: - Havia doze passos e Moshe os ultrapassou em um grande passo (Tratado de Sotá, 13). Ou “Que eles dêem um grande passo no altar (Shemot Rabá 30).”

Daí provem à expressão "passa pessia gasa", ele deu um grande passo, isto é, ele caminhou depressa, deu passos grandes.

Por outro lado, o verbo "passach" se relaciona principalmente com o que ficou para trás, porque eles saltaram, e passaram por cima. Este é o modo pelo qual o verbo aparece na Bíblia, no livro de Shemot, em relação à Pêssach:

"E o sangue será para você para um símbolo nas casas onde você vive, e quando eu ver o sangue, Eu passarei por cima, e a pestilência não estará em você para destruí-lo quando Eu golpear a terra do Egito".

Ou

"... e quando Ele ver o sangue na porta, e nos umbrais, D'us passará por cima da porta, e não permitirá ao destruidor entrar em suas casas para os "golpear" (Shemot, 12).”

Isto é reforçado pelo uso exclusivo da preposição "al", "por cima de"; passach al (passou por cima de), considerando que o verbo passa pode ser usado com ou sem a preposição "al", por exemplo "passa bederech" (caminhou ao longo da estrada).

Do verbo "passach" também vem o "pêssach" substantivo, significando salvação e resgate causados pela passagem por cima, como a Bíblia nos fala que D'us ignorou as casas dos Judeus e não os prejudicou, quando Ele matou os primogênitos egípcios.

O segundo substantivo relacionado a este verbo é "posseach", um homem manco, um homem cujas pernas não cumprem sua função corretamente, e que normalmente não pode caminhar, mas manca. Porém, parece óbvio que este substantivo foi criado, pois um homem que manca não caminha como homens comuns, mas salta de vez em quando. Passach al shetê ha-seifim - parar entre duas opiniões"

Esta famosa expressão, baseada no verbo "passach", é usada para indicar alguém que hesita, e não sabe o que escolher ou como decidir. É como um pássaro que salta para frente e para trás entre dois galhos. (a palavra "saef" significa galho).

A fonte da expressão é Bíblica: Reis I, 18, 21, conta da reunião entre o Profeta Elias e os sacerdotes de Ba'al. Elias fala para as pessoas que elas têm que decidir onde elas se posicionam: "Quanto tempo você hesitará entre duas opiniões? ("Ad matai atem poschim al shetê seifim?"). Se D'us é o Senhor, siga-O: mas se for Ba'al, então sigam-no. E as pessoas não lhe responderam".

Afikoman

A palavra Afikoman se refere à matzá do meio que é escondida em baixo de uma almofada na noite de Seder e é comida ao final da refeição. Sua origem, aparentemente, é grega, e se refere ao banquete após a refeição no qual são servidos vinho e doces, e são cantadas canções.

Antigamente, era habitual após a refeição ir de um grupo para outro e continuar bebendo e se alegrando. Assim a halachá na Mishná, Tratado Pêssachim, prega: "Depois do cordeiro pascal nenhuma sobremesa deve ser consumida." Em outras palavras, não pode haver nenhuma outra festa depois do Seder de Pêssach.

Deve se notar que há outras explicações para esta palavra.

O número "quatro" na Hagadáh de Pêssach

O número quatro freqüentemente aparece em vários contextos diferentes na Hagadáh de Pêssach e nos escritos de HAZAL [nossos Sábios] em Pêssach e em tradições relacionadas com a festa. Este número constitui um tipo de pivô em torno do qual são mencionados contos, idéias, declarações e comentários em versos.

Arbá Kosot (as 4 taças de vinho)

Beber quatro taças de vinho na noite de Seder se origina de duas fontes bíblicas. A primeira provém das quatro repetições no livro de Bereshit (40:13, 11): "E a taça do Faraó estava em minha mão: e eu levei as uvas, e os espremi na taça do Faraó, e dei a taça na mão do Faraó... e você entregará a taça do Faraó em sua mão, da maneira com que fazia era seu mordomo.".

A escravidão no Egito começou com a venda de José, e isto pode ser comparado à escravidão dos filhos de Israel; igualmente a liberação dele da prisão simboliza a redenção dos filhos de Israel da escravidão no Egito.

Então os Sábios ordenaram que se beba quatro taças de vinho em Pêssach todas às vezes nas quais a palavra "taça" é mencionada, já que beber taças de vinho simboliza libertação, como está escrito nos Salmos (116:13): "Eu erguerei a taça de salvação"

A segunda fonte está no livro de Shemot (6:6-7), onde são citadas quatro condições diferentes de libertação: "...e eu os tirarei do jugo dos egípcios, e os libertarei da escravidão, e os resgatarei com o braço estendido, e com grandes julgamentos. E os escolherei como meu povo ("vehotzeti, vehitzalti, vegaalti, velacachti"), - para cada tipo de libertação uma taça é bebida.

Também há uma discussão famosa na Guemaráh em fontes posteriores, sobre se uma quinta taça deveria ser bebida para o termo de libertação que segue as quatro condições mencionado acima - "E eu o trarei para a terra..." ("veheveti") (Shemot 6:8).

Alguns rabinos, tais como Rabino Tarfon, costumavam beber uma quinta taça na recitação do Halel em Eretz Israel, na Babilônia e na Europa. Hoje nós enchemos a quinta taça que é a taça do profeta Eliahu que é relacionado à esperança de redenção do nosso povo. De acordo com uma versão, o costume de beber as quatro taças foi introduzido no período do Segundo de Templo para denotar a salvação de Israel dos quatro reinos que nos oprimiram: Egito, Babilônia, Grécia e Roma.

As quatro taças também são comparadas às quatro estações. O mês de Nisan que é no primeiro mês de acordo com a Bíblia é o mês apropriado para beber uma taça de vinho em honra a cada estação. De acordo com Abarbanel, as quatro taças são bebidas, a primeira para o Kidush, a segunda ao final da parte principal da Hagadáh que conclui com a bênção "Geulá" (Redenção), a terceira ao final do Bircat Hamazon, oração recitada após as refeições, e a quarta ao final do "hino de Nishmat" (Bircat Ha-Shir).

As Quatro Perguntas

Foram inseridas quatro perguntas intencionalmente na Hagadáh que nós conhecemos hoje para acentuar o número quatro. Quatro perguntas aparecem na Mishná, mas elas diferem em parte de nossas perguntas: matzá, maror, o cordeiro pascal e imersão (Tratado de Pêssachim, Talmud Babli ou Babilonico).

Por outro lado, no mesmo versículo do Talmud de Jerusalém há apenas três perguntas, listadas em ordem diferente: imersão, matzá e o cordeiro pascal. A pergunta a respeito de comer "maror" (ervas amargas) não aparece

Maimônides estabeleceu cinco perguntas: imersão, matzá, cordeiro pascal, maror e recostar. As perguntas que aparecem em nossa Hagadáh foram elaboradas pelos Sábios que decidiram que só deveriam ser feitas quatro perguntas.

Os Quatro Filhos

Uma alusão às perguntas dos quatro filhos é encontrada na Toráh: "E quando seu filho lhe perguntar futuramente, dizendo: O que é isto? (Shemot 13:14)

Os quatro filhos que aparecem na Hagadáh representam os quatro tipos principais de personalidades, um homem sábio, um homem mau, um homem simples, e um homem que não sabe perguntar. O homem sábio se relaciona com as leis de Pêssach para aprendê-las; o homem mau se dissocia da comunidade de Israel e desdenha as leis de Pêssach; o simplório deseja geralmente saber o que é especial sobre Pêssach; e é nosso dever explicar e interpretar ao que não saiba perguntar.

O Número Quatro -Repetição Estilística

Em vários lugares da Hagadáh achamos quatro frases sucessivas, todas relativas à mesma idéia.

1. na passagem que começa com as palavras "Avadim Hainu" (Éramos os escravos): E mesmo se fôssemos todos sábios, todos possuidores de conhecimento, todos anciãos e todos soubéssemos a Toráh......

2. Na passagem que começa com as palavras "Vaiotzienu Ha-Shem Mimitzraim" (E D'us nos tirou do Egito"): Eu mesmo, e não um anjo, Eu e não um serafim, eu mesmo, e não um mensageiro. Eu sou o D'us.

As Quatro Matriarcas

Na canção Ehad Mi Yodea (Um - Quem sabe?), a combinação de palavras "Arbá Imaot" (Quatro Matriarcas) aparece.

Os Quatro Nomes de Pêssach

A festa de Pêssach tem muitos nomes, mas os quatro mais famosos são os seguintes:

Chag HaPêssach (Festa de Páscoa); Chag HaMatzot (Festa do Pão Ázimo); Chag HaCherut (Festa da Libertação); Chag HaAviv (Festa da Primavera)

A lenda do Quatro

Em virtude de quatro motivos os Israelitas foram libertados do Egito: Eles não mudaram seu nome. Não mudaram seu idioma. Não revelaram seus segredos e não aboliram o Berit Milá.

A lenda enfatiza que em milhares de anos de história Judaica, o povo manteve seu nome - Am Israel; seu idioma - o hebraico; não revelou seus segredos e preservaram a mitzvá do Berit Milá.

A Lenda dos Quatro Meses

Em uma lenda bem conhecida que aparece no Midrash Raba (Bemidbar Raba, 3), Rabino Akiva conta que o D'us, tirou os Israelitas de Egito no mês apropriado para o êxodo.

Ele não os tirou em Tamuz - por causa do tempo quente e seco. Ele não os tirou em Tevet - por causa do tempo frio. Ele não os tirou em Tishrê - por causa das chuvas. Mas Ele os tirou em Nisan - porque cai na primavera, e o clima é bom para viajar.

Quatro Modos de Comer a Matzá da Mitzvá Comer a matzá para fazer a berachá do "hamotzi". Comer a matzá para fazer a berachá de "achilat matzá". Comer matzá com o maror em memória de Hillel, pois como se diz: "...pão não fermentado e ervas amargas devem ser comidos " (Bemidbar 9:11). Comer a matzá do Afikoman. ·

Há Quatro Tipos de Comidas no Prato do Seder Karpas, Maror, Matza, Maror entre duas Matzot (em memória de Hillel)

Quatro Bênçãos

A berachá (benção) - (bore peri Ha'adamá) sobre o karpas; a berachá hamotzi lechem min ha'aretz sobre a matzá e a berachá para comer juntos a matzá e o maror.

A Ordem do Seder

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  • Kadesh (Santificação) Recita-se o kidush sobre o vinho, e bebe-se o primeiro copo, estando sentado e reclinado para a esquerda. Também recita-se a benção Shehecheianu, agradecendo a D'us por nos ter permitido chegar a este dia.
  • Urchatz (Lavagem) Lavamos as mãos fazendo a água escorrer de um caneco, duas vezes em cada mão, começando com a direita, porém, sem fazer a benção. Urchatz se enquadra na categoria de coisas que se faz para atiçar a curiosidade das crianças.
  • Karpas Pega-se um pequeno pedaço de karpas (batata, ou outro vegetal), e mergulha-se na água salgada. Então faz-se a benção "... bore peri ha'adamá", que também se aplica posteriormente ao maror, e come-se o vegetal. Mergulhá-lo em água salgada lembra-nos das lágrimas e do suor que o Povo Judeu tinha durante o longo período de escravidão. Assim como o urchatz, este ato atiça a curiosidade dos jovens.
  • Yachatz (divisão da matzá) Quebra-se a matzá do meio em dois, embrulhando o pedaço maior e separando-o de lado para o Afikoman. Isto é o que as crianças esperam. Elas tentam "roubar" o Afikoman, e depois "negociam um resgate" para devolvê-lo.
  • Maguid (Conto) É contada a história de como D'us nos salvou da escravidão no Egito e como foi o primeiro Pêssach. O chefe da casa explica a história de maneira que todos possam entendê-la. Esta é a parte principal do Seder: a discussão sobre a saída do Egito, e o significado do termo cherut (liberdade). Bebe-se o segundo copo de vinho, antes do Ma Nishtaná.
  • Rachatzá (Lavagem) Desta vez lava-se as mãos também com o caneco, duas vezes sobre cada mão, começando com a direita, e faz-se a benção, como forma de preparação para comer-se a matzá. Esta é o procedimento para todas as refeições em que se comer matzá
  • Motzi Matzá O chefe da casa levanta os três pedaços de matzá, fazendo duas Berachot. As suas matzot de cima são quebradas e distribuídas.
  • Maror(Raiz forte) Come-se, com a devida benção, a raiz forte, representando a amargura da escravidão e do trabalho pesado pelo qual os judeus passaram no Egito.
  • Korech (Sanduíche) Faz-se um sanduíche de matzá, maror e charosset (que simboliza o barro utilizado pelos judeus em seu trabalho de construção no Egito).
  • Shulchan Orech(A Refeição) Uma refeição festiva é servida. Não há nenhum requerimento especial quanto a esta refeição, com exceção do lugarzinho que deve ser reservado para o Afikoman, após a refeição. Tzafon (Comendo o Afikoman)
  • Tzafon significa escondido. Neste ponto deve-se comer a matzá que havia sido 'escondida' para a 'sobremesa'. O objetivo é manter as crianças acordadas e atentas até esta parte do Seder, quando elas negociam a devolução do Afikoman em troca de algum presente dos pais.
  • Barech (Bircat HaMazon) (Prece após as refeições) Faz-se a prece após as refeições agradecendo a D'us por tudo que recebemos e depois faz-se a berachá para o vinho e bebe-se o terceiro copo. Bebe-se o quarto copo de vinho. Um quinto copo é preparado e colocado na mesa do Seder para o profeta Eliahu, que é esperado em Pêssach para anunciar a chegada do Mashiach. A porta da casa costuma permanecer aberta, para permitir a entrada do profeta. Isto serve também para expressar nossa fé de que nada de ruim nos acontecerá na noite do Seder. Há um outro motivo mais desagradável para manter a porta aberta. Durante a Idade Média, os judeus eram acusados dos assassinatos rituais ( matar jovens cristãos para usar seu sangue para fazer matzot). Apesar de absurda, esta acusação foi feita até o século XIX, resultando em centenas de manifestações e na morte de diversos judeus). Daí fica-se com a porta aberta, para que a mesa do Seder seja vista por todos sem desconfiança.
  • Halel(Salmos) São recitados alguns salmos, para terminar a noite com alegria.
  • Nirtza (Ser aceito) A finalização do Seder é feita com uma série de músicas e cantorias, sumarizando a fé que nos faz viver até os dias de hoje. Depois disso, deseja-se a todos "LeShana HaBa'á B'Ierushalaim" - que no próximo ano estejamos em Jerusalém, reconstruída, representando nosso esperança na chegada da Redenção Final e na vinda do Mashiach, ou de momentos duma melhor era.

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RECEITAS PARA PÊSSACH

KNEIDLACH

2 Xícaras de farinha de matzáh
1/4 de xícara de óleo ou gordura de galinha
3 ovos
1 e 1/4 de água
sal e pimenta a gosto

Bata todos os ingredientes juntos, forme uma massa e deixe descansar 1 hora. Forme bolinhos pequenos com as mãos untadas em óleo ou água. Ferva 20 minutos em água ou no caldo da sopa.

 

CHAROSSET

1/2 xícara de nozes moídas
1 colher de sopa de açucar
1 maçã ralada
1/2 colher de chá de canela (ou mais, a seu gosto)
1/2 xícara de vinho tinto

Misture todos os ingredientes com vinho suficiente até obter uma pasta.

GEFILTE FISH

2 k de peixe
2 cebolas
salsinha, salsão
2 gemas
1/4 de xícara de farinha de matzáh
sal e pimenta a gosto
1 pitada de açucar

Limpe o peixe e tire toda a pele com a faca, começando na cabeça até a cauda, sem rasgar. Lave bem a pele e deixe secar. Moa a carne e deixe separados a cabeça e as espinhas. Doure as cebolas picadas com um pouco de salsinha picada. Misture ao peixe. Acrescente a farinha de matzáh, as gemas, o sal, a pimenta e o açucar. Recheie a pele com essa mistura e salgue por fora. Ajeite o peixe numa panela grande, forrada com as espinhas, a cabeça, uma cebola em rodelas, folha de salsão e salsinha. Cubra com água fervendo e deixe cozinhar durante duas horas sem tampa. Cozinhe até consumir metade da água. Disponha o peixe numa travessa e cubra com o molho que ficou na panela. Se quiser, misture duas gemas e algumas rodelas de limão ao molho coado. Deixe ferver. Quando engrossar, retire e sirva quente sobre o peixe.

 

PÃO DE PESSACH

10 ovos
1 copo de óleo
3 copos de água
4 copos de farinha de matzáh

Leve ao fogo a água com óleo e sal e deixe ferver. Despeje de uma vez a farinha na água e mexa sempre, até soltar do fundo da panela. Deixe esfriar. Junte os ovos um a um e amasse até obter uma pasta homogênea. Faça pãezinhos e leve ao forno quente em assadeira untada com óleo durante 40 minutos ou até ficarem bem dourados. Sirva morno.Esta receita pode ser preparada com antecedência e ficar na geladeira durante todos os dias de Pessach.

Leve ao forno à medida que for necessitando.
PÃO-DE-LÓ

8 gemas
1 e 1/2 xícaras de açúcar
1 xícara de farinha de matzáh
8 claras
suco e casca ralada de 1/2 limão

Bata bem as gemas com açúcar. Acrescente 1 pitada de sal, a casca e o suco de limão, a farinha de matzáh peneirada e por fim as claras batidas em neve. Leve ao forno moderado durante 45 minutos. Sequiser fazer recheado, asse em duas formas. Deixe esfriar e recheie com morangos amassados ou outra fruta com açúcar e cubra com creme chantilly.

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El último Seder de Pesaj en el Ghetto de Varsovia

seder-gheto

La rebelión del ghetto de Varsovia estalló el 19 de abril de 1943 cuando unidades motorizadas y unidades terrestres del ejército alemán trataron de penetrar por los portones de las calles Guensha y Zamenhof.

Ese mismo día era la víspera de Pesaj, y por la noche se tenía que celebrar el Seder.

En el ghetto quedaban aún alrededor de 50.000 judíos. Durante ese día, la gente se escondía en todo refugio posible, en cloacas, en sótanos y boardillas, dentro de paredes dobles. Sólo por la noche, cuando los alemanes temían entrar al ghetto, salía la gente para respirar un poco de aire y aprovisionarse de víveres.

Era la noche del Seder, en el ghetto semidestruido...

En la calle Koya, se encontraba la casa del gran rabino de Varsovia.

En el pasado, la misma calle se llamaba "Maisels" en nombre del rabino que luchó en la rebelión polaca del año 1863, en la que por 1943 vivía el rabino Isaac Zemba, erudito de estudios religiosos y de la Torá.

En el altillo se encontraba uno de los puestos estratégicos de "La Organización Judía Combatiente".

Tuvia Buzikowski, uno de los jóvenes dirigentes, relató lo siguiente:

“Al atardecer, salí del puesto de combate, y bajé a uno de los pisos bajos del edificio, para conseguir una linterna eléctrica para nuestros jóvenes combatientes.

Sin darme cuenta, me encontré en casa del Rabino Zemba y sólo al entrar me acordé que era la víspera de Pesaj.

En el departamento del Rabino había un desorden indescriptible, las sillas tiradas, los vidrios rotos, objetos por doquier, durante el día la familia sentada en el refugio, y en la habitación todo revuelto.

Sólo la mesa del Seder, en el centro de la habitación, se veía festiva y organizada para celebrar la noche de Pesaj en memoria de la salida de Egipto de la esclavitud a la libertad.

Una escena extraña entre el caos que reinaba alrededor. Por las ventanas, se infiltraban las ráfagas de fuego, del ghetto ardiente, las ráfagas iluminaban de manera sorprendente a los comensales que festejaban alrededor de la mesa.

Cuando llegó el Rabino al párrafo de la Hagadá: “descargarás tu furia hacia los pueblos que te persiguen”, la familia en pleno se echó a llorar.

Los vasos de vino y el vino rojo dentro cobraban el sabor de la sangre que se estaba derramando. Explosiones y tiros por doquier. Yo, sin poder parar mis lágrimas, pensé en lo inaudito de toda aquella escena y en la necesidad espiritual de continuar la celebración a pesar de las intenciones del enemigo, y a pesar de que la muerte estuviera tan cerca. El Rabino siguió leyendo la Hagadá, agobiado por sus propias emoción y lágrimas, pero con la convicción de cumplir con el sagrado ritual aunque sean sus últimas horas de vida. Al terminar la lectura, me preguntó: cuéntame Tuvia, ¿cómo están los javerim? ¿cómo se organizaron? ¿por dónde entraron los alemanes hoy? ¿hay suficientes armas? Cuéntame todo, Tuvia, ¡no me ocultes nada! Después de desearme fuerza y coraje, el Rabino envió una bendición para todos los combatientes, y algunos paquetes de matzot para celebrar Pesaj en los diversos puntos de combate.

Cuando salí de la casa del Rabino, y subí nuevamente a la posición donde se encontraban mis javerim, me sentí rodeado del calor de mis amigos, mis compañeros de idea y de lucha, los que me inspiraban para continuar en aquella contienda por tres párrafos de heroísmo en la historia de nuestro pueblo.”

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Para volver a pensar sobre la Salida de Egipto y la libertad...

Una generación renovadora no tira al cesto la herencia de otras generaciones. La evalúa y prueba. A veces se aferra a alguna tradición y se le suma. Y a veces se acerca a aquel lugar donde guardamos las cosas viejas y saca de allí algún recuerdo. Lo pule, reviviendo una tradición antigua, la cual tiene algo para alimentar el alma de una generación renovadora.

Berl Katzenelson (1887-1944)

La vida muda es la del esclavo y la vida con que puede expresarse es vida en libertad.

El esclavo - si puede llamarse “vida” a una existencia semejante - vive en el silencio. No tiene nada para transmitir.

Un humano libre, a diferencia del esclavo, tiene qué transmitir, posee mucho para contar y espera con impaciencia el momento para poder relatarlo a todo el que quiera escuchar.

No nos sorprende el hecho de que la Torá explica cuatro veces la obligación del padre, esclavo que escapó para conquistar la libertad, de contarle a su hijo, el cual nació libre, la historia de su salida de Egipto.

 Rabino Iosef Soloveichik

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