domingo, setembro 24, 2023

Iom Kipur - 1a. parte

 

Iom Kipur: União Máxima com D’us



O Dia do Perdão é o ponto fundamental das comemorações do Ano Novo judaico, sendo o único dia no qual temos cinco serviços religiosos. Quando nossos antepassados estavam vagando pelo deserto, o dia 10 de Tishrê foi a data na qual Deus perdoou o pecado do bezerro de ouro, segundo menciona a Toráh. Portanto, este dia ficou marcado para todas as futuras gerações como um dia de expiação e arrependimento. É uma das duas datas mais sagradas do calendário. Isto porque os rabinos nunca chegaram a um consenso sobre quem é mais elevado: Shabat ou Iom Kipur? Portanto, as leis de Shabat, diferentemente de Rosh Hashanáh e qualquer outra festividade, vigoram também em Iom Kipur. Mas, ao mesmo tempo, este dia tem suas próprias leis: durante 25 horas abstemo-nos de comer ou beber, demonstrando concretamente nosso remorso pelas faltas que cometemos e para poder concentrar-nos no espiritual, afastando-nos simbolicamente do excesso material que nos cerca nos outros dias. Mais ainda: o jejum nos torna conscientes do sofrimento de tantos deprivilegiados em todo o mundo, que passam fome o ano inteiro. Todos os homens acima de 13 anos e mulheres acima de 12 devem jejuar e crianças devem abster-se de comer guloseimas neste dia. É importante ressaltar que , sempre que o jejum trouxer riscos à saúde, ele deve ser imediatamente suspenso.

Uma outra proibição é a de usar sapatos feitos de couro. A origem está no versículo bíblico : "No Dia da Expiação...afligirás tua alma"(Levítico 23:27). O desconforto físico, segundo a tradição, é um meio simbólico para a penitência espiritual. Antigamente, somente os calçados feitos a partir do couro eram confortáveis. Outra interpretação é que neste dia, um dia dedicado à vida, não é tolerada a destruição de um ser vivo, nem mesmo um animal. E, finalmente, existe uma explicação social: apenas os ricos podem dar-se ao luxo de comprar artigos de couro. Em Iom Kipur, há uma perfeita nivelação de todos os homens. Diante de Deus não há ricos nem pobres - somos todos iguais.

Este era o único dia ano no qual o Sumo Sacerdote tinha permissão para entrar no Santo dos Santos, a dependência mais sagrada dos Templos. O Talmud relata que nem mesmo os seres celestiais tinham permissão para adentrar naquele recinto. Lá, representando todo o povo judeu, ele pronunciava o Nome de Deus composto de quatro letras, implorando para o Criador perdoasse suas faltas. Até hoje, durante o serviço, relembramos a alegria do povo ao ver o sacerdote retornando e abençoando-o. Justamente por isso, costumamos vestir-nos com trajes brancos, a fim de que nossas vestimentas se assemelhem àquelas utilizadas por ele em Iom Kipur, já que o branco é o sinal da pureza e da inocência e, também, porque neste dia assemelhamo-nos aos anjos.

Este dia, na Toráh, é chamado de Iom HaKipurim, e não Iom Kipur, como tradicionalmente o conhecemos. A tradução mais correta seria a Dia das Expiações. Isto porque a maior prova de santidade e arrependimento é perdoar as faltas de seu companheiro. A mensagem de fraternidade e amor ao semelhante é uma constante neste período tão sagrado. Somente aproximando-nos do calor de outro ser humano é que adquirimos a união máximo com a maior fonte de luz de toda a existência: D’us.

 Existem três momentos destacados dentro da importância do Iom Kipur, estos são:

1-   Kol Nidrê

2-   Izkor

3-   Neiláh