domingo, janeiro 02, 2011

TEFILÁH - ORAÇÃO

TEFILÁH - ORAÇÃO











עֶ֭זְרֵנוּ בְּשֵׁ֣ם יְהוָ֑ה עֹ֝שֵׂ֗ה שָׁמַ֥יִם וָאָֽרֶץ׃
 “A nossa ajuda está no Nome do Senhor, Criador do céu e a terra” (Salmo 124:8).

A palavra “Tefiláh” deriva do verbo “Pilel” que significa meditar, porque a oração deve ser fruto de meditação e não uma repetição morta de um conjunto de preces herdadas, mas, um ato de vida interior. Orar significa erguer a alma em direção à D’us, despejar todo o coração nas antigas preces, avizinhar-se à antiga chama, que Israel acende em qualquer lugar. Orar significa unir a própria alma a uma comunhão de oradores e a todos aqueles que oram da antiga estirpe, da estirpe que sofre e espera como nenhuma outra no mundo. Orar significa ter a consciência viva da própria pequenez e da grandeza daquele, para o qual o nosso espírito anseia. A oração é um “impulso” da alma que está cansada de ser pobre e pequena, que está cansada de ser prisioneira de coisas terrenas. É o grito de uma espiritualidade sedenta de unir-se à fonte da qual emana, com o espírito do Senhor, com o espírito sagrado que tudo ilumina, que tudo aquece, que tudo vivifica, que encontra sua sede no universo inteiro, assim como em cada oração que, despedaçado e humilde, vai em busca de seu Pai nos céus.

Orar significa meditar e cada alma que medita ora. As vezes a prece emana livremente, a alma transborda, tudo o que há nela de verdadeiramente grande, de nostalgia, de sede do Eterno, de desejo do sublime, se reveste de palavras simples e humildes, ou ressoa num gemido, ou então brilha numa lágrima. Outras vezes, a alma vai em busca daqueles que oraram há séculos, há milhares de anos e é assim que a prece une, além dos vivos aos vivos, também estes àqueles que se foram.

É nisso que está, precisamente, a potência íntima da oração. Está invadida por um espírito sagrado e eterno. O seu reino é infinito, vai além dos limites do tempo e do espaço, desperta os vivos e os mortos. Esse desejo de repetir, mas, não somente de repetir, mas de reviver as orações dos extintos, de tornar a sentir seus estados da alma, de provar novamente as suas supremas dores ao sentirem-se pequenos e pobres, em despertar seu supremo amor, o amor de D’us, tudo faz com que alegremente, abramos o livro das antigas preces. Aí reencontraremos os nossos antepassados, e nós mesmos, fundidos todos numa grande união espiritual.

Com o conhecimento racional e contínuo de nossas orações que contém a essência mais sublime da bondade, generosidade e boa disposição para com todos os povos, as nossas sinagogas evitariam a perda de muitos adeptos. E sem duvida encontraríamos, uma escada que elevaria nossa condição humana a um estagio, onde poderíamos controlar nossos impulsos, e assim seriamos mais humanos, seriamos a criação, com a qual o Criador almeja.